Por Rogério Marques, do site FOQUE.
ENGRAÇADO, o Ministério Público recomendou à secretária de educação do Estado, Betânia Ramalho, “a instauração de processo administrativo disciplinar contra os servidores que inviabilizem a prestação de serviço educacional”. Devia, também, condenar o estado pelas péssimas condições das escolas públicas.
Não bastasse o difícil exercício da profissão, que inclui longas jornadas em salas de aula superlotadas, os trabalhadores em educação ainda são criminalizados. Além das graves doenças da profissão, como enfermidades vocais, LER/Dort, síndrome de bernout ou estresse crônico. Essa é uma realidade vivida pelos educadores que o poder público e a grande imprensa não quer ver. Fingem não saber ou fazem questão de esconder.
A greve é um direito garantido pela Constituição Federal do Brasil que os trabalhadores têm para enfrentar governantes autoritários e insensíveis à dura realidade de quem depende de salários miseráveis. Portanto, secretária de educação e Ministério Público, fazer greve não é cometer crime.
Descontar dia de trabalho de quem luta por uma educação de qualidade e salário digno , isso sim, é ilegal, imoral.
A lei, ora a lei... E os dias de aula que não são cumpridos devido a falta de professores e as condições precárias das escolas públicas? Quem vai pagar por isso? A greve não tem culpa do ensino brasileiro ser um dos piores do mundo.
Então, não adianta criminalizar trabalhadores para poupar os verdadeiros culpados das péssimas notas atribuídas ao ensino brasileiro.
Os trabalhadores da rede pública estadual de ensino no Rio Grande do Norte merecem todo o respeito. Afinal, lutar não é crime. Por isso, numa decisão corajosa, a assembleia dos trabalhadores em educação realizada nesta quinta-feira (14/7), na Escola Estadual Winston Churchill, decidiu continuar a greve, mesmo sob as ameaças dos poderes executivo e judiciário. Com licença, eu também vou à luta...
A próxima assembleia está marcada para a próxima sexta-feira, dia 22.
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