Folheando o livro A Saga da Poesia Sobrevivente, me deparo com uma entrevista de Dagmar Costa ao jornal O Mossoroense em 1997. Nela, o jornalista Cid Augusto pergunta a meu avô se existe poeta rico. Dagmar então responde que nunca viu e lembra de uma situação vivida pelo também artesão da palavra, Israel de Castro, quando certa vez um padre querendo ridicularizá-lo lhe disse: "Você é milionário, Israel". A resposta do poeta foi imediata e veio na forma dos seguintes versos:
"Você realmente, padre, tem razão.
Eu não sou pobre, tenho a natureza,
O meu cofre de ouro cheio de riqueza,
Com chave da sutil inspiração.
Com ela eu me comparo a Salomão,
Trago nas veias sangue e nobreza,
Sou poderoso, sábio, eu sou alteza,
Sou invejado sem invejar do rei o seu brasão.
O céu, a estrela, a lua e o oceano
Rico me fazem, sorridente e ufano
Durmo num berço de ouro imaginário.
E se um sacerdote fala qual profeta
E a luz divina envolve-lhe a lama inquieta,
Eu sou realmente, padre, um milionário."
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