domingo, 4 de março de 2012

O preço da folia

Inversão de prioridades custa caro à sociedade.

No final do ano passado moradores da zona rural de Grossos ficaram sem água por cerca de 90 dias. O problema arrastou-se por tanto tempo por que a Prefeitura alegou dificuldades financeiras para quitar um débito de 20 a 30 mil reais com a CAERN. Logo após este episódio, a escassez de recursos do Executivo voltou a ser destaque, atingindo em cheio os professores, que foram contemplados com a menor parcela do rateio do Fundeb já paga por uma administração do município.

Não bastassem todos esses sinais de crise, Grossos ainda terminou 2011 integrando a lista negra das prefeituras inadimplentes do RN, o que só reforça o cenário desolador das contas municipais.

Mas eis que tudo isso haveria de mudar com a chegada do carnaval. Como num passe de mágica, o poder público esbanjou toda a sua força orçamentária, contratando trio elétrico e várias bandas para animar os foliões durante o reinado de Momo.

A destinação de tanto dinheiro para patrocinar os dias de festa não é resultado de um acréscimo de receita verificado em fevereiro, mas de uma escolha política. A gestão 'socialista' da cidade apenas inverteu a ordem de prioridades, relegando a segundo plano questões de maior interesse público para auferir dividendos políticos de um evento com grande apelo popular.

A pergunta que não quer calar.

Quanto custou aos cofres públicos o carnaval de Grossos? A indagação é das mais oportunas uma vez que a Prefeitura há bem pouco tempo dispunha de recursos limitados, o que não lhe permitiria, em tese, promover tamanha festa. Espera-se que tal contradição desperte ao menos a curiosidade dos vereadores, se é que estes já não tenham perdido o interesse de desvendar os mistérios do governo municipal. 




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