Era uma vez um prefeito de uma pacata cidade do interior que havia celebrado uma série de convênios com o governo federal. Com o passar do tempo, os recursos foram sendo liberados e nada das obras aparecerem. Para explicar o descompasso entre o volume de dinheiro disponível e a ausência das benfeitorias públicas, o chefe do executivo só encontrou uma saída: responsabilizar as empresas vencedoras da licitação. Segundo a versão oficial, elas abandonaram as obras, pois consideraram os valores a serem pagos defasados. Mesmo sabendo que era muita coincidência uma única justificativa condenar a execução de quase todos os convênios, muita gente se convenceu da história contada pela Prefeitura. Não por ingenuidade, mas talvez por acreditar na semelhança desta narrativa com a dos contos da carochinha. Sendo assim, ficam à vontade para soltar a imaginação e fazer das próprias consciências livrinhos de histórias infantis.
Ilustração do livro "Quem quer casar com a carochinha" de Salomé de Almeida.
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