sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Mensagem de Ano Novo

Antes de qualquer felicitação, quero agradecer a todos que dedicaram um pouquinho de seu tempo neste ano para compartilhar das minhas inquietações. Muito obrigado mesmo!! A vocês desejo um ano novo para além dos votos convencionais de saúde, paz e felicidade. Quero muito mais! Quero que a esperança volte a ocupar seus corações e que dela renasça os mais sinceros sentimentos de mudança e justiça social. Que possamos juntos viver e lutar por um sonho coletivo de um mundo melhor, a começar a ser construído pelas ruas da cidade que tanto amamos. A todos um NOVO ANO FANTÁSTICO!!

A escuridão do descaso

É comum neste período de fim de ano as pessoas ornamentarem suas residências com símbolos natalinos, dentre eles a árvore de natal e pequenas lâmpadas que conferem ao ambiente um tom alegre e colorido. Via de regra, essa tradição também é reproduzida na decoração das ruas e pontos turísticos de alguns municípios brasileiros. Porém, nada disso foi visto em Grossos quando da celebração do nascimento de Cristo.

Nos principais locais de reunião da cidade não havia nenhum adereço que lembrasse a passagem desta data comemorativa. Até o moinho holandês permaneceu às escuras.

No entanto, apesar de a população reprovar a falta de decoração natalina, houve quem se mantivesse indiferente à medida. Me refiro ao governo municipal que, avesso aos costumes populares, demonstrou mais uma vez o quanto está sem entusiasmo de cuidar da cidade.

Trata-se apenas de ver o município como seu próprio lar e não como o conjunto de obrigações a cumprir. Se o sentimento de quem conduz os destinos deste maravilhoso lugar fosse outro, certamente o Natal dos grossenses não teria trocado o brilho das luzes pela escuridão do descaso.

Ainda não é fim

“Estarei nas ruas deste país para ajudar a melhorar a vida dos brasileiros”. Com estas palavras, Lula, em um dos derradeiros discursos como presidente, deixou claro que o fim do seu mandato não corresponderá ao término de sua atuação política. Bom para o Brasil, que ao longo desta década viu um ex-retirante nordestino realizar feitos tidos como impossíveis antes de sua chegada ao poder.

A cartilha da elite política e econômica do país não admitia por exemplo conciliar crescimento econômico e distribuição de renda ou ter liderança própria no âmbito internacional. Conceber a saída de 28 milhões de pessoas da miséria era até então um absurdo, pois que atentava contra o humor instável dos mercados globais. Regras que o presidente-operário provou estarem equivocadas.

Como se não bastasse a comprovada competência deste ex-sindicalista, muitas vezes chamado de analfabeto, ele ainda manteve estreita relação com o povo . Prova disso é que mesmo nos momentos de maior dificuldade, Lula evitou o isolamento do gabinete e continuou a percorrer o Brasil encarando de frente a população que o elegeu.

Por tudo isso, ele está deixando o principal cargo da república com patamares de aprovação jamais vistos. Nem a frente midiática patrocinada pelos jornalões reacionários e grandes grupos de comunicação conseguiu arranhar seu prestígio. Isto comprova o tamanho da confiança (e confiança se conquista) depositada neste político que ao longo de sua excepcional trajetória de vida tornou-se um dos mais respeitados líderes do povo brasileiro.

Renovação

A Escola Estadual Professor Manoel João já conhece sua nova diretoria. A partir do próximo biênio, os trabalhos daquela unidade escolar estarão sob a liderança de Dalma Régis e Sicleide Alves, respectivamente diretora e vice-diretora.

Quanto a nomeação desta última, cabe um breve comentário. É que Sicleide além de ser uma professora responsável e de competência indiscutível também agrega qualificação ao seu nome. Ela é aluna de mestrado no campus avançado da UERN em Pau dos Ferros. Sem dúvida, dará importante contribuição à comunidade escolar, honrando com compromisso e qualidade os que lhe confiaram relevante desafio.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A mercantilização do Natal

Assim como a maioria das datas comemorativas, o Natal é lembrado principalmente pelo seu valor de comércio. Nesta época do ano, o Papai Noel vira anfitrião de uma festa em homenagem ao mercado. E como ritual inerente à cerimônia natalina, as pessoas trocam presentes no afã de mensurar a dimensão do amor a partir das escolhas mercantis do "bom velhinho". Essa tradição capitalista, onde tudo se rotula pelos preços (inclusive sentimentos), serviu de inspiração ao poeta Geová Costa, que nos presenteou com mais uma bela poesia cujos versos seguem abaixo:

DESCONHEÇO PAPAI NOEL

Eu tô com raiva de papai noel
Ele agora só quer ser bacana
Depois da fama só faz o papel
De garoto de propaganda

Das casas pernambucanas
Casas baias, americanas

Criança já virou cliente
Brinquedo agora é produto
Oferta se chama presente
E a demanda quer dizer mais lucro

Nas casas Pernambucanas
Casas baias, Americanas
O velho é xique, é importante
Também se encontra na Insinuante

Nem mesmo sei se eu mereço
Dele um abraço, um aperto de mão
Nessas casas tudo tem seu preço
Bem embalado pela ilusão

Eu vou deixar papai me enganar
Pra ele ficar feliz do coração
Mas meu presente nunca vai comprar
É que o amor não está na promoção

*Para conhecer mais do trabalho de Geová Costa acesse o blog www.geovarte.blogspot.com

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O presente de aniversário

Pobre Grossos! Na passagem de seu aniversário, não poderia receber presente pior. É que bem na véspera da celebração dos seus 57 anos, o município foi destaque negativo na imprensa potiguar devido a uma decisão do Tribunal de Contas do Estado. Este órgão condenou o prefeito grossense a devolver mais de 100 mil reais ao erário público por falta de comprovação de despesas referentes ao ano de 2005.

Para desgosto da população, a notícia dessas irregularidades veio à tona em tempo hábil de ingressar na programação alusiva à emancipação política. E quem já não tinha motivo algum pra comemorar, acabou vendo o tamanho de sua frustração sepultar de vez a alegria de festejar mais um 11 de dezembro.

O futuro diante de nós

O Colégio Piloto ao Pé da Letra realizou na noite da última sexta( dia 10/12) a festa de colação de grau dos alunos concluintes da educação pré-escolar.

Realizada no Espaço Cultural “Rita de Cássia”, a cerimônia reuniu as professoras, familiares e amigos dos formandos, permitindo aos presentes um breve encontro com um futuro não tão distante.

Vestido com trajes de formatura e procurando abrigo no sorriso dos pequeninos, o destino da cidade nas próximas décadas estava ali representado por cada menino e menina que recebia seu diploma.

Sem querer exigir muito de nós, a posteridade se transformou em criança e nos fez apenas um pedido de RESPEITO.

Espero que dessa vez possamos atender esta simples reivindicação a fim de evitar que as páginas dos tempos vindouros sejam escritas com os mesmos vícios do passado.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Ceder para não sucumbir

Sem nem assumir o poder, Dilma Roussef já sente na pele os efeitos da promiscuidade política brasileira. Reféns do PMDB, o maior partido da coalizão, a presidente eleita e seu partido têm de se conformar com algumas indicações esdrúxulas para o novo ministério. Dentre elas, a de Garibaldi Filho para assumir a Previdência Social.

Ora, o próprio senador confessou que nada entende sobre os assuntos da pasta que irá ocupar, gerando de cara o primeiro constrangimento.

Pelo visto, a futura chefe do executivo, conhecida por seu perfil técnico, vivencia cedo as concessões necessárias à sua sobrevivência política. Sabe que se não as fizer será castigada pelo "mau humor" dos congressistas e dificilmente terá êxito na condução do seu governo.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Agonia

Por Genildo Costa*

A cidade
Em carne viva
Agoniza tuas dores
Teus encantos e desencantos

Tuas lágrimas são tão minhas
Quanto ao orvalho de tuas madrugadas
Destiladas em gotas de solidão...

O amargo de teu riso
Se perdeu na curva
Desses atalhos

Dessas noites
De sepulcro aberto
E de perdição...

Genildo Costa é poeta e músico, além de coordenador dos livros "Cotidiano em Dois Tempos" e " A Saga da Poesia Sobrevivente".

Crescimento da blogosfera

O universo de blogs que tratam de assuntos relacionados a Grossos ganhou mais um integrante. Intitulado "Notícias de Grossos", o novo endereço da web informa sobre os principais fatos da cidade emitindo sobre eles opinião contundente.

O surgimento de ambientes virtuais iguais a esse é sempre bem visto, pois permite a expressão da diversidade de pensamento. O modelo único de enxergar o município é nocivo à discussão de temas de interesse do mesmo. Daí a importância desse crescimento da blogosfera, que encontra explicação nas inquietações de gente com autonomia para zelar as próprias convicções.

*Para acessar o novo blog clique AQUI

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Triste episódio

Viver em democracia exige sobretudo tolerar opiniões contrárias. Quem não tem esse hábito normalmente repele críticas negando a verdade dos fatos ou desqualificando seus opositores. Este último recurso tem sido usado em larga escala e dele se diz vítima o jornalista Edilson Damasceno.

Segundo o colunista do Jornal de Fato, há informações de que o executivo municipal grossense teria atribuído um caráter "mercenário" a algumas de suas postagens. Tudo porque o blogueiro denunciou o mais novo cartão postal da cidade: as obras inacabadas.

Se confirmada a desastrosa reação governista, mais um triste episódio se somará à galeria de incidentes que tem manchado com baixo nível o debate político no município.*

* Para acessar a postagem que deu origem a esse comentário clique AQUI

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Gravações do novo DVD

O poeta e compositor Genildo Costa inicia a confecção de um novo DVD. Desta vez, as belas paisagens de Grossos vão ilustrar as filmagens para o trabalho. A notícia sobre o início das gravações desse novo projeto foi destaque no blog do Luciano Oliveira* através da postagem que segue abaixo:

Começa produção do DVD de Genildo Costa tendo Grossos, cidade natal, como cenário

Breve, na praça, mais um trabalho musical com a marca Genildo Costa, que é sinônimo de bom gosto e musicalidade. Misturados a genialidade do poeta popular, cantor e compositor que é, na atualidade, um dos maiores talentos deste solo potiguar.

Neste sábado, 4, logo cedinho, por volta das 8h, uma equipe de profissionais do curso de Comunicação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) desembarcou na cidade de Grossos, torrão pátrio de Genildo Costa, para iniciar as gravações do DVD “Caminhos “, do poeta e cantador, como se auto intitula.

A equipe de profissionais, capitaneada pelo professor Fabiano Morais, da InterTV Cabugi, foi a Grossos justamente produzir material para o DVD, aproveitando o cenário da bela cidade e seus encantos naturais, além de colher depoimentos de amigos e contemporâneos do poeta.

GRNILDO COSTA LANÇA LIVRO EM AB O talentoso Genildo Costa é, hoje, um nome conhecido no Estado

Genildo Costa é grossense, com estreitas ligações com Areia Branca. Formado em Ciências Sociais pela Uern, radicado em Mossoró desde 1985. Começou seu trabalho com a música ainda nos festivais da Rádio Rural, na década de 80. Na mesma época, por intermédio de Jorge Borges, coordenador do “Canta Nordeste” no Estado, Genildo participou do programa da TV Educativa, de Natal, assim como dos festivais da Esam.

Na sua trajetória lançou CDs, livro e outros trabalhos nas áreas da música e da literatura. Genildo Costa já dividiu palco e fez “janelas” para grandes nomes da MPB, como Adriana Calcanhoto, num show inesquecível no Hotel Thermas, em 1999, na abertura do “Mossoró EnCanto”. Agora, em novembro, no Teatro Alberto Maranhão (TAM), em Natal, ele levou o público ao delírio participando de um concerto de música erudita. Uma alternância de estilo que comprova o talento do artista.

Falar sobre Genildo Costa é falar de quem ousa sonhar e de quem tem a certeza que (...) por trás da Barra o mundo é tão grande, parafraseando o mestre Deífilo Gurgel.

* O blog do Luciano Oliveira pode ser acessado pelo endereço www.costabrancanews.blogspot.com

domingo, 5 de dezembro de 2010

A festa dos outros

20 de novembro de 2010. Dia da eliminatória local do Concurso “A Mais Bela Voz”. Uma data especial que fez a cidade acordar diferente. Pelas ruas reinava um clima de expectativa e alegria que contagiava a população. Todos estavam muito ansiosos para viver o grande momento que a noite lhes reservava.

Também não era pra menos, afinal iriam presenciar mais um espetáculo da música, onde as estrelas se tornaram familiares não pela exposição na mídia, mas pelo simples fato de serem filhos da terra. Artistas valorosos que, unidos pelo prazer de cantar, representavam com orgulho o seu município.

Com tudo conspirando a favor, não precisa nem dizer que o evento foi um sucesso. Mesmo assim, essa festa poderia ser ainda melhor caso tivesse ocorrido em Grossos. Isso porque tudo o que foi narrado até aqui se passou em Areia Branca, e ao povo grossense coube apenas contemplar as festividades alheias.

Graças a uma decisão política, há dois anos consecutivos a Prefeitura não envia representantes para o festival de cantores. A escolha da “Mais Bela Voz” simplesmente sumiu do calendário cultural sem uma explicação plausível. E nos intramuros da cidade continuam guardados a sete chaves os mais valiosos talentos. Como se fosse proibido divulgar o potencial de nossa gente fora dos limites geográficos deste rincão litorâneo.

As seguidas ausências na seleção de calouros organizada pela Rádio Rural de Mossoró atentam contra a tradição da cidade no evento. É inegável o histórico de participações gloriosas dos nossos intérpretes. Vozes como as de Chico Juliana e Vanuza (sua filha), Rita de Cássia (memória), Chico Preto, Zé de Luzia, Elias da Barra e Genildo Costa encantaram os palcos da Festa de Santa Luzia.

Hoje, infelizmente, quis a política que não fosse mais assim. E por isso, aos admiradores da musicalidade deste lugar só restaram as lembranças, pois que agora somos arquivos, tão somente registros de um passado repleto de cenas inesquecíveis.

Os novos ricos de Mossoró

Mossoró vive um momento de explosão de riqueza. O "boom" imobiliário e o grande aporte de capital na cidade têm alçado muita gente à "high society". E junto com esses novos ricos veio à tona um tipo de cultura baseada em futilidades. Nesse mundo de bobagens, livros só têm lugar na estante com o único propósito de decorar. Descrevendo brilhantemente o mais novo universo de babaquices, o jornalista Carlos Santos escreveu um texto primoroso do qual transcrevo um trecho abaixo:

A "metrópole" do livro "no metro" e seus valores fúteis

Como são estúpidos os parâmetros que o grosso da sociedade mossoroense tem adotado, para dimensionar sua ascensão social. Tudo baseado na superficialidade e babaquice do “parece ter”. Estamos medindo esse novo status nos prédios que sobem, nos milhares de carros que invadem ruas, avenidas e ocupam até calçadas. Naqueles que muitas vezes para subir, precisam descer aos subterrâneos. Ontem eu tive mais um testemunho do atraso e da distância em que nos encontramos, da inversão de valores e confusão em que nos metemos, em nome do hipotético progresso. Fuçando livros em um sebo, seu proprietário me fez um relato que fica entre o bizarro e o jocoso. Vamos a ele. Há algum tempo, esse sebista foi procurado por uma “nova rica”, interessada em comprar “um metro de livro”. Isso mesmo. Não era um título específico, coleção ou tomo de encadernamento especial. Tinha que ser no metro, sim. Explico, reproduzindo o que ouvi: a deslumbrada precisava preencher um espaço em estante desenhada por sua arquiteta, sendo recomendada a colocar livros com a mesma dimensão estética. O espaço disponível pro “enfeite”? Um metro. Um metro de livros simetricamente alinhados(...)" Para continuar lendo o texto clique AQUI

sábado, 4 de dezembro de 2010

Fome de poder

A facção política comandada pelos Alves não se contenta com pouco poder. Depois da enésima eleição de Henrique e do apoio quase unânime a Garibaldi, os primos ainda são cogitados para assumirem as presidências da Câmara e do Senado, respectivamente. Sem falar de Garibaldi Alves(o pai) ,que com a vitória de Rosalba também ascendeu ao céu da Câmara Alta do Congresso. Para ilustrar bem essa fome insaciável de poder, reproduzo abaixo trecho do artigo "Alve-se quem puder...", escrito pelo jornalista Crispiniano Neto na coluna "Prosa e Verso" do Jornal De Fato :

"A família Alves nunca esteve tão forte quanto agora. É provável que nem mesmo quando Aluísio governou o Estado e tinha muito poucos trunfos familiares para a disputa política e o exercício do poder. Naqueles tempos fez Agnelo prefeito, mas logo em seguida foram cassados os dois, pois veio a maldita ditadura onde Dinarte Mariz tinha tanto poder que, mesmo com os Alves não representando nenhuma ameaça ao regime, conseguiu defenestrá-los da política. Agora, Henrique e Garibaldi, que dominam a política potiguar há pelo menos uns cinco mandatos presidenciais querem apenas tudo, depois de terem Garibaldi apoiado por todos na eleição, já que ninguém tinha o direito de dizer nem o óbvio ululante, ou seja, que ele é feio(...)"
Para ler o texto na íntegra, clique AQUI.

domingo, 28 de novembro de 2010

De homens e livros



Já dizia Monteiro Lobato que um país se constrói com homens e livros. Em Grossos, ao menos um político tem dado a devida importância às palavras do famoso escritor. Trata-se do vereador Cateca (PC do B), que ao longo de seu mandato criou bibliotecas comunitárias na zona rural do município.

Primeiro em Alagamar e depois em Pernambuquinho, as novas salas de leitura transformaram antigos prédios inutilizados em fontes de conhecimento. Para realizar tal feito, o líder comunista firmou parcerias com o Rotary Club Mossoró, Fundação Vingt-un Rosado e até mesmo com a UFRN através do professor Marcos Medeiros. Essas instituições doaram os livros enquanto que o edil viabilizou os espaços para recebê-los.

Apesar da difícil tarefa de concretizar o pensamento do célebre autor, é possível identificar passos nessa direção a partir de ações como a desenvolvida pelo parlamentar. Afinal, não se pode olvidar que são os pequenos gestos os grandes responsáveis pelos alicerces dessa pátria de livros, idealizada por Lobato e ainda sonhada por muitos.

domingo, 21 de novembro de 2010

Além fronteiras

A qualidade do artista grossense voltou a encantar os palcos da capital do estado. Desta vez através do cantor e compositor Genildo Costa, que nos dias 17 e 18 deste mês abriu o concerto "Caras do Nordeste" no Salão Nobre do Teatro Alberto Maranhão.

O poeta se apresentou ao lado de ícones da música erudita potiguar como o pianista Humberto Luiz e a maestrina Marilene Campos, regente do coral da UERN.

Como um menestrel que vive a difundir a musicalidade de sua gente, este cantador da salinésia venceu com seu talento os limites provincianos para sempre alçar o nome de sua terra a um posição merecida de destaque.

De vilão a mocinho

A corrida presidencial deste ano revelou o atraso das idéias no qual está mergulhado parcela considerável da população brasileira. Neste universo conservador há espaço para muito preconceito e intolerância de todos os tipos, seja religiosa, sexual ou de classe social. Esta última ganhou voz através das palavras do jornalista Luís Carlos Prates, âncora de um telejornal da RBS, emissora catarinense afiliada à Rede Globo.

Ao comentar o aumento no número de acidentes de trânsito, o apresentador esbravejou: " Hoje, qualquer miserável tem um carro", "resultado desse governo espúrio que popularizou, pelo crédito, o carro para quem nunca tinha lido um livro."

Com tamanha ignorância fica difícil até adjetivar a conduta testemunhada pelos espectadores. Chamar o ato simplesmente de preconceituoso, vil, ignóbil, é generosidade demais. E o pior é que foi utililizada uma concessão pública (a de TV) para divulgar idéias desse tipo.

Diante do estrago das declarações do jornalista, as Organizações Marinho trataram logo de agir para não ver ainda mais arranhada sua reputação perante o público. Prova disso foi a reportagem especial exibida na abertura do Fantástico deste domingo. A matéria tratava coincidentemente sobre a intolerância, o mesmo tema que há poucos dias maculou a imagem da emissora carioca.

Tentando confundir novamente a opinião pública, o jornalismo global quis se passar por "mocinho" da estória. Mas a resposta veio tarde demais. O assunto se propagou rapidamente na internet e dificilmente o "antídoto" jornalístico impedirá que mais um golpe seja desferido contra sua credibilidade. O que é muito positivo, pois não se pode confiar num meio de comunicação que em "nome da democracia" verbaliza o ódio de classe, prestando assim um grande desserviço a nação.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sempre as licitações

Um canteiro de obras paralisadas. É o que Grossos se transformou nos últimos anos sob a condução política da atual gestão. A despeito do aporte generoso de recursos federais no município, o executivo municipal não tem obtido êxito no andamento das obras. Algumas inclusive nem sequer saíram do papel como a construção do matadouro público, cuja liberação do recurso se deu há mais de três anos e até então nenhum centavo foi aplicado. Há também aquelas que foram iniciadas (saneamento básico, duplicação da entrada da cidade), mas se encontram por bastante tempo sem execução.

O interessante de tudo isso é a justificativa das paralisações. Não importa qual obra seja questionada, a desculpa é sempre a mesma e se refere a problemas na licitação. Nas oportunidades em que se manifestou sobre o abatedouro público e a duplicação da principal via de acesso à cidade, o representante maior do município ofereceu uma resposta quase automática: dificuldades no processo licitatório. Desse modo, se continuarem a entoar a retórica oficial, as explicações palacianas tendem a cair no descrédito, pois representam muito mais a inaptidão administrativa do governo do que a simples falta de criatividade na escolha dos argumentos.

A questão do trânsito e a participação popular

A fiscalização do trânsito posta em prática pela Polícia Militar de Grossos tem sido objeto de muita polêmica. No centro do debate está, entre outras medidas, o uso obrigatório do capacete para os motociclistas. Embora esta regra tenha previsão legal e seja de conhecimento de todos, a sua cobrança é a novidade maior. Por isso a grande repercussão do assunto, que na última quinta (dia 11/11) bateu as portas do legislativo em sessão bastante agitada.

Numa rara demonstração de exercício da cidadania, os populares lotaram as dependências do local onde os vereadores se reúnem provisoriamente. A partir deste fato, seria possível afirmar que está em curso na cidade uma mudança de atitude política por parte da população? De um dia pro outro, teriam as pessoas acordado mais politizadas? Certamente que não. Movimentos nesse sentido não são frutos de milagre ou passes de mágica. Demandam muito trabalho e sobretudo paciência, pois os resultados se verificam a médio e longo prazo.

No caso específico da celeuma criada em torno da atuação policial, o que motivou o público a participar ativamente da discussão não foi o interesse coletivo, mas fatores de ordem pessoal. Cada um se sentiu prejudicado no seu direito de ir e vir, porquanto se viram compelidos a expressar seu juízo de reprovação no intento de desqualificar as ações da polícia. É neste ponto que reside a explicação para a numerosa platéia presente ao evento.

Como se percebe, essa súbita preocupação pelos “problemas” da cidade se resume a um fato isolado. Até porque, em nada sendo feito, para todas as outras questões de ordem pública (saúde, educação, combate a corrupção, etc) os munícipes devem permanecer como se encontram hoje: politicamente “ANESTESIADOS” e incapazes de reagir aos desmandos de quem os representa no poder. Infelizmente.

Culto à imagem

Quem acessa o site da prefeitura de Grossos logo visualiza no canto superior da página a imagem do prefeito se projetando o tempo todo. Esse recurso virtual revela bem mais que um artifício gráfico da internet. Ele demonstra o quanto nossa política valoriza a pessoa do governante em detrimento dos entes públicos representados.

Remanescente da era monárquica, esta forma de ver o Estado já está tão arraigada no meio político que foi até institucionalizada. Por isso é tão comum as repartições públicas ostentarem a foto oficial de presidente, governadores e prefeitos. Agora, com o advento da rede de computadores criou-se mais uma ferramenta apta à divulgação do narcisismo inerente ao poder .

Convém ressaltar o efeito maléfico dessa tendência à consolidação da democracia no país, que depende principalmente do fortalecimento de suas instituições, e não do tributo aos detentores de cargos eletivos.

domingo, 7 de novembro de 2010

Apoio posto em xeque

Nenhuma manifestação, palavra ou gesto de apoio. Esta foi a pauta esquisita da campanha de Dilma Roussef comandada pelo prefeito de Grossos. Filiado ao PSB e com motivos de sobra para encampar a defesa do projeto governista, o chefe do executivo municipal não quis novamente encarar as ruas, árdua missão desempenhada por ele a cada dois anos.

Após a eleição das deputadas de sua preferência, se deu por satisfeito e aguardou o resultado do pleito para declarar que também era dilmista, esperando assim se credenciar como aliado junto ao novo governo.

Acontece que a adesão tardia à candidatura do Planalto não foi suficiente para dirimir as dúvidas sobre sua escolha eleitoral. Ao longo de todo o 2º turno, uma incógnita pairou sobre o Palácio José Marcelino, fazendo crer que a cidade estava desconectada do plano nacional.

Felizmente, essa idéia foi desmistificada a tempo pelo vereador Cateca (PC do B), que já no final da campanha organizou um movimento pró Dilma em conjunto com Edinho Catarino, um dos raros petistas do município.

Ao contrário dos que assumiram uma posição clara na disputa presidencial, o líder do PSB grossense nada fez para impedir que o seu silêncio soasse como ingratidão. Isso porque o seu mandato não teria vida própria caso inexistissem os convênios firmados na esfera federal. Mas pelo visto, o peso dessas ações governamentais mostrou-se inócuo para motivar a militância socialista.

E no desenho político traçado pela omissão acabou prevalecendo a presunção de aliado do prefeito, que não precisou se expor pedindo votos nem tampouco deixou de colher o louros da vitória. Um ótimo exemplo da dubiedade da política tupiniquim, onde os partidos se tornaram trajes oportunos aos interesses do momento. Nesse contexto, a última coisa que importa é quem vencerá as eleições, pois a preocupação se resume em aderir ao modismo partidário vigente e logo depois fingir que nada aconteceu.

O senador da "colinha"

Conhecido pelo seu jeito desengonçado, mas eficiente de fazer política, o senador Garibaldi Filho guardou mais uma de suas “pérolas” para a rápida passagem em Grossos na campanha de 1º turno. No evento do qual participou foi o último a discursar e tentou ilustrar sua fala com as realizações de seus mandatos em favor da cidade. Ocorre que virou refém da própria memória e não conseguiu citar os seus feitos para o município. Apelou então para uma “colinha” de papel que supunha ter trazido em um dos bolsos espalhados pela roupa. Após várias tentativas, o parlamentar se deu conta que o pequeno lembrete havia sumido.

Não contendo a frustração, pôs a culpa em um assessor que transitava entre os correligionários e tentou suprir a lacuna do discurso usando termos genéricos. Daí em diante Garibaldi se esforçava em demonstrar que os recursos destinados por ele foram muitos ou que havia várias emendas de sua autoria em prol do município. No entanto, a depender do esquecimento do congressista, essa tarefa se tornara muito difícil, a ponto de não se ter elencado uma única obra ou recurso específico em benefício dos grossenses.

Vale destacar que, a apesar da gafe, a campanha do peemedebista foi bastante exitosa na cidade. Este ano o líder bacurau foi o senador mais votado em Grossos (4.233 votos), conseguindo unir em torno de seu nome situação e oposição, fato até o momento impensável dado o acirramento da política local.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Mudança de paradigma

Uma casa simples na rua principal da cidade. Assim era a antiga sede do Partido dos Trabalhadores em Grossos em 2002. De espaço reduzido e com poucos cômodos, o local de reunião dos petistas exibia com orgulho um mural de fotos que destacava uma imagem especial: a do presidente Lula. Ao lado do então prefeito João Dehon , o líder operário representava muito mais do que a esperança, ele significava uma ideologia, uma forma de fazer política.

No entanto, com o passar do tempo as referências do grupo que governou o município entre 2001 e 2004 mudaram radicalmente. De um extremo a outro, o ex-prefeito condicionou sua história às circunstâncias do poder e trilhou caminho rumo a ala mais conservadora da política do estado.

Sem qualquer constrangimento, o fundador do PT grossense posa com desenvoltura na companhia de José Agripino, inimigo político do melhor presidente do país. Numa espantosa relação de afinidade, descoberta há pouco na campanha de 1º turno, os dois líderes trocaram afagos ao discursar, parecendo amigos de longa data.

Mas como explicar tamanha cumplicidade entre políticos de origem partidária tão diversa? Fácil! Basta uma metáfora aqui, uma frase de efeito acolá e pronto! Tudo resolvido. Afinal, as pessoas vão entender que como “as cordas de um violão, que mesmo separadas tocam uma só melodia,” João Dehon e José Agripino agora têm muita coisa em comum.

O esforço é tão grande em parecer confiável aos novos aliados que o líder republicano local sequer se manifestou acerca da campanha presidencial. Para não contrariar o DEM, preferiu a omissão. Por tudo isso, não seria absurdo supor o apoio ao candidato tucano para melhor se entrosar no ninho governista estadual.

Lamentável, mas são os fatos. É a luta do poder pelo poder, um vale-tudo que dispensa escrúpulos na política. E pensar que o pequeno lar petista de Grossos abrigou tantos sonhos de transformação. Uma pena, pois quase todos sucumbiram às conveniências da política provinciana, deixando para trás qualquer vestígio de retidão e coerência.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Formação política

“Comecei a sonhar nos anos 1960. Era um sonho de um Brasil que tinha de mudar, um Brasil que tinha de ser diferente. Sonhamos revoluções e aprendemos a perder. Quem perde adquire uma imensa capacidade de resistir. Eu me formei na vida política perdendo. Tenho muito orgulho de minhas derrotas. Foram derrotas de uma vida correta”.*

*Dilma Roussef, presidente eleita do Brasil.

Amanhã : um novo tempo, uma nova utopia

Amanhã,

Seremos todos iguais. Estaremos prontos para embarcarmos

Na locomotiva que nos levará a estação de um tempo novo.

Amanhã,

Apesar de hoje, nos veremos para juntos pavimentarmos todas

As estradas que nos levarão para uma tarefa de exercício da cidadania.

Amanhã,

Os filhos teus Brasil, não fugirão à luta. Homens e mulheres de todas as religiões,

De todos os credos partilharão desse novo sentimento de construção de uma pátria

Onde todos possam sonhar em ter vida em abundância.

Amanhã,

O riso mais ingênuo dos mocambos, das favelas, do universo da periferia aguarda a sua

Decisão apontando para uma perspectiva de mais distribuição de renda,mais justiça social

E mais solidariedade humana.

Amanhã,

Mais nenhum mistério por mais que pareça porque a fome que ainda insiste em continuar

Matando não deixou de ser a dor de todos nós....E você é responsável!!!!!!!

Amanhã,

Quando o silêncio exigir de sua consciência uma manifestação de carinho e de ternura para

Com todos os compatriotas , seja você , amigo, um protagonista dessa festa.

Amanhã,

Na sua altivez,seja convidado para celebrar conosco a festa da
D E M O C R ACIA.*


*Por Genildo Costa, cantor e compositor, apresentador do programa "Cultura dos Monxorós" da Rádio Rural de Mossoró.

Dilma: o enterro da política feita nas sombras

Por Rodrigo Vianna do blog Escrevinhador.

A vitória de Dilma significa a vitória de lutas que vêm de longe, como eu já escrevi aqui.

A vitória de Dilma é a vitória de Lula e de um projeto que aposta na inclusão. É a continuidade de um governo que teve atuação marcante em quatro eixos, pelo menos:

- criação de um mercado consumidor de massas (recuperação do salário-mínimo, do salário do funcionalismo, Bolsa-Familia, política mais agressiva e popular de crédito) – teve papel fundamental no enfrentamento da crise econômica mundial, porque o Brasil deixou de depender só das exportações e pôde basear sua recuperação no mercado interno;

- respeito aos movimentos sociais – parceria com sindicatos, diálogo com as centrais, com o MST;

- recuperação do papel do Estado – fim das privatizações, valorização do funcionalismo, novos concursos públicos, recuperação do papel planejador do Estado (por exemplo, no campo da energia), fortalecimento dos bancos públicos (não mais como financiadores de privatizações suspeitas, mas como indutores do desenvolvimento);

- política externa soberana – enterro da Alca, criação da UNASUL, valorização de parcerias com China, India, Irã; fim do alinhamento com os EUA.

Dilma significa que isso tudo pode seguir. Mas a campanha mostrou que há pelo menos uma área onde o governo Lula errou, por timidez: política de Comunicação. Durante a reta final do primeiro turno, o Brasil voltou a ficar refém de quatro ou cinco famílias que ditam a pauta do Brasil. Os blogs e um ou outro meio tradiconal ofereceram certo contraponto. Mas foi pouco. No segundo mandato, com Franklin Martins, Lula mostrou que é possível avançar muito mais nessa área!

A vitória de Dilma significa também a derrota de muita coisa. Derrota do preconceito e do ódio expressos em mensagens apócrifas, derrota de quem acredita que se ganha eleição misturando política e religião – de forma desrespeitosa e obscurantista.

Dilma no poder significa a derrota de Ali Kamel e seu pornográfico jornalismo de bolinhas na “Globo”. Significa a derrota de Otavinho e suas fichas falsas na “Folha”. Significa a derrota da Abril e de seus blogueiros/colunistas de esgoto.

Dilma é a derrota da extrema-direita que espalhou boatos, fotos falsas, montagens grosseiras e – quando desmascarada – saiu correndo (apagando sites, vestígios, provas).

A vitória de Dilma é a derrota da maior máquina ideológica conservadora montada no Brasil desde o golpe de 64. Essa máquina mostrou sua cara na campanha – unindo a Opus Dei, o Vaticano e o que restou da comunidade de informações a essa turma “profisional” que espalhou emails, calúnias, spams (e atacou até blogs progressistas na calada da noite).

A consagração de Dilma significa a derrota de um candidato covarde: não teve coragem de mostrar FHC na campanha, fingiu ser amigo de Lula e, no desespero, usou aborto e a própria mulher para ataques lamentáveis…

Dilma é a derrota de uma política feita nas sombras, nos telefonemas para as redações, nos dossiês. Dilma significa a vitória de um projeto generoso, e o enterro de uma determinada oposição.

Quem torce pela democracia torce também para que uma nova oposição – séria e democrática – prospere, longe dos dossiês e da truculência serrista. Na próxima semana, teremos tempo para pensar a fundo no que pode vir de uma oposição renovada, quais os movimentos possíveis…

Mas acho que não devemos ter ilusão. Serra tirou da garrafa a extrema-direita. O tipo de campanha feita por ele, e que obteve mais de 40% dos votos, mostra que essa máquina conservadora está à espreita. E pode voltar a atacar. Os colunistas e os chefetes ressentidos – em certa imprensa pornográfica – seguirão a agir nas sombras.

Caberá a nós lançar cada vez mais luz sobre as manobras dessa gente. Derrotada pelo voto e pela força do povo brasileiro.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Frei Betto: Dilma e a fé cristã

Reproduzo artigo de Frei Betto, publicado na coluna "Tendências/Debates" da Folha:

Conheço Dilma Rousseff desde criança. Éramos vizinhos na rua Major Lopes, em Belo Horizonte. Ela e Thereza, minha irmã, foram amigas de adolescência. Anos depois, nos encontramos no presídio Tiradentes, em São Paulo. Ex-aluna de colégio religioso, dirigido por freiras de Sion, Dilma, no cárcere, participava de orações e comentários do Evangelho. Nada tinha de "marxista ateia".

Nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar, com violência, os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte.

Em 2003, deu-se meu terceiro encontro com Dilma, em Brasília, nos dois anos em que participei do governo Lula. De nossa amizade, posso assegurar que não passa de campanha difamatória - diria, terrorista - acusar Dilma Rousseff de "abortista" ou contrária aos princípios evangélicos. Se um ou outro bispo critica Dilma, há que se lembrar que, por ser bispo, ninguém é dono da verdade.

Nem tem o direito de julgar o foro íntimo do próximo. Dilma, como Lula, é pessoa de fé cristã, formada na Igreja Católica. Na linha do que recomenda Jesus, ela e Lula não saem por aí propalando, como fariseus, suas convicções religiosas. Preferem comprovar, por suas atitudes, que "a árvore se conhece pelos frutos", como acentua o Evangelho.

É na coerência de suas ações, na ética de procedimentos políticos e na dedicação ao povo brasileiro que políticos como Dilma e Lula testemunham a fé que abraçam. Sobre Lula, desde as greves do ABC, espalharam horrores: se eleito, tomaria as mansões do Morumbi, em São Paulo; expropriaria fazendas e sítios produtivos; implantaria o socialismo por decreto...

Passados quase oito anos, o que vemos? Um Brasil mais justo, com menos miséria e mais distribuição de renda, sem criminalizar movimentos sociais ou privatizar o patrimônio público, respeitado internacionalmente.

Até o segundo turno, nichos da oposição ao governo Lula haverão de ecoar boataria e mentiras. Mas não podem alterar a essência de uma pessoa. Em tudo o que Dilma realizou, falou ou escreveu, jamais se encontrará uma única linha contrária ao conteúdo da fé cristã e aos princípios do Evangelho.

Certa vez indagaram a Jesus quem haveria de se salvar. Ele não respondeu que seriam aqueles que vivem batendo no peito e proclamando o nome de Deus. Nem os que vão à missa ou ao culto todos os domingos. Nem quem se julga dono da doutrina cristã e se arvora em juiz de seus semelhantes.

A resposta de Jesus surpreendeu: "Eu tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; estive enfermo e me visitastes; oprimido, e me libertastes..." (Mateus 25, 31-46). Jesus se colocou no lugar dos mais pobres e frisou que a salvação está ao alcance de quem, por amor, busca saciar a fome dos miseráveis, não se omite diante das opressões, procura assegurar a todos vida digna e feliz.

Isso o governo Lula tem feito, segundo a opinião de 77% da população brasileira, como demonstram as pesquisas. Com certeza, Dilma, se eleita presidente, prosseguirá na mesma direção. *

*Extraído do blog do Miro (www.altamiroborges.blogspot.com)