segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Primeiro passo

Por Genildo Costa.*

Como todos os dias, vejo cenas repetidas de um mesmo teatro que não suporto mais encará-lo de frente. Por mais que seja real, devo dizer de meu ceticismo,ou melhor, de minhas dúvidas que atormentam as noites de minha solidão. Não costumo até então guardar comigo confetes para alimentar a vaidade de quem quer que seja. Deve ser por conta dessa minha ausência nos espaços de glamour que hoje pago um preço altíssimo em continuar defendendo intransigentemente a liberdade de manifestação da palavra, mesmo sabendo que aos loucos pelo menos persiste o direito de continuar sonhando. Quando não mais prestar para sonhar sonhos possíveis, remeterei a mim mesmo uma carta suicida, e farei de meu silêncio o instrumento para denunciar os meus devaneios e utopias vãs.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A qual, era do Brasil.

Por Jessier Quirino.*

Cortam coqueiros que dão coco
Alagam fontes murmurantes
Poluem rios e o mar
Fecham as cortinas do passado
Jogam a mãe preta do cerrado
Nunca se cansam de roubar
Ah! Era um Brasil lindo e trigueiro
Riqueza, tanta riqueza...
Será que dá pra acabar?
No caminho que caminha,
Escreveria Caminha:
Em se roubando tudo, dá.

Jessier Quirino* é um poeta paraibano.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Coração de firma bate forte no Natal.

 Por Rubem Braga*.

"Comprem, comprem!" A publicidade faz sua grande farra de fim de ano, e nós é que devemos pagá-la. Uma garrafa de uísque deixa de ser uma garrafa de uísque, é um mimo envolvido em cores mil, cercado de frases festivas e exclamações: assim todas as coisas perdem seu ar honesto, afetam uma alegria sem graça.

E a burguesia faz surrealismo sem o saber. Que existe de mais louco do que receber votos de Feliz Natal e Próspero Ano Bom não de uma pessoa, mas de uma firma comercial, um banco, um ser jurídico? Não é o homem de empresa que nos saúda alegremente, de cristão para cristão; é a própria  sociedade anônima que se faz afetuosa, que exprime os bons sentimentos que empolgam seu espírito de estatuto ou sua alma de balancete. É, digamos, a Coperval S.A., uma senhora visivelmente lírica, amante de legendas douradas sobre fundo azul, com uma letrinha sentimentalmente inclinada para a direita, flores e anjos, sinos a badalar. O coração da firma está batendo de afeto.

Dezembro, 1988.

* Rubem Braga foi um dos maiores cronistas brasileiros. O texto da postagem é um excerto da crônica Águas de Leste e Papai Noel contida no livro Um cartão de Paris (1997).

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Getúlio e Lula

Por Montserrat Martins no site Sul21.

Mito maior da história política nacional, Getúlio Vargas é alvo de estudos e biografias, duas delas nas livrarias atualmente, sendo uma de um brazilianist, Richard Bourne, professor da Universidade de Londres, que também escreveu uma biografia de Lula. Evidentemente, é mais fácil estudar o personagem da história que o do presente, mesmo sendo possível estabelecer paralelos entre ambos – por alguns traços comuns que merecem ser comentados.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Relicário

Por Genildo Costa.*
Palavras de sincera gratidão.

Numa dessas manhãs de céu cinzento tomei a liberdade de olhar mais de perto algumas daquelas fotografias que nos remetem medo e temeridade. Mesmo sem ter os cuidados básicos, penso que não fui tão relapso com umas dezenas de retratos que me atormentam e a mim mesmo denunciam.

Não tenho lembranças de todas as trilhas. Obviamente apenas me encorajo de tornar público e notório o tamanho de minha devoção para com todos os gestos tão bem postados a cada fotografia que consigo salvar. Não tenho nenhuma dúvida, foram tempos memoráveis. Nem todas estão sob a minha batuta. Devo, ainda hoje, revirar o meu relicário na tentativa de rencontrá-las. Caso isso aconteça,vou ter a felicidade de olhar bem dentro de meus olhos e certamente vou ter que enxergar bem no fundo de minhas retinas os primeiros passos ensaiados rumo ao caminho das pedras.

Nada de muito esforço para se ver diante do espelho da vida. Apenas algumas veredas de sombras podem nos conduzir à uma profunda retomada quanto a nossa posição nesse picadeiro de múltiplas facetas. Nada contra ao imediatismo. Confesso até de minha admiração por aqueles que não comungam com aquela ideia de que nem todo atalho diminui uma distância. Devo manifestar respeito, porque só assim é possível garantir para a posteridade o mínimo de respeito aos que conseguem divergir de minha maneira de ser frente aos embates do cotidiano.

Mas o que me comove realmente é saber que as lágrimas que brotam podem fazer renascer um sonho antigo. Desses de um tempo também antigo. Tão velho e desbotado que até se confunde com a nossa coragem às vezes de dizer de nossas decepções e desencantos para com o que haveríamos de fazer e não fizemos.

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Quem tem medo do debate?



A cada dia cresce a expectativa para o debate entre os candidatos a prefeito de Grossos. A ideia foi lançada pelo ex-prefeito João Dehon (DEM) no dia 21/07. De lá pra cá a proposta ganhou a adesão pública do candidato do DEM, Enilson Fernando, mas foi ignorada pelo grupo situacionista, que evita a todo custo tocar no assunto. O tema, apesar de 'proibido' nos bastidores do governo e nos veículos de comunicação ligados ao Palácio, vem ganhando força nas redes sociais. Resta saber até quando os pessebistas irão se esquivar de uma iniciativa tão louvável em qualquer democracia.

Esconde-esconde

Procurando...
 

Uma brincadeira de esconde-esconde é a chave da eleição. Não entendeu? Então tente encontrar no palanque governista o empresário que é padrinho político do candidato do PSB. Quem conseguir ganha um doce!

domingo, 5 de agosto de 2012

Protocolo em preto e branco

Ao menestrel e parceiro Gonzaga de Areias.
Por Genildo Costa.*

Sempre tive interesse em conhecer de perto pessoas de atitude. Algumas até surpreendem mais que outras. Evidentemente que somos imprevisíveis, queiramos ou não. Vez em quando dou de cara com quem na mais tenra idade conseguiu definir-se para este mundo de tamanha vulgaridade.

São quase sempre os mesmos quereres. As mesmas cantilenas. Raramente algo de inovador acontece nesse tão antigo e surrado expositor de peças de sedução diminuta. É claro que é nesse tabuleiro onde o belo e o inconsequente passam muitas vezes despercebidos.

Mesmo assim se fez sonoridade e canção. Não só compasso e nem tampouco a cadência intimista naquela tarde. Era a gestação da palavra em forma de música de rara execução. Uma possibilidade talvez de não mais ter que disfarçar o sorriso ingênuo tão presente na expressão viva de sua simplicidade. Mais que isso, diria que a construção do belo sempre esteve muito distante de nossas vaidades e muito próximo das coisas que não conseguimos materializar juntos.

Penso em não querer versar sobre a nossa possibilidade de entender as inúmeras canções que tivemos que lapidar com cuidado. Algumas até se dissiparam. Creio que não mais estão entre nós. Seguiram por percurso que desconheço. Devo um dia buscar motivação para encontrá-las e saudar a mais bela estrofe. Reinventar o riso quando a dor se emancipar de cada lágrima contida em versos que tive que suportá-los.

Decidi guardar comigo os racunhos onde estão expostas a caligrafia e a concretude de credencial inigualável, pois algumas vezes denunciamos juntos o prazer de cantar coisas da alma da gente. Até então o belo nada mais era do que a consistência de uma melodia. E não havíamos tido o tempo necessário para acreditar que a vida é muito mais que a tua voz gravada numa lâmina de vinil. E acontecemos assim. Distantes sem que o paradeiro de outras canções pudessem tratar de redimir a nossa máxima culpa de não poder superar todas as adversidades.

Para alguns, o contraditório. O intransitável. O paradoxo que não tem explicação. A rebeldia em carne viva que se autoflagela e perde o prumo e não mais encontra o caminho de retorno à morada antiga. Para o belo,não mais a superficialidade que me importa, pois o que interessa é poder minimizar o sentimento de perdas irreparáveis. Foram tantas e não mais quero ter que buscar na fugacidade de minhas vagas lembranças a complexa tarefa de compreender a omissão da retórica perdida. Nesta sempre existirá a esperança de viver intensamente a legitimidade do belo, e isso nos dá a dimensão exata do inconsequente e sua vulgaridade por sob esse céu cor de anil.

*Genildo Costa é cantor e compositor.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Uma nova campanha está prestes a começar

Cronômetro zerado.

Ainda essa semana uma nova campanha eleitoral deve começar em Grossos. Até o momento o embate mantém as características do período que antecedeu a disputa oficial por votos, inclusive com a sua principal indefinição.

No entanto, a decisão em 1º grau sobre o registro do candidato do PMDB vai mudar radicalmente essa realidade. Os nomes à eleição majoritária poderão até ser os mesmos, mas as novas circunstâncias irão pesar sobremaneira no jogo sucessório a ponto de redefinir as estratégias das principais candidaturas.

sábado, 28 de julho de 2012

O opositor mais querido do governo

A oposição aceitável porque vantajosa.

Na quinta-feira(26/07), as coligações encabeçadas pelo PSB e DEM realizaram comícios relâmpagos na cidade. A primeira no bairro Boa Esperança e a outra no Coqueiros. Na movimentação dos socialistas, o discurso do advogado Mário Jácome (PC do B) chamou atenção principalmente pela maneira como se referiu ao candidato do DEM.

Mário disse que Enilson é uma boa opção para Grossos e que seu problema é a falta de experiência administrativa(como se Alexandre a tivesse) e a ausência de um equipe capacitada para governar o município.

Mas o elogio com ressalvas do causídico não foi respondido com muita cordialidade pelo democrata. Este varreu com duras críticas todas as áreas do governo, desconstruindo a imagem de boa gestão defendida pelo 'comunista' momentos antes em um outro ponto da cidade.

Enilson criticou a saúde municipal, que segundo ele, possui um hospital bonito, mas é deficiente quanto à oferta de medicamentos e à qualidade do atendimento às pessoas. Questionou também a construção do ginásio poliesportivo em frente ao cemitério, atribuindo isso ao fato de a Prefeitura não querer comprar 'um palmo de terra' na cidade.

Além disso, apontou uma falha na duplicação da Cel Solon na entrada de Grossos, onde o candidato observou um desnível acentuado (cerca de 30cm) entre o eixo da pista e o acostamento.

Falou ainda da morosidade governista em executar a obra do saneamento básico e do descompasso entre a verba liberada e o que já havia sido feito. Por fim, voltou a expor que era preciso embelezar a cidade, que estava com ruas escuras, esburacadas e com muita areia sobre o calçamento.

E apesar do pronunciamento tão combativo, mais até do que aquele adotado pela ala verde da oposição, o ex-vereador continua em alta no grupo situacionista. Ele é, por enquanto, o 'queridinho' dos inquilinos da prefeitura, mesmo contribuindo para acentuar o desgaste político do prefeito.

Isso se justifica pelo fato de a candidatura do DEM ser a principal arma do PSB para frear o crescimento de João Dehon (PMDB) na sede do município, onde os socialistas sempre estiveram em desvantagem nas últimas eleições.

Quero só ver o tratamento que o Palácio José Marcelino vai dispensar a Enilson quando ele não for mais útil às pretensões governistas. Essa mudança de postura só deve acontecer caso o registro de João seja indeferido. Nessa hipótese, o líder do Democratas tende a ser o principal alvo da situação, que certamente não o verá mais com os olhos de hoje.

A motivação do discurso.

O discurso incisivo do DEM contra a gestão 'Trabalhando pra você' é motivado por uma indefinição da disputa até aqui: a candidatura de João Dehon. Enilson sabe que precisa cativar os eleitores do peemedebista para comandar uma provável migração de votos entre as alas da oposição. E para tanto ele precisa, claro, assumir a figura de crítico ferrenho da administração municipal, o que tem feito com boa desenvoltura.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Estou pensando que não voto mais em oligarquias

Texto de Honório de Medeiros extraído do Blog do Carlos Santos.

Estou pensando que não voto mais em oligarquias, bem como não voto mais em quem apóia ou é apoiado por oligarquias. Qualquer oligarquia.

Na “Ciência política”, oligarquia é a forma de governo em que o poder político está concentrado num pequeno número de pessoas identificáveis por interesses particulares tais como riqueza, laços familiares, empresas ou poder militar.

Estados em que isso acontece são muitas vezes controlados por poucas famílias proeminentes que repassam a sua influência ao longo de gerações.

Ressalvo, desde já, que já votei e, até mesmo, já trabalhei para algumas oligarquias. Assumo meu erro. O que eu não quero é continuar a errar.

Nada há de pessoal contra quem quer que seja nessa tomada de posição. Ela decorre de uma percepção amadurecida do processo político.

Trata-se de não mais crer que alianças táticas com o inimigo ideológico permitam algum tipo de avanço na luta pelo fortalecimento da Democracia e do bem-estar da Sociedade como um todo.

Ao longo dos anos foi essa minha crença, minha ilusão acalentada desde os bancos da Faculdade de Direito onde ingressei convicto da nossa possibilidade de mudar o mundo por dentro, jogar o jogo da elite política: torná-lo menos injusto.

Hoje, essa crença não existe mais.

terça-feira, 24 de julho de 2012

No 'grito' não se ganha campanha

Imagem retirada do facebook.
Falta de respeito.

Alguns candidatos das três coligações de Grossos querem ganhar a campanha no 'grito'. Eles duelam diariamente na cidade com as suas carrocinhas de som pra saber qual paredão é mais potente, ou, em outras palavras, quem fala mais alto.

Desde o dia 06/07 que essa disputa paralela tira o sossego da população. Devido ao excesso de barulho, ninguém mais consegue descansar, dormir ou estudar durante o dia e parte da noite.

É o show da ignorância que confirma esses tempos de barbárie política e transforma a pequena urbe numa terra sem lei.

Nota do blog:  A poluição sonora poderia ser substituída por mensagens dos candidatos contendo propostas para um possível mandato. Mas aí é que está o problema: a maioria deles não quer se comprometer para evitar cobranças futuras. Afinal, perturbar o sossego alheio continua sendo a opção mais cômoda.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Há quanto tempo!

Por Genildo Costa* via Recitanda do Jornal O Mossoroense.

Aos visionários da lousa perdida!

Quase que não reconhecia, realmente, o meu Neruda que havia perdido. Encontrei-o, menos alegre que outrora, apenas algumas rugas. Algumas, por demais imperativas, outras, pura confissão. Detive-me, por alguns instantes, e a mim mesmo resolvi denunciar a trágica cumplicidade, tardiamente.

Cuidei de me antecipar e tentar entender que a lisura desses tempos de infortúnios vividos deixou-me lembranças. Por sinal boas lembranças. Só agora a serenidade alumia a tez de nossas velhas e intransitáveis veredas de absoluta solidão.

Por mais que tentasse construir atalhos para reinventar palavras de convencimento, de persuasão, mais confuso lá estava, a minha única e singular pessoa. Mesmo assim resolvi optar pelo retrovisor do tempo, e por incrível que pareça, percebi que tudo que havíamos projetado não mais estava em sintonia com a pulsação de nossas aspirações.

Optei por tentar uma nova convivência. Fazer-se de aprendiz para só agora iniciar um trajeto que me levaria a reunir todas as páginas que num passado, não muito distante, nos ensinou a apontar caminhos. Seria, então, velhos fantasmas que nos atormentam ou possíveis espectros que divagam por sobre a alcova desses homens de fé pequena e de fracassados sonhos? Creio que não.

Persisto em não querer, por mais uma vez, apresentar de novo justificativas para não ter que continuar me vendo anjo de uma corte celestial que nega no espelho de todos os dias a sua real identidade.

Que seja assim, pois, a impressão que fica dessa teia de relação promíscua é a de que o pretérito tão bem lapidado não nos servirá sequer para rever a tua lira composta em versos de pura indignação. Reconheço que agora é a negritude da lousa que se nega a doar-se completamente. Uma vaga lembrança de alguns memoráveis escritos não me deixa sequer tomar, em definitivo, a cicuta de meus desencantos.

Mesmo que tenha que fingir, não consigo. Não dobro esquinas desnecessariamente. Apenas, tenho evitado em não querer mais a leitura compulsiva de meu Neruda tão fragilizado e triste. Tentei revesti-lo de alento, não tive êxito. Mesmo assim, pude viver, intensamente, algumas páginas como se ali estivesse todos os meus dissabores.

Ainda permanecem, tão-somente, as irrevogáveis cicatrizes que certamente ficarão expostas. Os traços visíveis de sua fisionomia adormecerão comigo porque espero acordar sereno e não mais solitário de tuas páginas de dor e sofrimento.

*Genildo Costa é cantor e compositor.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

MP não criou óbice à candidatura de ex-prefeito


O Ministério Público lavou as mãos pela candidatura de João Dehon (PMDB). O fato não garante que o julgamento do pedido de impugnação contra o registro do candidato lhe seja favorável, mas é um indício de que sua tese de defesa tem algum fundamento. 

Não dá pra imaginar que o Parquet  enquanto órgão fiscalizador por excelência deixaria de agir se não houvesse motivos para isso. Pelo visto, a situação do ex-prefeito não é tão 'escandalosa' como pregam seus adversários(clique aqui).

Vale lembrar que da decisão da Juíza Kátia Cristina ainda caberá recurso e o prazo para julgamento da lide em todas as instâncias se encerra 45 dias antes das eleições (ver art.16, §1º da Lei 9.504). Portanto, o suspense sobre a cassação do registro de João deve durar até a segunda metade de agosto.

Nesse período, o peemedebista poderá realizar todos os atos relativos à campanha conforme reza o caput do art.16-A da Lei Geral das Eleições. 

P.S.: Datas importantes: as Zonas Eleitorais têm até o dia 5 de agosto para decidir sobre os registros de candidatura. Havendo recurso para o TRE-RN, este deve se pronunciar até o dia 23 do próximo mês. Saiba mais no link.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Sortidas...(18 jul)

Emparedados - "Estudos apontam que nos próximos dias haverá 1 paredão de som para cada 10 habitantes em Grossos Paradise." Por Matheus Felipe no twitter.

A cor predominante - No primeiro fim de semana no qual as três frentes partidárias de Grossos foram às ruas, a cor verde prevaleceu. Sem grandes comícios dos adversários, os bacuraus da cidade reinaram absolutos na avenida e atraíram uma multidão para sua passeata. A movimentação dos peemedebistas só confirma, para este momento da campanha, o favoritismo do ex-prefeito João Dehon.

Não vai ficar assim- Depois da tímida aparição no sábado passado(14/07), os socialistas grossenses estão se articulando para promover em breve um grande  comício. A coligação governista corre atrás do prejuízo para apagar a imagem negativa da sua última movimentação política, que ficou aquém das expectativas de público e animação. Para superar esse fiasco, espera-se que a situação ressurja com força total nos próximos dias.

Marketing de rua - Em Grossos as passeatas ou 'arrastões' substituem a propaganda eleitoral no rádio e na TV. São o termômetro da campanha e determinam o grau de confiança dos eleitores na vitória dos seus candidatos, influindo diretamente no ânimo da militância. É por isso que elas são tão importantes por aqueles lados da salinésia.

Síndrome do salto alto - A estreia dos bacuraus na avenida deixou a Casa Verde em polvorosa. Mas não custa nada lembrar os últimos embates eleitorais no município. A história recente não pode ser esquecida sob pena de propagar pela oposição a 'síndrome do salto alto'. Se ela quiser manter suas chances de êxito na disputa, então deve trabalhar como se estivesse em desvantagem, com os pés sempre no chão.

Faz tudo - Não existe campanha para Alexandre(PSB) sem a participação do prefeito de Grossos. Eu sei, parece óbvio, mas é que não tinha ainda a noção de quanto a candidatura do vereador depende do líder de Areias Alvas. Depende muito, muito mesmo! Só me dei conta disso depois de observar a mobilização dos socialistas no último sábado. Veronilde é uma espécie de 'faz tudo' no grupo. Ele está cobrando escanteio e correndo pra cabecear na área.

sábado, 14 de julho de 2012

Mímica para candidatos

Fala, candidato!

Muito provavelmente as três frentes partidárias do município devem ir às ruas neste fim de semana. Do lado da situação a expectativa maior recai sobre o pronunciamento do candidato a prefeito do PSB.

Tudo indica que ele não falou na convenção dos socialistas realizada dia 30/06. Quando se procura colher alguma informação sobre o seu discurso no evento a resposta é sempre a mesma: ninguém sabe, ninguém ouviu!

Até o Blog do Ronaldo não desvendou esse mistério. O engraçado é que o blogueiro pediu desculpas ao eleitores de Alexandre por não ter postado os discursos de todos os oradores da convenção( ver AQUI), porém não se referiu à fala do próprio candidato, como se ela fosse irrelevante naquele momento.

Mas não tem problema. Oportunidades não irão faltar pra gente ouvir o sobrinho de Caxica. Além do mais, se ele tiver qualquer dificuldade de falar em público o mesmo pode passar uma procuração para que o prefeito ou próprio tio o represente. E se isso ainda não funcionar, talvez recorra a linguagem de sinais ou mímica para se comunicar com os seus eleitores.

A reação 'verde'

A coligação Força do Povo realizou no final da tarde e início da noite de ontem comícios 'relâmpagos' nas principais ruas de Grossos.  A movimentação política atraiu um bom público e foi bastante animada, tanto que quase transformou-se numa grande passeata.

Além da forte presença popular, marca dos eventos promovidos pelo PMDB local, outro aspecto positivo chamou atenção: a mudança de postura da oposição 'bacurau'. Ela está trabalhando mais a questão das realizações do governo João Dehon e cedendo um espaço maior para que pessoas não candidatas exponham o porquê de votar no peemedebista.

Prova disso foi a veiculação durante o dia de ontem de depoimentos de eleitores ligados ao ex-prefeito assim como a participação de oradores que não concorrerão a cargo eletivo nesta eleição. Dessa forma, o palanque fica mais eclético e democrático, diversificando assim os argumentos a favor do candidato.

Com a sua primeira manifestação de rua, a ala verde da oposição dá sinais de que está reavaliando alguns erros de campanhas anteriores. Ainda falta melhorar muita coisa, é bem verdade. Precisa abolir, por exemplo, o discurso religioso. Contudo, na noite passada já foi possível verificar um bom começo.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Cifras

Zeros à direita.

O sistema DivulgaCand 2012 da justiça eleitoral traz informações no mínimo curiosas sobre as candidaturas grossenses. A primeira delas diz respeito a um comparativo da previsão de gastos dos concorrentes a uma vaga na Câmara com o limite de despesa estipulado pela chapa majoritária governista.

O valor fixado pelos socialistas para eleger o seu candidato a prefeito (R$ 320 mil) não corresponde sequer ao dobro da campanha mais cara de vereador da mesma coligação (R$ 180 mil).

Perguntas: como a situação vai encarar uma disputa caríssima com orçamento tão modesto? Estariam eles confundindo o grau de dificuldade do embate majoritário com o do proporcional? Poxa, quanta ingenuidade! Isso é comovente. 

Outro detalhe interessante atinge em cheio a parcela da oposição liderada pelo PMDB. No final de maio, o líder maior da legenda no município expôs num encontro com aliados as dificuldades financeiras do seu grupo político. Na ocasião, chegou a pedir a ajuda dos correligionários para enfrentar esses problemas de ordem pecuniária.

Agora, depois de ter estimado seus gastos de campanha em R$700 mil, vejo que o peemedebista confia muito nos seus eleitores, sobretudo naqueles mais abastados economicamente.

Ainda sobre a coligação Força do Povo, verificamos que são dela a maior e a menor projeção de despesas para esta corrida eleitoral, e que a candidatura mais barata do pleito (limite de R$25mil) é justamente a de quem tem maior patrimônio declarado(quase R$ 500 mil).

Vale registrar que o desrespeito a esses patamares preestabelecidos pode ser considerado abuso de poder econômico, no caso de fatos supervenientes e imprevisíveis não justificarem a alteração posterior de tais informações.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Números surreais

Acredite se quiser.

Foram divulgados essa semana os limites de gastos de campanha dos candidatos a prefeito e vereador de Grossos. Os valores informados à justiça pelos aspirantes a cargo eletivo são surreais, inverossímeis.

A campanha na pequena cidade praia é milionária e a cada novo embate eleitoral torna-se mais cara. No entanto, os números revelados não traduzem isso porque a política nacional e as instituições que a fiscalizam preferem a fantasia ao mundo real.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Efeito bumerangue

Arma perigosa.

O Blog do Ronaldo reacendeu uma discussão interessante ontem. Ele fez uma crítica ao conteúdo de algumas músicas de campanha da coligação Força do Povo. O comentário do professor é pertinente, pois não há dúvida quanto ao uso de alguns termos inapropriados nessas composições melódicas.

Não quero aqui posar de falso moralista. Todo mundo sabe que nessa época do ano eu também viro folião nos comícios de Grossos. E seria muita hipocrisia da minha parte dizer que me retiro da passeata no exato momento em que uma dessas "marchinhas' mais agressivas toca nos carros de som. Não é bem assim, muito embora discorde de certas letras.

Penso que nessas horas o bom senso deve prevalecer. Em que pese o sentido figurado de algumas palavras, a seleção do vocabulário exige cuidado para não transmitir uma mensagem equivocada ao eleitor.

Os coronéis

Eles são de verdade.

É importante frisar que nem todas as referências constantes nessas músicas de campanha são "abomináveis". Algumas contêm críticas válidas aos governantes enquanto outras satirizam políticos tradicionais do município. Numa delas, por exemplo, fala-se que na cidade ainda existe coronel. Eu só discordo do número. Acho até que tem mais e não vejo nenhum problema em tocar no assunto. Afinal, o autor da letra não se dirigiu nominalmente a ninguém, o que descaracteriza suposta difamação contra terceiros. No mais, ele só falou a verdade, pois essa figura da República da Velha continua tão presente na política local quanto no início do século XX. A propósito, quem em sã consciência diria que em Grossos não existe voto de cabresto e outros vícios do coroneslismo brasileiro?

terça-feira, 3 de julho de 2012

Pá-pá-pá-pá-pá-pá-pôw!

Onomatopeia

Muito barulho e pouco conteúdo marcaram as convenções partidárias em Grossos no último sábado (30/06). Nada de novo ocorreu nos eventos das principais legendas do município. Em suma, os seus próceres valeram-se da mesma estratégia para sensibilizar a plateia, qual seja, a exploração da religiosidade do povo aliada a uma performance teatral amadora para simular fortes emoções.

No mais, os personagens de sempre estiveram presentes: o medroso e o destemido, o ignorante e o sábio, o forte e o fraco, a vítima e o vilão, o bem e o mal. Papéis criados para si e atribuídos aos outros com o fim de incutir nos aliados a confiança nos seus candidatos e a repulsa aos adversários. Assim como a queima de fogos, esse velho jeito de discutir e fazer política na cidade virou tradição, sendo ainda adotado pela maioria das lideranças locais conforme se pode constatar a partir de uma simples leitura dos seus pronunciamentos.

O pensamento nacional e o fim da Ciência Política

Do Blog do Carlos Santos.

Precisamos com urgência fazer uma releitura dos grandes clássicos da Ciência Política. Ou jogarmos tudo fora e começarmos do zero, outro ponto de partida, depois de mais de 2.500 anos de estudos sobre o tema.

Rousseau, Montesquieu, Schopenhauer, Bobbio, Aristóteles, Marx, Maquiavel, Platão, Gramsci, Hobbes, Locke etc. estão ultrapassados, se formos seguir a moderna política do pindorama nacional.

Ao criar o PSD, o prefeito paulistano Gilberto Kassab afirmou que o partido não seria de direita, centro ou esquerda. Deixou os revolucionários franceses boquiabertos, remexendo-se em túmulos com ou sem cabeça pós-guilhotina.

Paulo Maluf (PP) decretou o fim da direita e da esquerda. Segundo ele, os conceitos que firmaram o pensamento universal sobre essas ideologias políticas estão ultrapassados.

Lula, como não sabe e nunca soube o que é uma coisa nem outra, concorda com Maluf e com Kassab. Para ele, o que vale é a “política de resultados”, vencer a qualquer preço e a governabilidade de qualquer forma, com qualquer aliado.

Enfim, temos aí a política à brasileira.

sábado, 30 de junho de 2012

Sortidas...(30 jun)

A travessia do Mar Vermelho
A esquerda decadente e a direita triunfante de Grossos. -  Os políticos conservadores do município estão em festa. A vitória é toda deles. Depois de décadas de dominação eles finalmente consolidaram a sua supremacia, adestrando a dita esquerda política para transmitir o seu legado de exploração. Missão cumprida, devem dizer para os seu pares, regozijando-se do feito. Afinal, não é pra menos, pois conseguiram unificar o pensamento político da cidade e agora têm garantias de sobra de que nada deve mudar tão cedo.

De novo não - Espero que o ex-prefeito João Dehon finalmente mude o seu discurso na convenção do PMDB que ocorrerá logo mais. Ele tem repetido as mesmas frases e referências nas suas falas em público. Não cita propostas nem lembra do seu governo. Tomara que hoje o peemedebista esqueça um pouco de Moisés cruzando o Mar Vermelho ou de Rui Barbosa defendendo Grossos. Se fizer isso, quem sabe o ouviremos finalmente falar de política.


Oposição dividida, chances de vitória reduzidas - A oposição grossense vem encontrando dificuldades para acertar os ponteiros. Se não marchar unida, não vai tirar proveito máximo da rejeição à chapa governista. Podendo escolher entre mais de um adversário do prefeito, o eleitorado não simpatizante da situação se divide e facilita a disputa para os rivais, que temem uma campanha com apenas dois nomes concorrendo à Prefeitura.

Reunindo os cacos - Se engana quem pensa que a falta de sintonia é privilégio da oposição. O governo sabem bem disso, pois ainda tenta se recompor do processo traumático que resultou na formação da chapa majoritária. A escolha dos candidatos deixou sequelas na base aliada, cicatrizes que um sorriso forçado para a foto não consegue apagar.
Atriz global foi assunto de encontro político em Grossos

Quebra de confiança- Os comunistas de Grossos não digeriram muito bem o fato de o PC do B não ter indicado o vice de Alexandre (PSB). Com a inclusão de Laíres (PR) na lista do TCE, a indicação era quase certa, mas acabou esbarrando em dois fatores: a vontade de Caxica, que é quem realmente bate o martelo nas negociações, e a quebra de confiança na relação com o prefeito.

O troco -  O mandatário socialista não engoliu o ensaio de dissidência do PC do B realizado no dia 04/05 (ver AQUI). O objetivo da reunião dos comunistas com o DEM não era unir Lula e Zé Agripino em Grossos, mas dizer ao chefe do executivo que a legenda poderia deixar a base do governo caso não fosse atendida nos seus pleitos. Bom, Veronilde anotou o recado e só teve o trabalho de esperar o momento certo para dar o troco à rebeldia dos aliados.

As fotos de Carolina Dieckman - Já sei, já sei. Alguém vai se manifestar dizendo que o editor do blog não estava lá e, portanto, o comentário acima não procede. Mas a Opinião reversa não precisa marcar presença nos conchavos políticos da cidade para saber o que as lideranças discutem. No caso do referido encontro multipartidário, tenho certeza que os problemas do município não entraram na pauta de discussão. Excluindo-se essa temática e a versão contada pelo blog, só nos resta acreditar que naquele dia os caciques locais se debruçaram estudando o impacto da morte de Tinoco na música sertaneja ou o vazamento das fotos de Carolina Dieckman nua na internet.*

*P.S.: A morte de Tinoco e as fotos da atriz global foram os assuntos mais comentados pela mídia nacional no dia 04/05/2012.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Ritmo lento

Preparação.

O blog diminuiu o ritmo das atualizações nos últimos dias para economizar energia em face da iminente campanha eleitoral na cidade. Mas aos poucos voltaremos à normalidade e até sábado (30/06), antes das convenções partidárias, algumas postagens em 'gestação' finalmente virão à tona. Aproveito a oportunidade para agradecer a paciência e o acesso dos webleitores que visitaram esta página desde segunda e não encontraram tantas novidades. Abraço a todos vocês e até a próxima opinião reversa.

domingo, 24 de junho de 2012

Dez Mandamentos da Mentira

Texto de Millôr Fernandes*.

I. Um homem que mente e diz que mente, mente ou não mente? Se diz mentira quando que mente, também não mente;

II. Vantagem extraordinária é a do mentiroso. Enquanto os outros sabem apenas o que sabem, ele sabe sempre alguma coisa a mais;

III. A mentira é a mais-valia arrancada da credulidade. Já que a mentira só existe quando há um crédulo. Pois ao cético ninguém mente, já que ele não crê na verdade;

IV. O que vive repetindo a palavra indubitável é, indubitavelmente, um mentiroso;

V. Mentimos mesmo quando estamos sozinhos;

VI. Jamais diga uma mentira que não possa provar;

VII. Uma mentira é a do que mente. Outra é a do escutador;

VIII. É inútil apontar alguém como mentiroso. Todo mundo é;

IX. Desenvolveu tanto a arte da mentira que todos acreditam nele. Ele é que não acredita em mais ninguém;

X. A inverdade, apanhada na hora, chamamos de mentira deslavada. Um ano depois será considerada apenas uma outra faceta da verdade. Se persistir na memória...um século depois já ninguém saberá quem disse e ela será parte fundamental da sabedoria popular, se transformará em fantasia, em ode, em épico, quem sabe em conceito geral da eternidade filosófica?

* Publicado originalmente na Veja de 05/10/2005 e também na revista Filosofia Ciência & Vida, edição de maio de 2012.

sábado, 23 de junho de 2012

Como elite, mídia e igreja católica jantaram Lugo

Por Leonardo Attuch do Brasil 247.
Foto:Brasil 247

Ainda que a constituição paraguaia permita o juízo político de seus governantes, um processo de impeachment que se desenrola em apenas dois dias só pode ser definido com uma única palavra: golpe. Foi isso o que aconteceu no Paraguai, por mais que vozes conservadoras, daqui e de lá, defendam a legalidade do processo. Ponto.

Até aí, não há muita surpresa, uma vez que a história paraguaia é marcada por golpes, ditaduras e quarteladas. A diferença, desta vez, foi a sutileza de um “golpe parlamentar”, um “golpe democrático”. Em resumo, um golpe branco, imposto pela elite oligárquica do país.

Surpresa em si foi a reação do presidente Fernando Lugo, que não opôs resistência alguma e se ofereceu passivamente ao martírio. A que se deve essa atitude? Talvez seja fruto da sua formação católica. Ex-padre, e achincalhado por muitos pelas dezenas de filhos que fez, Lugo tem alma cristã. Ao deixar o poder, ele ofereceu a outra face. “Saio pela porta maior, a do coração”, disse o ex-presidente. Lugo ainda tentará – em vão – recuperar seus direitos políticos, mas essa é uma batalha perdida. Leia mais...

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O acordo Lula-Maluf

Por Rui Martins Berna do site Direto da Redação.

Embora eu tenha operado as amígdalas e, recentemente, tenham me tirado a vesícula biliar, há uma coisa que não consigo fazer – é engolir sapo. E talvez, por isso, termine os poucos anos que me restam de militância como apartidário.

Ainda na semana passada, quando o ministro do Trabalho, neto do velho combatente Brizola, passava por Genebra, na Organização Internacional do Trabalho, um amigo tinha organizado uma feijoada com os companheiros do PT e me convidou não só para participar do encontro, como para aderir ao partido.

E eu, com aquela sinceridade e maneira direta capaz de chocar algumas pessoas, agradeci mas declinei da oferta: “meu caro, desde o dia em que deixei a igreja, prometi a mim mesmo, nunca mais pertencer a igreja ou partido. Nem acreditar em deus, seja qual for, e muito menos em líderes humanos, mesmo porque, no fundo sou um rebelde e nunca aceitaria ter de aceitar uma decisão com a qual não concorde”. Continua...

Leia também: Foi a política que mudou ou foi o PT? - O mico que Lula pagou na foto com Maluf. 
 

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Fim da linha para a oposição 'verde'?

Boa pergunta.

Sete dias. Esse foi o tempo suficiente para transformar a euforia da oposição peemedebista novamente em apreensão. A causa dessa rápida conversão de emoções está na lista divulgada ontem pelo TCU onde consta o nome do ex-prefeito João Dehon (PMDB). A relação do tribunal esfriou os ânimos da ala verde oposicionista, que agora deve repensar sua estratégia para essas eleições. Vale dizer que outras variáveis ainda serão analisadas pela justiça eleitoral antes do enquadramento definitivo dos políticos na Lei da Ficha Limpa. Contudo, a simples presença no selecionado da Corte de Contas já é um bom motivo para elaborar (se é que não está pronto) um plano B de ação a ser posto em prática o mais breve possível.

Pedra no sapato.

Caso o TRE confirme a inelegibilidade de João, ainda assim ele continuará sendo a pedra no sapato dos seus adversários. É que a campanha de Grossos tende a ser polarizada e nesse caso o candidato apoiado pelo ex-prefeito deve figurar num dos pólos da disputa, seja ele qual for. O cenário o ajuda a manter uma alta taxa de transferência de votos. Com Enilson e Caxica(ops!), Alexandre, como outras opções, o eleitorado mais fiel do peemedebista está disposto a votar até num "poste" para dificultar a vida dos rivais.

Nome de confiança.

Não participando diretamente da disputa, é improvável que João Dehon doe seu capital eleitoral a alguém que não seja da sua estreita confiança. Por essa razão, Emílio e principalmente Enilson, que ele não aceitaria nem na condição de vice (veja AQUI), não estão entre os mais cotados para receber o seu apoio. Dessa forma, o filho de Zé Maurício deve ir até o fim arriscando tudo nessa eleição que é a mais importante da sua carreira política. 

Esquisito.

Muito estranho a maneira como os adversários dos 'bacurais' comemoraram a notícia de ontem. Fizeram pouco barulho (não houve nem foguetório!), o que é incomum na cidade tratando-se de um fato político tão relevante. Talvez o comedimento deles tenha relação com a conquista das 'ovelhas desgarradas' do PMDB ou com a cautela que o momento exige até uma decisão final do TRE. 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Sortidas...(18 jun)

Troféu bonito, hein!?
Troféu - Ano passado quando disse que a vida política de Grossos é uma grande comédia (leia AQUI) não imaginava que os 'humoristas' da cidade iam levar tão a sério esse comentário. Eles estão superando todas as expectativas. Veja o caso do PC do B local tentanto indicar o vice da chapa governista. Um primor de atuação que coloca o partido na dianteira da disputa pelo Troféu Revelação na categoria maior mico político do ano. 

Risível - O processo de escolha do vice de Alexandre (PSB) está me saindo melhor que a encomenda. É até aqui o capítulo mais burlesco da novela sucessória grossense. Com destaque para o assédio dos comunistas sobre o prefeito, essa história será passada a limpo no blog, momento em que também falaremos da decadência da esquerda nativa e o grande triunfo dos políticos conservadores do município.

O primeiro depois de todo mundo - O PC do B grossense é a primeira das últimas opções do governismo para fechar a dupla que concorrerá à sucessão do prefeito. Isso ficou claro depois que Emílio rompeu com a base aliada e Cíntia Sonale declinou do convite para ser a vice de Alexandre (PSB). Mesmo com o caminho aparentemente 'livre', Cateca não consegue ser confirmado na majoritária, o que denota resistência do grupo à indicação do seu nome. Bem que o vereador poderia ter poupado a si e os seus eleitores de situação tão constrangedora.

Furando a fila - E enquanto os comunistas esperam pacientemente pela sua vez, o PR local pede passagem, furando a fila para tentar emplacar na chapa governista um nome ligado ao presidente da Câmara Municipal. O acordo, no entanto, esbarra na vontade do deputado João Maia, que agora é rosalbista de carteirinha e não quer ver o seu partido selando união com o PSB de Vilma de Faria.

Ela também aderiu à paralisação
Vacas em greve - Depois que a 'Rosa' assumiu o poder no estado nem o programa do leite funciona mais a contento. Em Grossos, mais precisamente no bairro Coqueiros, os beneficiários do programa já sabem o até motivo da distribuição irregular do produto: as vacas potiguares também entraram em greve!

O cidadão resolve - Há alguns dias conversei com um senhor mossoroense que precisava de um laudo a ser emitido pelo ITEP. O órgão estatal avisou que o documento só estaria disponível depois de 30 dias. O cidadão então quis saber o porquê da demora e os servidores alegaram (pasmem!) falta de tinta na impressora. O popular até se ofereceu para recarregar os cartuchos por conta própria, mas seu pedido foi negado. Inconsolado, ele foi orientado pelas pessoas que o atenderam a denunciar a situação na imprensa local como única maneira de apressar sua solicitação. Lamentável.

Alguém 'adote' a governadora - É por essa e outras razões que a gestão Rosalba Ciarlini está em queda livre na preferência popular. Sua rejeição, que na grande Natal está perto dos 80%, também é crescente na região oeste do estado. Duvido muito que este ano o palanque da 'Rosa' em Grossos fique tão abarrotado como na campanha de 2010. Ninguém vai querer queimar o próprio filme defendendo um governo tão reprovado pela população.

Defina esse tipo de aliança.
Palavras ao vento - “Fui sondado três vezes. Mas descarto completamente a possibilidade de ser vice da deputada Larissa Rosado (PSB).”Essa declaração foi feita pelo ex-reitor da Ufersa, Josivan Barbosa, em meados do mês passado quando ainda defendia a candidatura própria do PT a prefeitura de Mossoró. Hoje o petista está contente e satisfeito ao lado da filha de Sandra Rosado, e o seu maior problema é deletar da memória dos eleitores o seu discurso de poucos dias atrás.

Política é isso. Isso o quê? Muitos tentam revestir essa mudança repentina de Josivan Barbosa com certa naturalidade. É tudo 'normal', eles dizem, porque a política é dinâmica, faz parte do 'jogo', é assim mesmo. A flexibilidade das convicções é regra num mundo onde a política virou 'isso': um pronome indefinido, uma coisa inominável. Portanto, o que aconteceu com o PT de Mossoró não é obra da Política, mas da falta dela.

Possibilidade zero - Na entrevista relâmpago concedida ao blog, o ex-prefeito João Dehon (PMDB) afirmou que não existe possiblidade de compor a chapa com Enilson (DEM). A dúvida veio à tona por conta de um suposto desejo de Carlos Augusto e Rosalba de vê-los no mesmo palanque novamente. Contudo, João negou a existência de qualquer pressão nesse sentido vinda da governadoria.

Adesão gratuita - Na mesma conversa, o peemedebista também foi questionado sobre os termos do acordo que resultou no apoio do PDT a sua pré-candidatura. Segundo ele, os pedetistas não exigiram nada em troca da aliança, nem mesmo espaço político num provável governo, o que convenhamos é uma versão singela demais para esses tempos de barbárie política.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Tragédia política

Antes tínhamos esperança, hoje temos isso.*
Triste constatação.

Em conversas com amigos tenho dito que Grossos está vivendo o pior momento político da sua história. O cenário que se vislumbra na cidade é desolador, uma tragédia mesmo. E não há exagero nessa assertiva uma vez que inexiste qualquer alternativa legítima ao modelo de gestão adotado pela província desde a sua fundação.

De 1953 para cá (por favor, me corrijam se eu estiver errado), não houve administração que não apresentasse simultaneamente as seguintes características: a) centralização excessiva do poder; b) gerenciamento familiar da Prefeitura ; c) ausência de participação popular efetiva nas decisões de governo; d) obscurantismo no trato da coisa pública, ou seja, a falta de transparência na aplicação do dinheiro do povo.

Enquanto este receituário prevalecer na política local não se pode falar em desenvolvimento do município. São coisas absolutamente incompatíveis porque se anulam uma a outra. É por isso que o debate político na cidade se resumiu à fulanização do processo eleitoral. Em vez de projetos e ideias novas, discute-se apenas a titularidade do cargo. E todos os prováveis nomes à sucessão grossense estão condicionados a essa discussão inútil, pois não querem abrir mão de nenhum dos quatro pilares do conservadorismo já citados.

Mas se tudo isso vem se repetindo há mais de meio século, por que então a conjuntura atual é mais desastrosa do que a de 15 ou 20 anos atrás? Respondo: porque a esperança foi subtraída das pessoas. Ela foi arrancada das mentes e corações pelos 'heróis' de uma geração que venderam os seus sonhos a preço de banana. Hoje eles só falam em como chegar ao poder e dele não mais se afastar. No seu vocabulário, mudança significa status quo, e a velha doutrina dos anos juvenis só tem uma serventia: readequar o passado e o presente para mitigar uma tragédia política da qual eles agora são os principais beneficiários.

* Na imagem, o cenário sombrio representa a falta de perspectivas políticas, e os cadáveres ao chão, os sonhos sacrificados em nome de táticas eleitorais infalíveis.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Ex-prefeito vence primeira batalha nos tribunais de contas

A 1ª 'profecia' não se cumpriu.

A oposição grossense é só alegria depois da divulgação da lista dos 'fichas sujas' pelo Tribunal de Contas do Estado. A ausência do nome do ex-prefeito João Dehon (PMDB) na tal relação deu novo ânimo ao seu grupo político. É óbvio que o suspense não acaba por aqui, pois uma outra lista será divulgada, desta vez pelo TCU. No entanto, não se pode negar que a militância do PMDB agora tem um bom motivo para estar mais confiante. Além disso, o histórico de previsões falhas a respeito do ex-prefeito só aumenta, o que tem feito dele um especialista em derrubar prognósticos desfavoráveis, colocando assim na berlinda o poder de vidência de muita gente da cidade.

Errata.

Ora, o próprio blog errou ao apostar na inclusão do peemedebista nesse listão do TCE. Mas com as informações disponíveis e, principalmente, as explicações dadas pelo próprio João (genéricas demais), não era possível imaginar resultado diferente. E apesar do palpite nada certeiro, quem disse que o editor do blog ficou desapontado?! A notícia desta terça-feira (12/06) caiu como uma luva para a sucessão municipal, deixando-a mais apimentada e, portanto, bem ao gosto dos blogueiros de plantão da província.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Entrevista relâmpago

Vapt-vupt.

No sábado passado(09/06) o ex-prefeito João Dehon (PMDB) visitou amigos e correligionários no bairro Coqueiros e, por acaso, acabou entrando no QG do blog situado na referida localidade. Numa rápida sabatina, o peemedebista afastou a possibilidade de figurar na lista do TCE/RN.

Quanto ao Tribunal de Contas da União, que também divulgará uma relação de políticos 'fichas sujas' nos próximos dias, João mostrou-se otimista. Disse que o seu problema naquela Corte tem a ver com a não prestação de contas de um recurso administrado ainda no seu governo. Segundo o pré-candidato, a dificuldade maior em comprovar os gastos com essa verba era justamente a obtenção de documentos arquivados na Prefeitura de Grossos.

Todavia, ele garantiu que essa situação estava sanada e a documentação faltante, obtida há cerca de 20 dias mediante requerimento escrito à Prefeitura, já foi até encaminhada para análise do órgão competente. Ao ser indagado se haveria tempo para evitar a inclusão do seu nome na tão esperada lista do TCU, o ex-mandatário afirmou que as provas apresentadas a seu favor teriam efeito suspensivo, o que o impediria de ser relacionado entre os 'fichas sujas' pelo colegiado de ministros.

Nota do blog 1: Uma pergunta: se a Prefeitura não liberava os documentos supostamente por motivação política, por que então os disponibilizou justamente agora quando poderia prejudicar ainda mais o pré-candidato? Das duas uma: ou o governo estava convencido de que o peemedebista não teria mais tempo de reverter o quadro desfavorável ou foi obrigado a ceder devido à nova Lei de Acesso à Informação, que está em vigor desde meados do mês passado.

Nota do blog 2: Já havíamos adiantado neste espaço que a tal lista do TCE não tem o poder de tornar inelegível, ao menos de forma automática, os políticos que dela farão parte (veja aqui). No entanto, cumpre chamar atenção para a relação a ser divulgada pelo TCU. De acordo com o blog de Anna Ruth Dantas, esta sim pode gerar consequências mais imediatas às pretensões políticas dos ex-gestores públicos.

domingo, 10 de junho de 2012

Fundo musical


"Troco o riso pelo pranto
Em qualquer negócio
Sei que tem olhos do medo
No fundo do poço
Estou sempre maquiado
Quando vou sorrir..."


A política se transformou num grande espetáculo ao ar livre, um teatro em praça pública. O trecho acima da música de Zé Ramalho retrata bem essa realidade já que descreve como os atores da cena política atuam para alcançar seus objetivos. Se as campanhas municipais um dia virassem novela, essa canção do paraibano certamente faria parte da trilha sonora.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Nenhuma contraindicação

Recomendável.

Nesse feriado de Corpus Christi, entre um comprimido e outro para me recuperar de uma faringite, fiquei a folhear uma revista de filosofia a fim de ver o tempo passar mais depressa. E numa matéria especial sobre democracia, eis que me deparo com um conto de Carlos Drummond de Andrade. Ao lê-lo esqueci até da dor por alguns instantes. O texto, analgésico enquanto estimulante da produção de dopamina no meu organismo, é simplesmente extraordinário. Coisa de gênio mesmo essa arte de mesclar simplicidade e conteúdo num entrelaçar de palavras inconfundível . E não bastassem suas propriedades terapêuticas, esse pequeno trecho da obra de Drummond ainda nos remete a uma reflexão sobre a política da Província, já que este ano tem muita gente querendo ser 'presidente' e também integrar a comitiva dele na 'festa'. Há, inclusive, pessoas dispostas a tudo para fazer parte dessa tal comitiva. Comentários encerrados (pelo menos os meus até aqui), não poderíamos ir direto ao texto sem antes fazer uma advertência: leiam à vontade, ele não tem contraindicações.  

Governar.*

Os garotos da rua resolveram brincar de governo, escolheram o presidente e pediram-lhe que governasse para o bem de todos.

- Pois não – aceitou Martim. – Daqui por diante vocês farão meus exercícios escolares e eu assino. Clóvis e mais dois de vocês formarão a minha segurança.

Januário será meu Ministro da Fazenda e pagará o meu lanche.

- Com que dinheiro? – atalhou Januário.

- Cada um de vocês contribuirá com um cruzeiro por dia para a caixinha do governo.

- E que é que nós lucramos com isso? – perguntaram em coro.

- Lucram a certeza de que têm um bom presidente. Eu separo as brigas, distribuo tarefas, trato de igual para igual com os professores. Vocês obedecem, democraticamente.

- Assim não vale. O presidente deve ser nosso servidor, ou pelo menos saber que todos somos iguais a ele. Queremos vantagens.

- Eu sou o presidente e não posso ser igual a vocês, que são presididos. Se exigirem coisas de mim, serão multados e perderão o direito de participar da minha comitiva nas festas. Pensam que ser presidente é moleza? Já estou sentindo como esse cargo é cheio de espinhos.

Foi deposto, e dissolvida a República.

*Carlos Drummond de Andrade. Contos Plausíveis. Rio de Janeiro. Record, 1994.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Concerto dissonante

Por Genildo Costa*.

Nunca fui de subestimar os ensinamentos de nossos sábios pensadores. Eles, sem dúvida, não morreram de overdose pelo poder. Estiveram sempre atentos e quando saíram de cena deixaram a tolerância, a humildade e o amor ao próximo como parâmetros indispensáveis para a formatação do processo civilizatório. Creio que houve tempo de sobra para a partir desses ensinamentos celebrar com sucesso o inevitável espetáculo da vida.

Tenho tido basicamente prudência para não me tornar intransigente e nem tampouco criatura de múltiplas facetas. Creio que é possível ter o mínimo de compreensão quanto a nossa milenar tarefa de continuar acreditando numa nova proposta de humanidade onde a vida possa ser contemplada em toda sua plenitude.

Como seria então o conteúdo programático dessa nova empreitada? Imagino como haveria de ser reinventar essa possibilidade de não mais ter que sacrificar o outro quando da busca de nossas comodidades. Penso que buscar subsídios para reencontrar-se pela palavra é simplesmente correr o risco de ser reincidente. O que se propõe é muito mais que uma releitura de tudo que aprendemos no curso de nossas vidas. O expediente de agora é de profunda perplexidade. É o devir, o ajustar-se, o não ser mais. O que nos aguarda pode ser a última oportunidade reservada para o exercício urgente da depuração.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Sortidas...(04 jun)

Todos os caminhos levam ao DEM - Não tem jeito. A população de Grossos está convencida de que a maior obra do Governo do Estado na cidade é a insegurança no município. Quem não está gostando nada disso é o pré-candidato a prefeito Enilson Fernandes (DEM). Até aqui, ele vem suportando sozinho o alto custo político do (des) governo Rosalba na pequena urbe, o que lhe tem prejudicado haja vista pretender disputar a Prefeitura este ano.

O começo do fim -  De um atento observador da política grossense ouço que o vereador Cateca (PC do B) está em maus lençóis. Explico: o comunista está prestes a compor a chapa majoritária governista e isso, claro, o impede de seguir um caminho mais promissor para o seu futuro político, que seria o da renovação de mandato. Caso realmente as especulações se confirmem, o nobre edil verá o fim precoce de sua trajetória antes mesmo dela se consolidar.

Na cova dos leões - O único parlamentar do PC do B de Grossos está a um passo do precipício. Falta pouco pra ele cair na cova dos leões e ver o seu projeto político dilacerado. Custo a acreditar que ele ainda não se deu conta disso... 

Vice é vice - Certa vez o blogueiro Carlos Santos disse que vice enquanto expectativa de poder já não vale nada, e que vice de um representante de família tradicional na política, no caso os Rosado, valia menos ainda, ou seja, menos do que nada! Penso que o raciocínio do jornalista também se aplica à realidade grossense.

A lista - Até amanhã deve sair a tão esperada lista dos políticos "ficha suja" a ser divulgada pelo TCE-RN. Em Grossos a expectativa recai sobre a presença ou não do nome de João Dehon na tal relação. A julgar pela fala do advogado César Leonez, que esteve presente no último encontro do PMDB na cidade, o ex-prefeito deve sim figurar na lista. O causídico não afastou a inexistência de pendências do pré-candidato junto ao Tribunal, pelo contrário as reconheceu. Contudo, apresentou a linha de defesa a ser trabalhada, qual seja, a ausência de dolo e a descaracterização de suposta improbidade administrativa.

Trocando em miúdos -  Os advogados do peemedebista vão tentar demonstrar que não houve intenção por parte dele de lesar o erário municipal. Essa tese leva em conta o fator subjetivo do agente público e só será derrubada caso existam provas cabais do cometimento de suposta infração.

Lembrete - É sempre bom ressaltar o seguinte: a relação dos políticos do TCE(Tribunal de Contas do Estado) não é decisão definitiva do TRE(Tribunal Regional Eleitoral). São órgãos distintos, muito embora a Lei da Ficha Limpa os tenha aproximado. Sendo assim, o parecer desfavorável da Corte de Contas dificulta o registro futuro de candidatura, porém não acarreta inelegibilidade automática.

E as bombas? - Elas são a única certeza dessa história toda. Amanhã ou hoje ainda, não sei, os fogos explodirão no céu de Grossos independentemente de quem esteja na temida lista do Tribunal.

domingo, 3 de junho de 2012

O Criador se abstém

Deixem Ele fora disso.

Sábado, 26/05/2012, 10 horas da manhã. Ainda em Grossos, fui a um pequeno comércio fazer algumas compras e por tabela me inteirar dos comentários sobre uma reunião política ocorrida na noite anterior. Perguntei ao despachante o que ele tinha achado do encontro ao passo que me respondeu: "Aquilo ontem foi Deus, meu amigo!". Fiquei meio zonzo com a resposta, pois ele estava convencido de que a intervenção divina foi decisiva para a grandeza do evento. No mesmo instante me vieram à mente os discursos dos líderes partidários proferidos horas atrás. Um deles chegou a dizer que a "Mão Divina" estava conduzindo o processo (um disparate, não?!).

Notem que os dois fatos estão intimamente interligados numa relação de causa e efeito. Os políticos conhecem como ninguém o seu público alvo e sabem que a religiosidade exerce forte influência sobre ele. Cá com meus botões, fico imaginando como equacionar os desígnios celestiais com as derrotas nas urnas de quem os invoca para comover eleitores. Seriam provações impostas pelo Criador a fim de testar a fé dos fiéis? Claro que não. O Senhor não participa do jogo político, porque, dentre outras razões, nunca é chamado à mesa para defender os pobres na hora de dividir o pão com os empresários que bancam as campanhas na cidade.

A memória maculada do Sindicato do Garrancho

Do lado errado da História. 

" Aí nós tratamos de nos reunir no mato. Tinha árvores aqui logo perto, na época, daqui a uma légua mais ou menos, tinha árvores grandes e era lugar ermo. A gente dizia: tal dia é debaixo de árvore tal, por exemplo, uma quixabeira, que é uma árvore frondosa que nós temos aqui e que é muito frondosa, nunca falta sombra nela. E a gente ia pra lá e traçava os planos. Não era uma assembleia, mas ali estava a fina flor do operariado mais consciente. Ali se traçava o plano para por em execução no dia seguinte. Discutia-se todos os problemas da classe e saía-se nas salinas." ¹

O trecho acima é parte de um depoimento de Francisco Guilherme Souza, homem que integrou o Sindicato do Garrancho, uma organização que nos anos 30 agregou grande número de trabalhadores de salinas do oeste potiguar. A memória desse Sindicato foi recentemente invocada num encontro político realizado em Grossos. Em que pese a necessidade de manter viva a história de luta daqueles operários, algumas ponderações sobre a referida menção devem ser consideradas, haja vista o contexto no qual ela foi feita.

Ora, o termo 'Garrancho' foi incorporado ao nome do movimento porque os seus membros tinham de se reunir na clandestinidade (no mato mesmo!), fugindo da perseguição patrocinada pelo Estado e pelo patronato local. Em nome de seus ideais, os trabalhadores foram alvo de todo tipo de tortura. Ter as unhas arrancadas com alicate, por exemplo, era a forma mais branda de castigo.

Pois bem, essa gente valorosa conheceu o auge da dor e do sofrimento em 1935, ano em que Rafael Fernandes (esse sobrenome é-me familiar) tornava-se governador do RN. Dono de salinas na região de Mossoró, Fernandes voltou todo o aparelho repressivo estatal para massacrar a classe operária insurgente, que foi completamente dizimada em meados de 1936 graças à campanha de 'caça às bruxas' liderada pelo governo.

O mito de Davi contra Golias



"A história se repete como farsa."(Karl Marx).

Imagine, leitor, que você está assistindo a uma partida de futebol. O jogo está sendo disputado por um time da oitava divisão e outro famoso por colecionar títulos importantes. Lembrete: o seu clube do coração não está em campo e a partida é um simples amistoso, sem falar que nenhum dos times é rival histórico do seu.

Nesse caso, por quem você torceria? Bom, é claro que torcer por ninguém e desligar a TV por conta da chatice do jogo é uma opção plausível, mas caso queira continuar vendo os atletas correrem atrás da bola, muito provavelmente se definirá pelo 'azarão', a famosa 'zebra', o lado mais fraco.

Pois é, meu amigo, os políticos sabem bem disso e essa tendência, via de regra, é bastante trabalhada nas campanhas eleitorais de todo o país. Em Grossos não é diferente. Há casos emblemáticos do uso dessa estratégia, já adotada por 'Duquinha', Dehon Caenga e o próprio João Dehon, este último sem muito êxito até aqui.

A fórmula só funciona com quem sabe usá-la.

E por que com alguns ela dá certo e com outros não? A resposta passa pelo profissionalismo de cada um e também a capacidade de sustentar um discurso  convincente. Só pra exemplificar vou me ater à comparação entre os dois Joões, o da Costa e o da Silva, uma vez que eles viveram lados opostos da mesma moeda.

O primeiro perdeu a campanha de 2000 e foi vítima do mito de Davi contra Golias, ou seja, a falsa construção no imaginário popular de uma batalha do mais fraco contra o mais forte. Por ironia do destino, 4 anos depois Dehon se consagrava prefeito valendo-se do mesmo recurso que o havia derrotado antes.

sábado, 2 de junho de 2012

letras garrafais

Grandes caracteres.

O vereador Marcos Bizerra participou esta semana do blog enviando comentário para esclarecer o motivo pelo qual não concorrerá à reeleição em outubro próximo. Dado o teor explicativo da nota e alguns temas por ela suscitados, achei por bem transcrevê-la na íntegra para maior conhecimento dos leitores. A mesma segue reproduzida logo abaixo:

"Amigo,

Sempre que possível leio seu blog, e ainda que naturalmente discorde de alguns comentários, sempre os respeito.
Quanto a minha decisão de não mais concorrer a uma vaga na Câmara municipal, não se dá em virtude de nenhuma pendência na justiça eleitoral, mas sim, por ter assumido um compromisso com a escola em que estou lotado, pois hoje estou como vice-diretor num mandato de dois anos. Doutro modo, teria que me afastar, e as condições que a escola enfrenta não permite.
Quanto a ser "Ex-primeiro-ministro" de Grossos/RN, isso seria NO MÍNIMO menosprezar a capacidade intelectual de João Dehon em administrar - fato que até bem pouco não era questionado inclusive pelos seus que votou, trabalhou na gestão e na época defendia com afinco (???!!!!).
Estou muito curioso para saber qual será a posição da corrente da qual se filia diante do quadro sucessório. Ao que parece ser atirar para todos os lados e no fim, neutralidade. Essa sim, muito cômoda.

Abraços. " 


Antes de mais nada, quero agradecer a intervenção do parlamentar, que sempre será bem-vinda neste espaço. Fico lisonjeado em saber que vez ou outra um público tão seleto acompanha as atualizações dessa página. Mas, voltando ao comentário em si, acredito ser necessária uma breve explicação sobre o uso do termo "Ex-primeiro-ministro" para qualificá-lo, o que farei a seguir:

Da experiência parlamentarista

Sabe-se que no Brasil o parlamentarismo foi adotado duas vezes, uma ainda no Segundo Reinado de Dom Pedro II ("parlamentarismo às avessas") e a outra em agosto de 1961, quando Tancredo Neves então assumiu o posto de Primeiro Ministro da República.

Mas isso é o que diz a história oficial e a sua versão nem sempre corresponde à realidade dos fatos. Prova contundente dessa premissa é que, à revelia dos registros históricos, muitos outros 'primeiros-ministros' haveriam de figurar mais tarde no cenário político do país. Só para não voltar tanto assim no tempo podemos citar os casos de Zé Dirceu no governo Lula, Gustavo Rosado na Prefeitura de Mossoró, Carlos Augusto na gestão Rosalba e, por que não, Marcos Bizerra, o super secretário, no governo João Dehon.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

A preocupante intervenção da deputada Fátima Bezerra sobre a intervenção no PT de Mossoró

Reproduzido do Blog de Julierme Torres.

A deputada federal Fátima Bezerra (PT) se posicionou sobre a intervenção da Executiva Nacional do PT no Diretório de Mossoró.

Vamos conferir o conteúdo, na sequencia o blog vai comentar:

A decisão da Direção Executiva Nacional do PT, sobre a aliança em Mossoró, reflete as resoluções do IV Congresso Nacional. Ou seja, cabe ao PT construir as condições de unir a base do governo Dilma para a disputa do nosso projeto nacional na sociedade a partir das eleições municipais, seja com candidatura própria ou apoiando candidaturas de partidos aliados.

Derrotar o DEM e o PSDB é tarefa principal do PT e seus aliados. Em Mossoró, essas condições estão criadas na candidatura do PSB e o PT acerta ao fazer parte desse desafio, principalmente por ser o berço politico no Rio Grande do Norte, e a maior cidade brasileira governada por nosso maior adversário: o DEM.


Agora o que nos compete é unificar o partido, nos integrarmos à campanha, na coordenação e na elaboração de um programa que aplique no município as mesmas linhas e preocupações sociais do governo da Presidenta Dilma, indicar um nome pra compor a chapa majoritária no cargo de vice, apresentar uma chapa proporcional capaz de garantir ao partido o retorno à Câmara Municipal, recuperando as vagas que já ocupamos e, junto com os demais partidos, construirmos a vitória de Larissa à prefeitura de Mossoró.


Fátima Bezerra
Deputada Federal PT


OPINIÃO DO BLOG:
Com todo o respeito à combativa deputada federal Fátima Bezerra, mas o conteúdo da nota acima é preocupante. No mínimo incompatível com alguém que construiu sua trajetória política militando nos movimentos sociais e na defesa da democracia e da livre expressão do contraditório. Fátima enaltece uma "decisão" da Executiva Nacional, mas omite que essa decisão passou por cima de uma deliberação da maioria dos filiados do PT de Mossoró, manifestada democraticamente através do voto direto. O desejo dos dirigentes nacionais do PT de unificar a base é legítimo, mas isso tem limites. Na democracia nada pode ser maior do que a manifestação popular, expressa através de consulta e voto direto. Além disso é preocupante quando uma deputada como Fátima afirma que a tarefa principal de seu partido é derrotar o DEM. Por ser professora, seria mais coerente dizer que a tarefa principal seria a defesa de uma educação pública e de qualidade, que permita ao jovem brasileiro mais carente não depender da política de cotas para poder entrar na universidade. Além disso, é inconsequente imaginar uma democracia onde não exista oposição. O governo do presidente Lula e agora da presidenta Dilma representam diferenciais na república brasileira. Mas isso não dá o direito de imaginar que não exista oposição. O contraditório é indispensável na democracia. Até mesmo para que o cidadão tenha referencias para poder comparar. O Brasil já viveu períodos em que a manifestação da maioria não tinha importância e que a oposição simplesmente era eliminada. Mas esse é um período, tenho certeza, que não deve servir de referência para a deputada Fátima Bezerra. Desta forma, só nos resta torcer que os comentários dela sobre o caso do PT de Mossoró tenham sido fruto de um equívoco.

Sortidas...(31 mai)

Balaio político.

Próximas postagens - O blog continuará postando matérias sobre os últimos fatos da política grossense. Não com a velocidade que gostaria, é claro, mas sempre tentando abordar temas ainda não discutidos ou pouco explorados na net. Por ora, posso adiantar pelo menos os títulos de algumas postagens futuras como "O Criador se abstém", "A memória maculada do Sindicato do Garrancho", "Baile à fantasia", "O mito de Davi contra Golias", dentre outras. É aguardar pra conferir.

O poder que vem lá de cima - A moda do momento é a intervenção dos caciques políticos nas decisões locais de seus liderados. Em Mossoró as 'ordens do alto' já vitimaram o vereador Genivan Vale (PR) e o reitor Josivan Barbosa (PT), podendo ainda alcançar outros políticos. Quanto a Grossos essa tendência foi bem sucedida na situação e caminha agora para celebrar a união até então improvável de João Dehon (PMDB) com Enilson (DEM).

'Democracia' petista é totalitária - Um poço de incoerência. É o que o Partido dos Trabalhadores se transformou nos últimos tempos. A decisão da Executiva Nacional de barrar a candidatura própria do partido em Mossoró representa bem as contradições da legenda. No fim das contas a ágora petista virou uma farsa, revelando que na prática a democracia interna do PT é manipulada pelo totalitarismo dos seus dirigentes.

"Nem parece que o tempo passou"- Esta frase foi dita pelo locutor da reunião do PMDB ocorrida semana passada em Grossos. Suas palavras se referiam à atmosfera política recriada a cada 4 anos pelos eleitores de João Dehon. Apesar das sucessivas derrotas eleitorais, a motivação deles permanece inabalável. Já acompanhei de perto várias campanhas na cidade, mas ainda não consigo ficar menos impressionado com o que vi na última sexta (25). Realmente, uma das mais belas demonstrações de apoio popular que já testemunhei.

'Ex-primeiro-ministro' não disputará reeleição - O presidente do PMDB de Grossos, o vereador Marcos Bizerra, não tentará a renovação do seu mandato este ano. A informação foi dada por João Dehon no encontro do partido realizado há poucos dias. Eminência parda do governo municipal quando seu primo foi prefeito, Marcos ainda não se manifestou publicamente sobre o assunto, embora fontes ligadas à oposição apontem possíveis pendências na justiça eleitoral como causas dessa desistência.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Inacreditável!

Decisão histórica.

Hoje quando li a notícia sobre a legalidade da greve da UERN no twitter de Carlos Santos pensei que o blogueiro havia cometido um erro de digitação. Sei lá, talvez ele tivesse esquecido de colocar o "i" antes da palavra legalidade. De pronto não acreditei na informação, custei a cair na real. Mas logo que processei a boa nova fiquei em estado de êxtase! Cogitei até comprar uns fogos pra soltar no quintal lá de casa. Tudo isso por conta da inédita decisão da juíza Sulamita Pacheco, que corajosamente contrariou os interesses do Governo Rosalba em defesa da educação do estado. Num país onde governantes e tribunais entendem em sua maioria que a greve é um direito constitucional associado a uma punição, o despacho da magistrada deve ser colocado numa moldura para contemplação das futuras gerações. Eu particularmente estou propenso a fazer isso para daqui a 10, 15 anos mostrar a meu filho que nem tudo está perdido, e que sempre haverá motivos para acreditar num mundo melhor.  

terça-feira, 29 de maio de 2012

Emílio, o filho adotivo da oposição.

O bom filho à casa retorna.

Emílio "Paz e Amor" com a oposição.
Coração de mãe não tem tamanho. É infinito e nele sempre cabe mais um. A oposição de Grossos conhece bem esse ditado, e recentemente passou a aplicá-lo até nas conversas com dirigentes de outros partidos para fortalecer seu grupo nas próximas eleições. Prova disso foi a acolhida dada ao ex-bancário Francisco Emílio de Oliveira (PDT). Ele foi adotado politicamente pela ala oposicionista comandada por João Dehon (PMDB) e parece estar bem à vontade no seu novo lar.

A chegada de Emílio no ninho dos bacurais não foi produto do acaso ou resultado do 'incrível' poder de articulação do líder peemedebista. Pelo contrário, sua vinda para a 'Casa Verde', novo quartel general da oposição, foi arquitetada pelo próprio prefeito, que descartou o ex-correligionário para atender os interesses do empresário Caxica. Como se vê, João contou novamente com a ajuda do seu ilustre apoiador, aquele mesmo com assento no Palácio José Marcelino.

Mas não foi só por isso que o topógrafo topou esquecer as desavenças políticas do passado. Sua escolha se deu principalmente por eliminação, já que votar no DEM local não lhe pareceu a melhor alternativa. No mais, encampar um projeto de candidatura própria a essa altura do campeonato era inviável sem a força de um padrinho político influente. A propósito, esta última motivação está na raiz de todas as causas que compeliram o pedetista a mudar de palanque, pois o mesmo ainda nutre a esperança de se candidatar com o aval do ex-prefeito agora aliado. 

Negócio da China

 Pra ninguém botar defeito.

O presidente do PDT de Grossos está sonhando de olhos abertos. Sua ida inusitada para a oposição não ocorreu assim de mão beijada, mas sob a condição de ser o cabeça de chapa caso a candidatura de João Dehon não vingue. Nesse contexto, Emílio, como 'mui amigo' que é do peemedebista, torce pela confirmação do impedimento dele junto à Justiça Eleitoral. É que ao menos em tese o acordo firmado entre ambos é para o pedetista um negócio da China, dado o risco iminente do líder do PMDB não lograr êxito em concorrer à Prefeitura. Vendo por esse prisma, o trato dos ex-adversários é extremamente vantajoso para um dos lados, o que suscita uma ponta de dúvida quanto à sua real efetivação ou os 'efeitos colaterais' dele decorrentes. Afinal, quando a esmola é demais o santo desconfia, e tratando-se de política é sempre bom ficar com um pé atrás (ou seriam os dois?) para certos tipos de propostas irrecusáveis.

O ilusionista

                                                                 A arte da ilusão e seus adeptos na política.

Política também é a arte de vender sonhos, ilusões. E se engana quem pensa que elas são usadas apenas para ludibriar a massa de eleitores. Na verdade, até lideranças experimentadas no ramo não estão imunes à manipulação da própria capacidade onírica. Essa situação pode estar sendo vivenciada pelo presidente do PDT grossense.

Portador de um projeto ambicioso que visa chegar à Prefeitura pelas mãos da oposição, Emílio mantém-se aliado de João Dehon na esperança de receber apoio dele para uma provável candidatura sua nessas eleições. O problema é que nesse jogo nenhuma hipótese deve ser descartada, inclusive aquela segundo a qual João estaria valendo-se da mesma artimanha do prefeito, qual seja, uma promessa, para manter o pedetista 'sob controle'.

Assim, o líder do PMDB desfalca o governo e coloca os palacianos sob forte artilharia. E mais: administra o tempo a seu favor, pois o passar dos dias dificulta uma nova guinada do ex-adversário, fato que jogaria seu discurso num total descrédito. Ademais, a inelegibilidade do peemedebista não virá automaticamente com a presença do seu nome na lista do TCE. Vai demorar mais um pouco e até lá já será tarde demais para Emílio abandonar o barco.