terça-feira, 26 de julho de 2016

Temer usa a crise para dilapidar a CLT, antigo sonho do andar de cima

Do Blog do Sakamoto.

Crises econômicas são uma merda. Não há outra palavra para defini-las. Principalmente para quem depende única e exclusivamente de seu salário para sobreviver. Não apenas pelas demissões e o desemprego, mas por momentos de crise serem utilizados como justificativa para redução nos direitos dos trabalhadores. Ou seja, é porcaria que gera mais porcaria.

Desculpe inundar o seu domingo com essa palavra fétida, mas não vejo outro sinônimo para descrever a situação. Pois é no momento em que os vulneráveis mais precisam do Estado para terem seus direitos garantidos é que o próprio Estado, aliado a uma parte do empresariado, torna-se vetor para derrubá-los. Sem o mínimo pudor, lança um monte de purpurina dourada em cima da merda e a rebatiza de “oportunidade''.

E com o discurso de que precisa fazer mudanças profundas para garantir que o país continue viável, corta na carne alheia até o osso e além. São “sacrifícios'' necessários para que o país volte a crescer. O que não revelam é que as propostas de mudanças, como a dilapidação da CLT e o aumento no tempo de contribuição para poder se aposentar, povoam os sonhos eróticos de parte do andar de cima da sociedade há muito tempo.

domingo, 24 de julho de 2016

Sortidas...(24 jul)

Os comunas vêm aí... E não estão de brincadeira. Prova disso foi o lançamento da pré-candidatura a vereador de Carlos Lacerda (PC do B), Cateca, no Clube Espaço Verde, no último dia 09/07. O evento reuniu um bom público e reforçou as apostas do partido no retorno de sua maior liderança à Câmara Municipal.

Aperitivo. A proximidade do início da campanha eleitoral aumentou a adrenalina dos correligionários mais ansiosos. Para conter tamanha expectativa, os pré-candidatos a prefeito se desdobram na promoção de encontros festivos que servem de aperitivo à folia partidária prestes a começar.

Atrito em evidência. Nos últimos dias, PHS e PPS anunciaram seus prováveis nomes à sucessão do prefeito em eventos muito concorridos. A repercussão de tais manifestações, porém, priorizou a medição de forças entre as oposições em detrimento da ofensiva conjunta contra o governo do PMDB.

Foto: DG.
Caxica, o biólogo. Na ação movida contra o titular deste blog, Caxica(PSB) negou sua atuação como político e fixou no ano de 2000 o fim de sua "curta" carreira nessa área. Curiosamente, o pessebista tem sido visto com frequência em atos pré-eleitorais que sacodem a cidade. Como muito se tem falado em abelhas e jacarés por aqui, é provável que agora ele prefira a biologia à política.



Jandaíra. A crítica favorita da oposição dissidente(PPS,PSD) à Cinthia Sonale(PHS) refere-se ao apoio dela à gestão peemedebista até meados de 2015. Apesar da exploração política da antiga parceria, o discurso da vereadora segue morno em relação aos adversários do partido, cuja mascote é uma abelha.

Foto: Ascom da PMG.

A verdadeira oposição. Na plenária do seu partido ocorrida no dia 16/07, Galego(PPS) voltou a apresentar-se como a “verdadeira” oposição, a “fiel”, numa clara provocação à sua concorrente do PHS. Meses atrás, um comentário público dele nessa mesma linha praticamente selou o racha do bloco perdedor da eleição de 2012.

O segredo. Segundo Veronilde(PPS), o temor a Deus é o segredo para a boa aplicação do dinheiro público. Ele se julga entre os probos (ex) governantes de fé, mas sua autoavaliação é controversa. O ex-prefeito teve contas rejeitadas pelo TCE e foi condenado em 1ª instância a devolver mais de R$ 1 mi ao erário.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Os buracos da memória e a verdade atemporal

Buraco da memória numa imagem do filme 1984.
Todo dia era a mesma coisa. Ele chegava ao local de trabalho e de lá o ofício o obrigava a mudar o mundo. Pelo menos aquele dos jornais, revistas e outras publicações sob a supervisão do governo. Sua principal função era “corrigir” notícias contrastantes com a realidade permitida pela autoridade da época. Falo do protagonista de 1984, clássico de George Orwell, escrito em meados do século passado, mas de uma atualidade fantástica.

Na obra, o personagem Winston Smith era um agente estatal vinculado ao Ministério da Verdade e responsável pela revisão dos textos voltados ao grande público. Ao detectar informações “equivocadas”, Smith, em atenção às ordens superiores, eliminava os documentos contendo as versões obsoletas, jogando-os numa abertura da parede de sua estação de trabalho, conhecida como buraco da memória. Por essa passagem, os títulos, então apócrifos, viravam lixo e eram incinerados em uma fornalha.

A Casa Grande inviabiliza um projeto de nação

Por Antônio Renato.

Nas nossas reflexões, que vez por outra reproduzimos nos blogs da nossa cidade, utilizamos com frequência um termo emprestado do jornalista Mino Carta, “casa grande”, que representa uma forma histórica de nos referirmos as nossas insensíveis elites e por consequência ao seu caráter, colonizado, no sentido de quem não tem um projeto de nação independente.

A título de informação, a casa grande era a residência dos senhores de engenho e de escravos, que fazia parte da grande propriedade onde se desenvolvia o tipo de economia açucareira, voltada para exportação, que por sua vez também abrigava a senzala, onde ficava os escravos, pés e mãos dessa economia.

O real da ficção

Por Genildo Costa.

Não ousaria, jamais, apresentar o que penso, o que acho das coisas de tudo que já foi dito em belíssimas retóricas. Nas conversas de botequins, nos momentos solenes de rigidez protocolar. Enfim, por esses corredores de nosso cotidiano onde tudo é possível por mais que tentemos evitar a insensatez dos mais sensatos, aparentemente.

Ouço de tudo. Nada, nada me comove. Apenas tento apreender e comigo fica alguns instantes vividos e, de repente, esqueço, literalmente. Acho que exercitar o passado excessivamente é tornar-se, naturalmente, surreal e repetitivo. Guardo lembranças sem que seja necessário tratar de todas as memórias. Pra cada calendário uma nova roupagem, um novo figurino. Uma fala de persuasão altiva. Fugaz. É a face mais sombria e terrível de quem se fez signatário de sua decrepitude, infelizmente. Diz-se que quando não nos reconhecemos como sujeito de nossa caminhada acabamos pedindo os passos alheios para completar o que resta do percurso. É o que ora espreito nesses fatídicos dias que virão impávidos e de profundo desrespeito aos reais valores de nossa autêntica e respeitável cultura popular nordestina.

Vereador manifesta repúdio à Escola sem Partido