Os norte-americanos comemoram a morte de Osama Bin Laden como um grande feito. A euforia do momento é tanta que eles mal conseguem pensar nos perigos que estão por vir. Isto porque o sucesso da operação militar que ceifou a vida do terrorista está apenas ofuscando o início de uma outra guerra: a que será travada contra o seu fantasma.
De agora em diante, o fronte de batalha terá que se deslocar para o campo ideológico na tentativa de conter a construção de um mito do mundo árabe. E não faltam elementos para tal caracterização. Ora, o principal líder da Al Qaeda pôs o Gigante do Capital de joelhos. Encontrou falhas num sistema de defesa supostamente infalível.
Sem falar que o mesmo império demorou uma década para lhe tirar a vida. Tempo suficiente para Bin Laden instigar o ódio contra o Ocidente e fazer o seu rival investir bilhões de dólares numa guerra que dizimou milhares de jovens americanos. O custo de tudo isso, portanto, foi muito alto e a vitória festejada pelo povo estadunidense é uma vitória de Pirro.
Além do mais, a ofensiva contra o terror ganhará um oponente muito difícil de ser derrotado: a memória do mártir que morreu em combate. Este sim é um inimigo que nem o maior poder bélico do mundo consegue eliminar. Por isso, o espectro do maior desafeto do Tio Sam deve continuar protagonizando capítulos ainda mais sangrentos dessa história de horrores.
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