A Câmara Municipal de Grossos passou recentemente por uma reforma nas suas instalações. A estrutura reformulada do prédio não só melhorou a acomodação de vereadores e do público presente nas sessões como também inovou na política do município. Isto graças ao fato do Legislativo atual ter se tornado o mais “transparente” da história da cidade.
É claro que o novo adjetivo não traduz mudança de comportamento dos parlamentares, mas simplesmente a colocação de uma parede de vidro separando-os de seus eleitores. Agora, para vê-los atuando, só através do vidro. No entanto, há muitas coisas que a transparência desse material não consegue mostrar.
É claro que o novo adjetivo não traduz mudança de comportamento dos parlamentares, mas simplesmente a colocação de uma parede de vidro separando-os de seus eleitores. Agora, para vê-los atuando, só através do vidro. No entanto, há muitas coisas que a transparência desse material não consegue mostrar.
Ela não mostra, por exemplo, a real intenção da divisória que criou dois ambientes no interior da Câmara. Seria uma proteção contra populares revoltosos ou a legitimação do que já acontece na prática com representantes separados do povo? Pode ser ainda traços da arquitetura moderna (influência de Niemeyer?), projeto de vanguarda ou decoração futurista. Entretanto, não compartilho de nenhuma dessas hipóteses. Prefiro uma mais pragmática, relacionada ao cotidiano da política grossense. No meu entender, a extravagância do detalhe da reforma tem nome e se chama DESPERDÍCIO de dinheiro público. Trata-se na verdade de mais um capricho das autoridades custeado pelo erário, que há tempos garante o fascínio e a admiração dos aúlicos de certos governantes em detrimento das causas de interesse do povo.
Foto: Blog do Ronaldo.
Um comentário:
Camarada Lenin, isso parece-me muito contraditório... o câmara municipal ficou muito bonita após a reforma, porém a vidraça separando os vereadores do povo é algo economicamente incoerente com a realidade do município (segundo os motivos sempre alegados pela gestão), e também incoerente pelo ponto de vista da edilidade. Ora, se estes são representante do povo porque temerão agressões verbais ou físicas? Portanto se é necessário por questões de segurança, seria bem mais seguro que essa vidraça fosse blindada, não é mesmo? mesmo sabendo que o desperdício seria bem maior.
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