quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A Travessia

Coragem, ousadia e perseverança. Traços de uma personalidade forte, de uma mulher que confundiu a própria vida com um sonho: o de um mundo melhor. A começar pela sua cidade, Rita de Cássia trilhou o caminho da bem-aventurança, traduzindo a mensagem do evangelho em ações. Muito cedo, percebeu que a luta pela justiça era inadiável, pois deveria ser travada enquanto houvesse vida, como forma de se fazer sentir entre nós o amor de Deus.

Sem dúvida, ela fez a diferença. De espírito aguerrido e não temendo represálias, jamais hesitou em levar adiante a defesa contundente de suas convicções. Ao realizar a inevitável travessia, Ritinha transcende à finitude da vida, pois seu exemplo de coragem resistirá ao tempo, permanecendo sempre vivo entre os que a conheceram.

domingo, 27 de setembro de 2009

Portas fechadas

Pelo brilhantismo do texto e coerência dos argumentos, recomendo a leitura do comentário feito pelo jornalista Carlos Santos acerca da maneira encontrada por alguns prefeitos para protestar contra a queda no FPM. Transcrevo abaixo a referida postagem publicada no blog de Carlos Santos:

Prefeitos em greve, crime de prevaricação e saída para o povo

Tem coisa mais cretina, torpe, inconsequente e descabida que o movimento de prefeitos no RN e pelo país, fechando portas de prefeitura? Diga aí.

Nenhum deles foi eleito para administrar o Banco Central, onde abunda dinheiro. Todos sabiam das dificulades inerentes ao cargo.

A postura de "greve" é bizarra. Esse é um direito preservado na Constituição do país, para uso como argumento de pressão de trabalhadores, na relação capital X trabalho.

Os grevistas engravatados traem o povo. A outorga popular do mandato lhes assegura o dever de gerir a coisa pública, estando ela com fartura nos cofres ou não. Quem não aguentar o tranco, renuncie.

No mínimo há crime de prevaricação. No mínimo existe argumento para a sociedade pedir impechament dos fujões.

Já imaginou se a cada crise o cidadão comum abandonasse sua moradia, em vez de buscar alternativas ao sustento da família?

O que esses prefeitos querem, nesse papel de vítima, é desviar a atenção dos reais problemas dos município: incapacidade de gestão.

Prospera o empreguismo, abunda o compadrio com o dinheiro público e graceja o desperdício.

Em alguns casos, entendo, é excelente oportunidade de o povo mudar a fechadura da sede municipal. Assim facilita a arrumação da casa.

Mantenham o prefeito longe. Eis a salvação.

sábado, 26 de setembro de 2009

Ressalva

Agradeço a correção feita pelo amigo leitor na postagem do dia 07/09/09 ("Os ventos de setembro"). No texto, me refiro à sede da prefeitura de Grossos como "Palácio José Marcelino Ferreira", porém, fui advertido de que se trata do "Palácio José Marcelino de Souza". Peço desculpas pelo engano e espero novamente contar com a perspicácia do leitor. Continue participando, suas intervenções serão sempre bem-vindas.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Entre becos e vielas

Depois de folhear algumas páginas desse eterno diário do cotidiano,acabo descobrindo que as hastes do poder sustentam, de maneira impiedosa, a vaidade de alguns poucos que se servem do erário público. Acredito não ser muito perceptível a ausência de políticas públicas para a juventude e,sobretudo,para a cidade que me viu crescer.Mas, chego a conclusão de que o caos instalado em todas as esferas da máquina administrativa preocupa o silêncio dos sábios e nos remete a um estágio de desolação e irresponsabilidade para com as aspirações do povo. Por entre becos e vielas, consigo tornar cada vez mais palpável a miopia dos gestores,nos dando a certeza de que, em breve, haveremos de fazer uma leitura mais aprofundada desse silêncio, que não só incomoda, mas nos ensina, certamente, o caminho das pedras.

Por Genildo Costa, cantor e compositor.

domingo, 20 de setembro de 2009

Sonho que se sonha junto



Reinventando a vida. Foi assim que o poeta Genildo Costa celebrou seu aniversário na última quinta-feira(17/09). Contrariando a lógica convencional, tratou de inverter os papéis. Em vez de receber os presentes, presenteou a comunidade com um momento ímpar de cultura, lazer e confraternização. Assim como na poesia, o cantor deu uma nova roupagem aos elementos do cotidiano, pois naquela noite as calçadas eram palcos de cantadores de viola, a rua, um auditório, e os muros das casas, uma exposição de quadros de pintura. Tudo se modificou para dar vida ao projeto "Esquina do saber - A periferia em movimento". Destoando dos modelos culturais fabricados no Centro-Sul do país e reproduzidos pela grande mídia, a iniciativa fez o povo encontrar-se consigo mesmo. Oportunizou o acesso a cultura popular e alcançou dimensão ainda maior, quando forçou a ocupação dos espaços públicos esvaziados pela violência urbana.Diante da ousadia do projeto, há que se perguntar qual o seu custo. Teria a viabilidade do evento dependido de vultosos recursos? Não. Como no Prelúdio de Raul, a idéia se transformou em realidade simplesmente porque um mesmo sonho fora compartilhado por algumas pessoas. Com a Esquina do Saber, o poeta grossense fez de sua obstinação uma lição de vida. Provou mais uma vez que, ao contrário da perseverança, a medida das dificuldades não integra os seus projetos.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Mundo paradoxal

Transcrevo abaixo comentário muito coerente extraído do blog de Evânio Araújo. Vale a pena a leitura.

FOME E DESPERDÍCIO

Crise não é financeira é de humanidade
O EDITOR
Já escrevi algumas vezes que a crise mundial não é econômica e sim de humanidade e agora vou agora mostrar que estava certo. O Programa Mundial de Alimentos, da UNO, informou em Londres no início desta semana que o mundo tem hoje 1,1 bilhão de famintos. Hoje, bem cedo, a Globo mostrou uma matéria sobre um campeonato de jogar alimento (torta) na cara do outro em Nova Iorque. Com as duas notícias, fiquei com a impressão que o ser humano é uma experiência de Deus que está dando errado.


obs.: postagem publicada no dia 18/09/09 no blog de Evânio Araújo.
(grifo nosso).

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Universidade Aberta

Será inaugurada hoje em Grossos a Universidade Aberta do Brasil. Programa criado pelo Ministério da Educação em 2005, a UAB chega ao município objetivando não apenas a capacitação do corpo docente de educação básica, mas principalmente a ampliação da oferta de cursos de nível superior no país. Trata-se de uma boa iniciativa através da qual o Governo quer interiorizar a educação de 3º grau. Para tanto, conta com os esforços conjuntos da prefeitura e Governo do Estado, sem os quais restaria comprometida a viabilidade do projeto. Ademais, o Pólo Educa Grossos(denominaçao local do programa) será efetivado mediante parceria com o IFRN, constituindo-se também referência para as cidades circunvizinhas, como Areia Branca e Mossoró. Sinceramente, desejo a todos sucesso na condução desta ação pioneira , na esperança de que se possa pavimentar caminhos com melhores oportunidades para os filhos desta terra.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Conveniências

Analisar a política do RN e tentar fazer prognósticos para 2010 não é tarefa das mais fáceis. Isto porque o jogo político assume diversas facetas conforme a satisfação dos projetos pessoais de poder. Os acordos e rompimentos nada mais são do que meras conveniências. Ilustrando bem esse raciocínio, o jornalista Carlos Santos publicou em seu blog comentário do qual reproduzo o trecho abaixo :

Só duas vagas ao Senado

Cá pra nós e o povo da rua:

- Tem algo me dizendo que Wilma de Faria (PSB), José Agripino (DEM) e Garibaldi Filho (PMDB) não serão candidatos ao Senado paralelamente em 2010.

Há algo no ar.

Os três sustentam um armistício compreensível. Não são inimigos. Nos últimos anos foram adversários, aliados ou coisa nenhuma e podem ser qualquer coisa adiante.

Só existem duas vagas ao Senado. E o que sempre vimos na história da política do Rio Grande do Norte, é que em momentos de estrangulamento do "funil", há sempre acomodação de interesses.

O povão entra inconscientemente só com o voto.(...)

obs: os destaques no texto foram feitos pelo titular deste blog.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Os ventos de setembro

Há praticamente um ano da última disputa eleitoral, a cidade em nada lembra aquela atmosfera política. Um marasmo sem igual. À exceção das coisas facilmente levadas pelos ventos desta época, tudo se encontra parado, "sob controle". A mesma brisa marítima que ameniza o clima quente do município, também embala o sono dos opositores do prefeito. A truculência que sopra do Palácio José Marcelino Ferreira sequer encontra obstáculos à sua passagem. Talvez alguns focos de insatisfação pelo caminho, mas nada que exija muita habilidade política. Nestes casos, uma boa conversa após meses de ausência já é suficiente pra matar a saudade e superar as diferenças. E assim segue a política local: de um lado o monólogo governista, do outro, uma oposição desarticulada, que vive a reboque do carisma de sua maior liderança. Ao contrário do último ano, desta vez, os ventos de setembro encontraram apenas construções humanas perecíveis ao tempo e à sua erosão. Sem maiores dificuldades, trafegaram livremente pelo vazio de idéias, gestos e palavras que outrora preencheram as ruas da cidade.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Relações amistosas

Sobre a geografia política da salinésia, encontrei no blog de Wilson Cabral (www.baraunanoticia.com.br) postagem do dia 16/08/2009 intitulada "Pobre Costa Branca". O breve comentário chama atenção principalmente pelo trecho no qual o radialista revela que "...em Grossos o prefeito Veronildes Caetano está com o funcionalismo público atrasado e governa sem mandar nenhuma matéria para a Câmara de Vereadores, esta não legisla e não é consultada em nada pelo prefeito,parece que o gestor governa através de medidas provisórias,...". Como se vê, o clima amistoso entre executivo e legislativo locais têm repercutido além das fronteiras do município. Que ótimo!A harmonia entre os poderes é salutar à democracia. Todavia, cautela deve haver para que tamanha reciprocidade não venha a tolher o poder de fiscalização dos vereadores. Não se deve agir apenas em nome da "governabilidade", sob pena de frustrar a representação que lhes foi confiada . Esquecem os parlamentares que os poderes são harmônicos entre si, porém independentes. Deveriam dar à Câmara um papel mais relevante do que simples acessório do executivo. A dedicação à causa situacionista não corresponde necessariamente à vontade do povo. E Quase sempre, o esforço em parecer-se o mais confiável dos aliados acaba por impedir que boas ações e idéias se concretizem. Tudo isso em nome de puro fisiologismo político. Não raro, esta é a motivação da política brasileira e Grossos está longe de ser exceção. No entanto, é possível mudar a regra desde que se faça opção pelo debate em detrimento da unanimidade. Na prática, trata-se de uma escolha difícil para certos políticos. Provavelmente continuarão a defender seus próprios interesses, zelando pela conveniência das palavras, mas serão absorvidos pelo tempo sem deixar vestígios de dignidade.