Arma perigosa.
O Blog do Ronaldo reacendeu uma discussão interessante ontem. Ele fez uma crítica ao conteúdo de algumas músicas de campanha da coligação Força do Povo. O comentário do professor é pertinente, pois não há dúvida quanto ao uso de alguns termos inapropriados nessas composições melódicas.
Não quero aqui posar de falso moralista. Todo mundo sabe que nessa época do ano eu também viro folião nos comícios de Grossos. E seria muita hipocrisia da minha parte dizer que me retiro da passeata no exato momento em que uma dessas "marchinhas' mais agressivas toca nos carros de som. Não é bem assim, muito embora discorde de certas letras.
Penso que nessas horas o bom senso deve prevalecer. Em que pese o sentido figurado de algumas palavras, a seleção do vocabulário exige cuidado para não transmitir uma mensagem equivocada ao eleitor.
Por exemplo, o compositor ligado ao PMDB fala em várias de suas músicas que o povo está sendo massacrado pelo "chicote". O instrumento de cordas nesse caso pode representar as várias formas de violência as quais a população está submetida. Ora, a carência de bons serviços públicos não deixa de ser uma agressão às pessoas, principalmente às de situação social vulnerável.
Contudo, essa é apenas uma das interpretações possíveis e as outras, inclusive a literal, acabam contribuindo negativamente para o embate uma vez que acirram os ânimos já exaltados dos militantes rivais. Portanto, o custo-benefício de determinadas "marchinhas" não compensa. É nocivo a todos os lados da disputa e sobretudo à sociedade.
Além disso, o próprio candidato se sujeita a um desgaste desnecessário. É o que está acontecendo com João Dehon nesse momento. Por obra de um deslize da sua coordenação de campanha(não sei se ele tem uma), que não avaliou previamente com os jingles antes de divulgá-los, o ex-prefeito dá munição para os adversários e gera propaganda negativa para si mesmo.
Depois do embaraço, espera-se que os líderes da oposição 'verde' ao menos aprendam com os próprios erros porque agora a internet vai superdimensioná-los. Tudo que é dito e feito precisa ser milimetricamente calculado, pois se está o tempo todo pisando em ovos. Não dá pra exagerar na dose e achar que o bumerangue uma vez lançado não vai retornar. Ele sempre volta causando estragos a quem o arremessou. Que fique a lição então.
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