quinta-feira, 10 de março de 2011

Rascunhos da sucessão

O desenho do jogo sucessório de 2012 em Grossos começou a ganhar seus primeiros rabiscos. Com régua e compasso na mão, o prefeito partiu na frente dando sinais reveladores de quem representará o seu grupo no próximo pleito. Através de atos do pŕoprio Executivo o emaranhado de linhas que até bem pouco tempo não fazia sentido algum, agora assume contornos mais nítidos. Desse rearranjo já é possível inferir que o novo rosto da situação terá feições femininas e será escolhido do primeiro escalão do governo municipal.

A provável candidata do mandatário da cidade deve ser a sua secretária de ação social, Cinthia Sonale. Ela é oriunda dos quadros da saúde do município, onde ocupou cargo de direção, e também integra a cota pessoal do prefeito. Este lançou as pistas iniciais sobre sua predileção quando a colocou numa pasta que brevemente será a de maior visibilidade da gestão pessebista. Isso deve ocorrer a partir da implementação de um programa de distribuição de renda, o Renda Cidadã, cujo comando caberá a secretária recém-empossada.

Debutante na política, Cinthia tem a missão de atrelar sua imagem à ajuda financeira dada aos mais carentes pelo Bolsa-família grossense. Se cumprir bem a tarefa, estará prestes a viver uma ascensão meteórica, a mesma experimentada pelo mentor de sua candidatura graças ao poder econômico. É apostando nessa fórmula de sucesso que o líder do PSB local fez uma escolha tão ousada. Ele conhece bem os caminhos que tansformam desconhecidos em caciques políticos. E esse roteiro será repassado minuciosamente à sua discípula.

Além da via administrativa, a estratégia palaciana contempla o uso das festas populares bancadas pelo poder público para divulgar o nome da favorita do esquema governista. No carnaval deste ano, por exemplo, a titular da Assistência Social criou seu próprio bloco, que mesmo estreante já desfilou pelas ruas com trio elétrico(coincidentemente o mesmo contratado pela Prefeitura) e banda de frevo.

Realmente, uma façanha para uma agremiação carnavalesca que nem sequer vendeu abadás, pois seus poucos foliões estavam apenas fantasiados. Essa proeza só pode encontrar explicação no interesse político do evento, muito evidente durante o arrastão ocorrido na noite do último sábado (05/03). No percurso que começou na igreja católica e abrangeu quase toda a Cel. Solon, a ex-coordenadora de saúde foi lembrada 13 vezes, mais que o triplo das menções feitas a seu padrinho político. Vale frisar que até o nome do bloco (“Quer vir, venha!”) nos remete a um convite, uma adesão. Nada mais apropriado para esse momento pré-eleitoral, não acha?

Por conta da invencível dinâmica da política, as projeções feitas neste artigo podem simplesmente ir por água abaixo. Tudo vai depender do empenho do prefeito em viabilizar sua sucessora bem como a desenvoltura dela nos desafios que enfrentará. É bom deixar claro que estamos ainda num período de testes. Por isso, a inserção dessa nova personagem no tabuleiro da disputa municipal é um balão de ensaio que pode vingar ou não.

Como o pŕoprio título da postagem sugere, a realidade vislumbrada hoje é apenas esboço de um cenário futuro. Portanto, até se chegar ao desenho definitivo da pŕoxima eleição uma infinidade de alterações pode deixá-lo tão diferente que talvez nem se pareça mais com estes rascunhos que acabo de escrever.
Leia mais sobre o assunto AQUI.

6 comentários:

Professor Celestino disse...

É preciso ponderar que na politica nem sempre 2 + 2 são quatro e que ninguém é cego a vida toda podendo enxergar, Grossos ja teve por demais exemplos de caciques politicos que em nada contribuiram com o desenvolvimento sócial, econômico e político de Grossos, Portanto, é preciso que as nossas lideranças entendam que essa terra precisa de alguém que tenha uma visão futurista de gestão e que o municipio precisa alguém antenado com as politicas publicas necessárias para o desenvolvimento do nosso municipio, Postegar Grossos de uma liderança com o perfil de CATECA é no minimo inconsequente, visto que a trajetória deste camarada não só se confunde com a história de grossos como também com os anseios da população menos assistida do nosso municipio. Mas é bom saber que política não se faz apenas pela vontade, mas pela necessidade objetiva das circunstâncias históricas.

leandry disse...

o embate político tende a ser mais entre joão dehon e enilson,pois
qualquer candidato da situação apoiado pelo atual prefeito não obterá êxito porque a popularidade de veronilde é baixísima pela sua gestão perdida e sem rumo!!joão dehon,apesar de ter perdido 2 campanhas essa dele ninguém toma!quando ele era prefeito o povo era feliz e não sabia.

Professor Ronaldo Josino disse...

Postar um comentário dessa forma Leandry, é ser muito pretencioso, na política,como sabemos, tudo é muito dinâmico. Não estou querendo dizer que João não ganhe, estou querendo dizer que há outras opções, entre voltar para o passado e seguir em frente há uma grande diferença e quando digo seguir em frente, não me refiro ao candidato do governo, refiro-me as possíveis candidaturas que possivelmente surgirão, quem sabe novos nomes, novas cabeças, novas lideranças. Faltou apenas você dizer qual povo era feliz. O da panela ou os que não participavam desta.

Professor Ronaldo Josino disse...

Há Leandry, ia me esquecendo, sou colega de João, morei com ele alguns anos na Casa do Estudante, e não são duas campanhas perdidas, são três.

Professor Ronaldo Josino disse...

Desculpe mais uma vez, dessas três, eu acompanhei e votei nele em duas.
E como falei, tudo na política é muito dinâmico, quem sabe eu possa votar nele na próxima.

assimépoesia disse...

GOSTARIA DE ESCLARECER APENAS AO SENHOR LENIN QUE O PROGRAMA RENDA CIDADA NÃO SE TRATA DE COMPLEMENTAÇÃO AOS QUE JA TEM BOLSA FAMILIA, MAS SIM UM PROGRAMA QUE TRABALHARA RESGATE DA AUTO ESTIMA E CONFIANÇA E PROPORCIONARA AS FAMILIAS QUE NÃO POSSUM NENHUM PROGRAMA SOCIAL, UMA RENDA BEM COMO CURSOS DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL PARA QUE AS MESMAS POSSA CAMINHAREM AO LONGO DO PERCURSO DA VIDA.