domingo, 3 de junho de 2012

O mito de Davi contra Golias



"A história se repete como farsa."(Karl Marx).

Imagine, leitor, que você está assistindo a uma partida de futebol. O jogo está sendo disputado por um time da oitava divisão e outro famoso por colecionar títulos importantes. Lembrete: o seu clube do coração não está em campo e a partida é um simples amistoso, sem falar que nenhum dos times é rival histórico do seu.

Nesse caso, por quem você torceria? Bom, é claro que torcer por ninguém e desligar a TV por conta da chatice do jogo é uma opção plausível, mas caso queira continuar vendo os atletas correrem atrás da bola, muito provavelmente se definirá pelo 'azarão', a famosa 'zebra', o lado mais fraco.

Pois é, meu amigo, os políticos sabem bem disso e essa tendência, via de regra, é bastante trabalhada nas campanhas eleitorais de todo o país. Em Grossos não é diferente. Há casos emblemáticos do uso dessa estratégia, já adotada por 'Duquinha', Dehon Caenga e o próprio João Dehon, este último sem muito êxito até aqui.

A fórmula só funciona com quem sabe usá-la.

E por que com alguns ela dá certo e com outros não? A resposta passa pelo profissionalismo de cada um e também a capacidade de sustentar um discurso  convincente. Só pra exemplificar vou me ater à comparação entre os dois Joões, o da Costa e o da Silva, uma vez que eles viveram lados opostos da mesma moeda.

O primeiro perdeu a campanha de 2000 e foi vítima do mito de Davi contra Golias, ou seja, a falsa construção no imaginário popular de uma batalha do mais fraco contra o mais forte. Por ironia do destino, 4 anos depois Dehon se consagrava prefeito valendo-se do mesmo recurso que o havia derrotado antes.


Contudo, a vitória do líder do PPS exigiu, além de planejamento, humildade em reconhecer os erros do passado. Assim, logo, logo ele percebeu que a chave de sua campanha exitosa estava no seu xará. Foi fácil detectar isso, pois um político com tantos bajuladores ao seu redor (cena pra lá de caricata) não teria condições de enxergar um palmo à frente do nariz. Dehon então não hesitou e passou a apostar todas as fichas nos tropeços do seu adversário.

E enquanto o prefeito da época desfilava pelas ruas com dois trios elétricos, seu opositor passava ao lado com uma carrocinha de som rumo à vitória. Naquele momento, o 'discurso contra os poderosos' já surtira efeito e o então petista, entretido recitando o "Espelho, espelho meu...", havia caído direitinho na armadilha.

Em 2008, João Dehon até que tentou repetir a fórmula empregada pelo seu sucessor em 2004, mas aí apareceu uma Naja no meio do caminho para desacreditá-lo. Na última eleição municipal, ele já sabia que o povo queria viver uma aventura épica, o problema é que montado numa super, hiper, mega estrutura não se passa a impressão de estar com Davi, e sim com Golias.

Dias atrás, o agora peemedebista voltou a pedir 'ajuda' aos seus correligionários para o embate vindouro. Resta saber se ele continuará fazendo isso, caso precise durante a campanha trazer o trio de Chiclete com Banana para os seus comícios.

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