Deixem Ele fora disso.
Sábado, 26/05/2012, 10 horas da manhã. Ainda em Grossos, fui a um pequeno comércio fazer algumas compras e por tabela me inteirar dos comentários sobre uma reunião política ocorrida na noite anterior. Perguntei ao despachante o que ele tinha achado do encontro ao passo que me respondeu: "Aquilo ontem foi Deus, meu amigo!". Fiquei meio zonzo com a resposta, pois ele estava convencido de que a intervenção divina foi decisiva para a grandeza do evento. No mesmo instante me vieram à mente os discursos dos líderes partidários proferidos horas atrás. Um deles chegou a dizer que a "Mão Divina" estava conduzindo o processo (um disparate, não?!).
Notem que os dois fatos estão intimamente interligados numa relação de causa e efeito. Os políticos conhecem como ninguém o seu público alvo e sabem que a religiosidade exerce forte influência sobre ele. Cá com meus botões, fico imaginando como equacionar os desígnios celestiais com as derrotas nas urnas de quem os invoca para comover eleitores. Seriam provações impostas pelo Criador a fim de testar a fé dos fiéis? Claro que não. O Senhor não participa do jogo político, porque, dentre outras razões, nunca é chamado à mesa para defender os pobres na hora de dividir o pão com os empresários que bancam as campanhas na cidade.
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