A recente saída de Nelson Jobim do Ministério da Defesa me fez recordar de um dos vários motivos que levaram ao insucesso eleitoral de João Dehon em 2004. A ligação com o passado não tão distante se dá sobretudo pelo tratamento dispensado pelo ex-prefeito de Grossos aos seus adversários, que na sua gestão desfrutavam até mesmo da intimidade do poder.
A exemplo de Jobim, eles gozavam de privilégios junto ao governo, ocupavam cargos importantes, mas eram ferrenhos opositores da administração petista. E em muitos casos, a posição política desses auxiliares era publicamente conhecida, o que logo contribuiu para o descontentamento dos verdadeiros aliados. Estes, sentindo-se desprezados, perderam a motivação que outrora foi responsável pela eleição do ex-mandatário da cidade.
Sem perceber as consequências de manobra política tão arriscada, João armou para si uma bomba-relógio. Curiosamente, não a desativou em tempo hábil, permitindo assim que ela fosse acionada justamente durante a campanha eleitoral. Como previsto, a explosão ocorreu e vitimou principalmente os seus correligionários, que foram gravemente atingidos pelos destroços da confiança quebrada. Fragilizados pela falta de entusiasmo e de união, eles marcharam como um exército em frangalhos rumo ao fracasso nas urnas que pôs fim às pretensões de seu candidato.
Próximas postagens: "O desfile continua" - "A conferência dos aliados"
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