domingo, 30 de outubro de 2011

O Papa-Léguas está de volta

Há onze anos uma famoso desenho animado entrava para o folclore político de Grossos. Numa campanha eleitoral acirradíssima, o ex-prefeito Duquinha teve que "voar baixo" para eleger o seu sucessor. Incorporou a rapidez de um personagem bastante conhecido pelas crianças, o que logo o fez ganhar o apelido de Papa-Léguas.

Da TV para os palanques, a animação deu sorte aos seus novos amigos e estreou com pé direito na arena política grossense. O sucesso foi tanto que ela virou até símbolo da vitória do grupo situacionista nas eleições de 2000.

Mas os anos se passaram e ficou cada vez mais difícil o ex-prefeito continuar se espelhando naquela figura simpática dos programas infantis. Ele já não conseguia mais repetir o mesmo desempenho nas pistas. Longe do poder, definhou politicamente e hoje só é lembrado porque as disputas eleitorais na cidade continuam equilibradas, o que ainda lhe confere alguma influência.

Em breve no blog: As dádivas do Rei

E foi por 2 ou 3 centenas de votos, que o partido da governadora o convidou para participar da sua convenção no mês passado. Na oportunidade, Duquinha reconheceu a dianteira na preferência popular do ex-petista que ajudou a eleger. Contudo, recorreu à sua paixão por carros para dizer que conseguirá ultrapassá-lo. A estratégia consiste basicamente em trocar os pneus velhos de seu fórmula 1 por outros mais novos. Se feita no momento certo, tal operação garantiria em tese o primeiro lugar para o Democratas do município.

No entanto, é justamente neste ponto que reside a principal pergunta sobre as suas declarações: com quem ele vai terminar a corrida no próximo ano? Isto porque o mesmo deu a entender que o apoio ao pré-candidato demista é condicional, ou seja, depende da impossibilidade de seu irmão Emílio se candidatar. Com um parente concorrendo à sucessão municipal e ainda com o aval do prefeito, o Papa-Léguas não poderá "passar por cima" da Prefeitura, conforme chegou a falar no seu discurso.

Vale lembrar que a opção por outra escuderia durante a competição é algo que já faz parte de seu currículo de grande velocista. Piloto experiente, ele sabe que não basta querer andar em alta velocidade para cruzar a linha de chegada na frente dos demais. É preciso, acima de tudo, ter muito combustível, porque de tanque vazio o carro não vai a lugar nenhum.

Um comentário:

Monitoria de Química Tecnológica disse...

Fala Lênin, se me permite uma pequena correção sobre o apelido de papa-léguas... Este referido apelido surgiu pelo único motivo de que Duquinha quando era prefeito, tinha a "mania" de passar naquela vectra branco da prefeitura, quando alguém tentava uma abordagem para pedir alguma coisa, mais rápido do que o próprio papa-léguas (ou exagerei um pouco?). Por isso o apelido. Mas acredito que hoje ele não passa de um COIOTE cansado! hehe