O mês que hoje se encerra me remete a lembranças que carregarei pelo resto da vida. Foram dias da mais intensa experiência política, proporcionada pelo ressurgimento do movimento estudantil através do @C_O_M_E_M. O protesto desses estudantes por uma educação melhor reescreve com coragem e dignidade uma luta que jamais deveria ter sido interrompida pelos jovens deste país. Sou grato a todos eles e tenho muito orgulho de conhecê-los. Em sua homenagem, reproduzo abaixo trecho da letra da música "E vamos à luta" de Gonzaguinha. Essa canção foi escolhida porque, assim como o seu compositor, também acredito numa juventude aguerrida, que sabe o que quer e não mede esforços para construir "a manhã desejada".
E vamos à luta.
Eu acredito
É na rapaziada
Que segue em frente
E segura o rojão
Eu ponho fé
É na fé da moçada
Que não foge da fera
E enfrenta o leão
Eu vou à luta
É com essa juventude
Que não corre da raia
À troco de nada
Eu vou no bloco
Dessa mocidade
Que não tá na saudade
E constrói
A manhã desejada...
domingo, 31 de julho de 2011
A lucidez das ideias(IX)
“Você pode perguntar: Como você pode advogar quebrando algumas leis e obedecendo outras? A resposta está no fato de haver dois tipos de leis: justa e injusta. Você tem a responsabilidade legal e moral de obedecer as leis justas. Opostamente, você tem a responsabilidade moral de desobedecer as leis injustas”. Martin Luther King Jr.
Fragmentos da música...
"A minha alucinação
É suportar o dia-a-dia
E meu delírio
É a experiência
Com coisas reais..."
Fragmento da música Alucinação de Belchior.
É suportar o dia-a-dia
E meu delírio
É a experiência
Com coisas reais..."
Fragmento da música Alucinação de Belchior.
Não sorria nunca de um preconceito
Imagem do Blog do Amarildo Charges. |
Se alguém algum dia disser que Karl Marx roubou o socialismo dos nazistas, creio que diante de tamanho absurdo a maioria de nós não conseguiria conter um sorriso, ou mesmo a mais ruidosa gargalhada. E se esse mesmo alguém dissesse que haveria uma escala, uma hierarquia entre as raças, de tal modo que lá num pódio de muitos níveis, em primeiríssimo lugar estivesse a raça, vale dizer, a ariana, e lá no fim, no último dos últimos, estivessem os ciganos, os negros e os judeus, creio que talvez olhássemos o profundo ignorante à procura de um sinal de loucura. Antes, é claro, da mais estrepitosa risada.
No entanto, os motivos cômicos logo sofreriam um abalo se um mais avisado nos lembrasse que tais “piadas” foram ditas por Hitler e pelos nazistas. Ah, diante da lembrança do genocídio, do sofrimento e infâmia que tais cômicos impuseram ao mundo, toda a sua sangrenta palhaçada deixaria de ser motivo de riso. Pois o cômico, assim como a felicidade, a raiva, o amor, o ódio, toda manifestação legítima de humanidade, sempre se dá em um contexto de vidas e significados. E deles, um dos que merecem mais cuidado talvez seja o do preconceito, por mais cômico, absurdo e de irresistível comicidade pareça. Pois as caveiras também mostram os dentes, mas nunca são dignas de um sorriso.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Mércia Ivánovna
Por Bruno Sérvulo*
...vive o princípio da vaidade. E como clássica vaidosa se alegra; deleita-se em cada opinião boa que ouve sobre si. Independente de qualquer ponto de vista de utilidade que esse elogio possa lhe trazer e também, muitas vezes, não considerando se o é falso ou verdadeiro. Assim como sofre de cada opinião ruim. Pois se submete a ambas. Eis, um claro vestígio de escravidão.
- Os seus olhos. Ah, os seus olhos, Mércia Ivánovna! Outrora tão brilhantes e místicos, hoje, mais parecem um lago liso e relutante, no qual já não ondula um só encanto,uma só simpatia. Como nas analogias do Boff, as águias se transformam em galinhas.Abandonas-te os perigos de voar alto. Abdicou, de estar nos elevados montes e ver mais e mais coisas abaixo de si.
...vive o princípio da vaidade. E como clássica vaidosa se alegra; deleita-se em cada opinião boa que ouve sobre si. Independente de qualquer ponto de vista de utilidade que esse elogio possa lhe trazer e também, muitas vezes, não considerando se o é falso ou verdadeiro. Assim como sofre de cada opinião ruim. Pois se submete a ambas. Eis, um claro vestígio de escravidão.
- Os seus olhos. Ah, os seus olhos, Mércia Ivánovna! Outrora tão brilhantes e místicos, hoje, mais parecem um lago liso e relutante, no qual já não ondula um só encanto,uma só simpatia. Como nas analogias do Boff, as águias se transformam em galinhas.Abandonas-te os perigos de voar alto. Abdicou, de estar nos elevados montes e ver mais e mais coisas abaixo de si.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Natal fora de época: um fenômeno pré-eleitoral.
A proximidade do ano eleitoral responde pela ocorrência de alguns fenômenos estranhos em Grossos. E não procure explicá-los por outra lógica que não a da política. Por exemplo, como entender a antecipação da vinda de Papai Noel à cidade? Isso mesmo, você não leu errado. O mês não é o de dezembro, mas o que importa? Por lá já é Natal e a tradição não significa muito nesse período que antecede uma nova eleição municipal.
"Faxina" de Dona Dilma não resolve nada
Após as denúncias de corrupção envolvendo o Ministério dos Transportes, a presidenta Dilma iniciou uma "faxina" na pasta demitindo 19 auxiliares, supostamente envolvidos com desvio de dinheiro público. No entanto, esse esforço de salvar a imagem do governo é inócuo. Mais cedo ou mais tarde, novos casos deverão surgir. E não precisa ser nenhum vidente para saber disso.
O mal da corrupção que está impregnado na Administração Pública não é um problema pontual, restristo a este ou aquele ministério ou governo. Ele é sistêmico e tem raízes na falência de um modelo político-eleitoral, baseado sobretudo nas recompensas cuteadas pelo erário àqueles que financiam as campanhas eleitorais. Por isso, Dona Dilma pode se preparar. Se quiser realmente ir a fundo nessa limpeza, terá muito trabalho pela frente, pois só o que existe é sujeira escondida debaixo do tapete.
O mal da corrupção que está impregnado na Administração Pública não é um problema pontual, restristo a este ou aquele ministério ou governo. Ele é sistêmico e tem raízes na falência de um modelo político-eleitoral, baseado sobretudo nas recompensas cuteadas pelo erário àqueles que financiam as campanhas eleitorais. Por isso, Dona Dilma pode se preparar. Se quiser realmente ir a fundo nessa limpeza, terá muito trabalho pela frente, pois só o que existe é sujeira escondida debaixo do tapete.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
21 anos sem Glênio Sá e Alírio Guerra
Glênio Sá: sua militância política faz muita falta nos dias de hoje |
“Amar um passado que ainda não passou e recusar um presente que machuca. Esta é a melhor definição para a saudade presente no meu dia-a-dia há 21 anos, quando com a perda do meu pai em 26 de julho. Uma dor compartilhada com familiares, amigos, correligionários e, em especial, os trabalhadores, ao lado de quem Glênio Sá travou incontáveis lutas, colocando a disposição toda sua força e energia para construção de uma sociedade democrática e livre”, diz a jornalista Jana Sá, filha de Glênio Sá.
“Esta dor da perda de um grande pai eu compartilho com minha família e a família do grande Alírio Guerra. Mas a esperança dos “exemplos de vida”, que é o principal significado desses combatentes, eu compartilho com todos os potiguares, brasileiros e ideológicos do mundo”, enfatiza o também jornalista Gilson Sá, filho de Glênio.
"Se tivéssemos de identificá-los pelos traços da geografia logo diríamos, são filhos do Brasil, de uma região importante e resistente, como foram as suas vidas. Glênio Sá, de Caraúbas no Médio Oeste Potiguar, e Alírio Guerra, de Curimatá no Sudoeste do Piauí, se localizaram na caminhada da vida e da luta pela bússola da política revolucionária do PCdoB, em tempos de autoritarismo e de cerceamento das liberdades democráticas", frisa o advogado e professor Francisco Canindé de França(PCdoB).
Leia também: "Alírio e Glênio: Um grande legado."
Foto: Blog do Oliveira.
terça-feira, 26 de julho de 2011
Subversão e bem-aventurança
Em meio aos protestos em prol da educação no RN, setores do governo e da imprensa potiguar tentaram denegrir a imagem de professores e estudantes classificando-os como irresponsáveis e desordeiros. Além da peculiar repulsa aos movimentos sociais, o que deixou as autoridades ainda mais exaltadas foi a forma como mestres e alunos resistiram às pressões do governo, desobedecendo inclusive decisões judiciais. Com tal atitude os manifestantes chocaram os arautos do chamado Estado Democrático de Direito, que, diga-se de passagem, jamais socializou os direitos, limitando-se a vender a ideia de falsa liberdade sob o manto de uma democracia meramente formal.
Pela ótica deste modelo, as regras e decisões que emanam do Estado devem ser respeitadas incondicionalmente, mesmo que o seu conteúdo seja incompatível com a noção de justiça. É neste ponto que reside a principal divergência entre os defensores da ordem e aqueles que a contestam. Os primeiros estão satisfeitos com essa lógica jurídica até porque é ela que garante os seus privilégios, protegendo-os de possíveis retaliações. Mas os que ousam desafiar certos ditames estatais por uma causa nobre o fazem movidos pelo sentimento de justiça.
Essa postura combativa me faz lembrar do exemplo de um homem que há mais de 2 mil anos também repudiou a Lei de seu tempo. O nome dele: Jesus Cristo. Convicto de seu papel na sociedade, Ele transmitiu uma mensagem não apenas espiritual, mas também política. E ao contrário de muitos filósofos ditos revolucionários, a sua proposta não ficou apenas no discurso. Logo converteu-se em ações contra a iniquidade de sua época.
Pela ótica deste modelo, as regras e decisões que emanam do Estado devem ser respeitadas incondicionalmente, mesmo que o seu conteúdo seja incompatível com a noção de justiça. É neste ponto que reside a principal divergência entre os defensores da ordem e aqueles que a contestam. Os primeiros estão satisfeitos com essa lógica jurídica até porque é ela que garante os seus privilégios, protegendo-os de possíveis retaliações. Mas os que ousam desafiar certos ditames estatais por uma causa nobre o fazem movidos pelo sentimento de justiça.
Essa postura combativa me faz lembrar do exemplo de um homem que há mais de 2 mil anos também repudiou a Lei de seu tempo. O nome dele: Jesus Cristo. Convicto de seu papel na sociedade, Ele transmitiu uma mensagem não apenas espiritual, mas também política. E ao contrário de muitos filósofos ditos revolucionários, a sua proposta não ficou apenas no discurso. Logo converteu-se em ações contra a iniquidade de sua época.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
A caixa preta das igrejas
Por Eliakim Araujo, no Direto da Redação
Silvio Santos bateu o martelo e disse que não vende mais as madrugadas do SBT para pregadores religiosos, mesmo que paguem milhões. Bispos e pastores estavam de olho naquele horário e ofereceram mundos e fundos para conquistá-lo. As ofertas partiram de todos, desde o bispão Macedo, em sua louca fixação para derrubar a Globo, até Romildo Ribeiro Soares, mais conhecido por RR Soares, cunhado de Macedo, que já tem sua TV mas é incansável na busca por mais espaços em outras redes. Também entrou na disputa um tal Malafaia, aquele que garantiu que iria arrecadar alguns bilhões dos fiéis para ter sua própria TV e deu com os burros n’água.
Silvio, bom camelô, o homem que conseguiu dar a volta até na CEF, passando-lhe o mico preto do banco Pan-Americano antes que ele explodisse, deve ter pensado: “pera lá, se esses caras querem tanto esse espaço é porque algum faturamento eles vão ter lá na frente”. Não sei se ele pensou exatamente assim ou simplesmente decidiu preservar sua TV da catequese massacrante dos nossos respeitados bispos, pastores e apóstolos, mas o fato é que decidiu encerrar as negociações.
Penso que é preciso algum tipo de fiscalização para que todos saibam o que está por trás dessa dominação evangélica nas TVs brasileiras. De onde vem essa dinheirama toda? Vem de dízimos e do valor obtido com doações, mesmo que envolvam imóveis, veículos e doações, sobre os quais não incide imposto de renda. Ao pé da letra, significa dizer que todos os contribuintes brasileiros estão trabalhando em favor da construção desses impérios, não apenas os fiéis das igrejas. Essa é uma caixa preta que precisa ser aberta e convenientemente explicada.[...] CONTINUE LENDO>>>
Leia também: "O pastor herege".
Silvio Santos bateu o martelo e disse que não vende mais as madrugadas do SBT para pregadores religiosos, mesmo que paguem milhões. Bispos e pastores estavam de olho naquele horário e ofereceram mundos e fundos para conquistá-lo. As ofertas partiram de todos, desde o bispão Macedo, em sua louca fixação para derrubar a Globo, até Romildo Ribeiro Soares, mais conhecido por RR Soares, cunhado de Macedo, que já tem sua TV mas é incansável na busca por mais espaços em outras redes. Também entrou na disputa um tal Malafaia, aquele que garantiu que iria arrecadar alguns bilhões dos fiéis para ter sua própria TV e deu com os burros n’água.
Silvio, bom camelô, o homem que conseguiu dar a volta até na CEF, passando-lhe o mico preto do banco Pan-Americano antes que ele explodisse, deve ter pensado: “pera lá, se esses caras querem tanto esse espaço é porque algum faturamento eles vão ter lá na frente”. Não sei se ele pensou exatamente assim ou simplesmente decidiu preservar sua TV da catequese massacrante dos nossos respeitados bispos, pastores e apóstolos, mas o fato é que decidiu encerrar as negociações.
Penso que é preciso algum tipo de fiscalização para que todos saibam o que está por trás dessa dominação evangélica nas TVs brasileiras. De onde vem essa dinheirama toda? Vem de dízimos e do valor obtido com doações, mesmo que envolvam imóveis, veículos e doações, sobre os quais não incide imposto de renda. Ao pé da letra, significa dizer que todos os contribuintes brasileiros estão trabalhando em favor da construção desses impérios, não apenas os fiéis das igrejas. Essa é uma caixa preta que precisa ser aberta e convenientemente explicada.[...] CONTINUE LENDO>>>
Leia também: "O pastor herege".
domingo, 24 de julho de 2011
sábado, 23 de julho de 2011
A lucidez das ideias (VIII)
"Portanto, se esperar um milagre for um traço característico da falta de saída em que nosso mundo chegou, então essa expectativa não nos remete, de modo nenhum, para fora do âmbito político original. Se o sentido da política é a liberdade, isso significa que nesse espaço – e em nenhum outro – temos de fato o direito de esperar milagres." Hannah Arendt, influente filósofa política alemã do século XX.
A greve não se acabou, apenas tá congelada!
Por Crispiniano Neto em sua coluna Prosa & Verso do Jornal de Fato.
Glosas
I
O conflito eu não acirro
Mas, foi um show de horrores
Se tratar os professores
Com cassetete e esbirro...
Uma Vitória de Pirro
Que não contribui em nada
Como a pauta foi rasgada
E o mestre nada ganhou
A GREVE NÃO SE ACABOU...
APENAS TÁ CONGELADA!
II
Cem mil de multa por dia,
Ameaças de prisão,
Tribunal e repressão,
Corte ao ponto e vilania,
Com esta ditadura fria
A classe está revoltada
Vai dar aula indignada
Contra quem lhe massacrou
A GREVE NÃO SE ACABOU...
APENAS TÁ CONGELADA!
III
Acho que a categoria
Tá só esperando Março
Pra rever Paulo de Tarso
Com aquela simpatia...
Pois sua Pedagogia
Da opressão desalmada
Já deixa mobilizada
A retomada do show...
A GREVE NÃO SE ACABOU...
APENAS TÁ CONGELADA!
IV
Se a rosa estiver pensando
Que saiu vitoriosa,
Eu tenho é pena da rosa
Pois tem alguém lhe enganando...
As aulas estão voltando
Mas em toda aula dada
Ela será detonada
Por todos que ela humilhou
A GREVE NÃO SE ACABOU...
APENAS TÁ CONGELADA!
Glosas
I
O conflito eu não acirro
Mas, foi um show de horrores
Se tratar os professores
Com cassetete e esbirro...
Uma Vitória de Pirro
Que não contribui em nada
Como a pauta foi rasgada
E o mestre nada ganhou
A GREVE NÃO SE ACABOU...
APENAS TÁ CONGELADA!
II
Cem mil de multa por dia,
Ameaças de prisão,
Tribunal e repressão,
Corte ao ponto e vilania,
Com esta ditadura fria
A classe está revoltada
Vai dar aula indignada
Contra quem lhe massacrou
A GREVE NÃO SE ACABOU...
APENAS TÁ CONGELADA!
III
Acho que a categoria
Tá só esperando Março
Pra rever Paulo de Tarso
Com aquela simpatia...
Pois sua Pedagogia
Da opressão desalmada
Já deixa mobilizada
A retomada do show...
A GREVE NÃO SE ACABOU...
APENAS TÁ CONGELADA!
IV
Se a rosa estiver pensando
Que saiu vitoriosa,
Eu tenho é pena da rosa
Pois tem alguém lhe enganando...
As aulas estão voltando
Mas em toda aula dada
Ela será detonada
Por todos que ela humilhou
A GREVE NÃO SE ACABOU...
APENAS TÁ CONGELADA!
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Avante, professores, de pé!
Por Elaine Tavares do blog Palavras Insurgentes.
A cena apareceu, épica. Uma mulher, já de certa idade, rosto vincado, roupas simples, acocorada num cando da Assembléia Legislativa de Santa Catarina. Chorava. As lágrimas correndo soltas pela cara vermelha e inchada. Num átimo, a câmera captou seu olhar. Era de uma tristeza profunda, infinita, um desespero, uma desesperança, um vazio. Ali, na casa do povo, a professora compreendia que o que menos vale é a vontade das gentes. Acabava de passar no legislativo estadual o projeto do governador Raimundo Colombo, que vai contra todas as propostas defendidas pelos trabalhadores ao longo de dois meses de uma greve fortíssima. Um ato de força. A deputada Angela Albino chorava junto com os professores, os demais sete deputados que votaram contra – a favor dos trabalhadores - estavam consternados e, até certo ponto envergonhados por seus colegas. Mas, esses, os demais, os 28 que votaram com o governo, não se escondiam. Sob os holofotes das câmeras davam entrevistas, caras lavadas, dizendo que haviam feito o que era certo. Puro cinismo.
Na verdade o que aconteceu na Assembléia Legislativa foi o que sempre acontece quando a truculência do poder se faz soberana. Atropelando todos os ritos da democracia, o projeto do governador sequer passou por comissões, foi direto à plenário. Foi um massacre. Porque é assim que é o legislativo nos países capitalistas, ditos “países livres e democráticos“. Os que lá estão não representam o povo, representam interesses de pequenos grupos, muito poderosos. São eleitos com o dinheiro destes grupos. Aquela multidão que esperava ali fora – mais de três mil professores – não era nada para os 28 deputados bem vestidos que ganham mais de 20 mil por mês. Valor bem acima do que o piso que os professores tantos lutam para ter, 1.800 reais. E estes senhores tampouco estão se lixando para os professores estaduais porque certamente educam seus filhos em escolas particulares. Vitória, bradavam.
A cena apareceu, épica. Uma mulher, já de certa idade, rosto vincado, roupas simples, acocorada num cando da Assembléia Legislativa de Santa Catarina. Chorava. As lágrimas correndo soltas pela cara vermelha e inchada. Num átimo, a câmera captou seu olhar. Era de uma tristeza profunda, infinita, um desespero, uma desesperança, um vazio. Ali, na casa do povo, a professora compreendia que o que menos vale é a vontade das gentes. Acabava de passar no legislativo estadual o projeto do governador Raimundo Colombo, que vai contra todas as propostas defendidas pelos trabalhadores ao longo de dois meses de uma greve fortíssima. Um ato de força. A deputada Angela Albino chorava junto com os professores, os demais sete deputados que votaram contra – a favor dos trabalhadores - estavam consternados e, até certo ponto envergonhados por seus colegas. Mas, esses, os demais, os 28 que votaram com o governo, não se escondiam. Sob os holofotes das câmeras davam entrevistas, caras lavadas, dizendo que haviam feito o que era certo. Puro cinismo.
Na verdade o que aconteceu na Assembléia Legislativa foi o que sempre acontece quando a truculência do poder se faz soberana. Atropelando todos os ritos da democracia, o projeto do governador sequer passou por comissões, foi direto à plenário. Foi um massacre. Porque é assim que é o legislativo nos países capitalistas, ditos “países livres e democráticos“. Os que lá estão não representam o povo, representam interesses de pequenos grupos, muito poderosos. São eleitos com o dinheiro destes grupos. Aquela multidão que esperava ali fora – mais de três mil professores – não era nada para os 28 deputados bem vestidos que ganham mais de 20 mil por mês. Valor bem acima do que o piso que os professores tantos lutam para ter, 1.800 reais. E estes senhores tampouco estão se lixando para os professores estaduais porque certamente educam seus filhos em escolas particulares. Vitória, bradavam.
É muito pior do que eu imaginava
Nunca fui simpatizante do perfil político da governadora e de seu marido. Por essa razão, em eleições passadas sempre fiz outras escolhas, mesmo sabendo que elas não correspondiam às propostas dos meus sonhos. Tentava assim evitar um futuro mais desastroso para o estado, tomando por base o “modus operandi” empregado em Mossoró há décadas. Mas apesar de todas as minhas projeções nada animadoras jamais pensei que o resultado fosse tão devastador.
Em tempo recorde, a administração rosalbista me surpreendeu, pois revelou-se bem pior do que seus opositores puderam imaginar. Esbanjando autoritarismo e intolerância, este governo já tem lugar assegurado no museu de horrores da história política do RN. Lamentável.
Leia também: "Professorado se sente humilhado e enganado por governo"
Leia também: "Professorado se sente humilhado e enganado por governo"
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Por que a população não sai às ruas contra a corrupção?
Do site do MST.
O jornal O Globo publicou uma reportagem no domingo para questionar por que os brasileiros não saem às ruas para protestar contra a corrupção.
Para fazer a matéria, os repórteres Jaqueline Falcão e Marcus Vinicius Gomes entrevistaram os organizadores das manifestações de defesa dos direitos dos homossexuais e da legalização da maconha. E a Coordenação Nacional do MST.
A repórter Jaqueline Falcão enviou as perguntas por correio eletrônico, que foram respondidas pela integrante da coordenação do MST, Marina dos Santos, e enviadas na quinta-feira em torno das 18h, dentro do prazo.
A repórter até então interessada não entrou mais em contato. A reportagem saiu só no domingo. E as respostas não foram aproveitadas.
Por que será?
O jornal O Globo publicou uma reportagem no domingo para questionar por que os brasileiros não saem às ruas para protestar contra a corrupção.
Para fazer a matéria, os repórteres Jaqueline Falcão e Marcus Vinicius Gomes entrevistaram os organizadores das manifestações de defesa dos direitos dos homossexuais e da legalização da maconha. E a Coordenação Nacional do MST.
A repórter Jaqueline Falcão enviou as perguntas por correio eletrônico, que foram respondidas pela integrante da coordenação do MST, Marina dos Santos, e enviadas na quinta-feira em torno das 18h, dentro do prazo.
A repórter até então interessada não entrou mais em contato. A reportagem saiu só no domingo. E as respostas não foram aproveitadas.
Por que será?
terça-feira, 19 de julho de 2011
Os dez mandamentos de um bom político
Um político com mandato eletivo que queira desempenhar sua função pública com honradez e seriedade deve observar um mínimo de regras para tal fim. Alguns desses preceitos éticos foram resumidamente distribuídos em dez mandamentos pelo deputado do PSOL-RJ, Chico Alencar. Segundo ele, um representante eleito pelo povo deve obedecer ao seguinte decálogo:
1. AMARÁS A PROMOÇÃO DO BEM COMUM, e não dos seus bens patrimoniais – “bezerros de ouro” da prosperidade particular -, com todo o teu coração e entendimento;
2. NÃO PRONUNCIARÁS A EXPRESSÃO “INTERESSE PÚBLICO” EM VÃO, confundindo-a com a idolatria dos negócios privados;
3. GUARDARÁS NÍTIDA SEPARAÇÃO ENTRE DEDICADO TRABALHO E SALUTAR DESCANSO, desfrutando deste sem nenhuma vantagem indevida ou “mimo” interessado derivado daquele;
1. AMARÁS A PROMOÇÃO DO BEM COMUM, e não dos seus bens patrimoniais – “bezerros de ouro” da prosperidade particular -, com todo o teu coração e entendimento;
2. NÃO PRONUNCIARÁS A EXPRESSÃO “INTERESSE PÚBLICO” EM VÃO, confundindo-a com a idolatria dos negócios privados;
3. GUARDARÁS NÍTIDA SEPARAÇÃO ENTRE DEDICADO TRABALHO E SALUTAR DESCANSO, desfrutando deste sem nenhuma vantagem indevida ou “mimo” interessado derivado daquele;
segunda-feira, 18 de julho de 2011
O tal dano da greve
Por Pablo Capistrano, em seu site www.pablocapistrano.com.br.
Tem danos que vem com a ausência. Tem outros que chegam mesmo na presença. Lembro de ter ouvido uma história em Santa Cruz, sobre uma aluna recém concluinte do ensino médio que chorou diante de uma prova de vestibular da UFRN.
Quando ela abriu a prova de Física entrou em pânico. Nada daquele vasto universo de conceitos exóticos e intrincadas ideias, transmutáveis em fórmulas matemáticas, fazia sentido para ela. A garota havia passado todo o ensino médio regularmente matriculada na rede pública de ensino do estado do Rio Grande do Norte e havia estudado apenas um assunto da disciplina de Física.
Um único, inexpugnável, irredutível, tema. Uma única e absoluta problemática. Uma só grande questão desde que Galileu, Copernico, Newton e Heisenberg pisaram sobre a terra. Um mesmo tópico, alçado a tal categoria de abrangência, que parecia resumir tudo o que os físicos construíram em quase três mil anos de ciência ocidental. A garota havia passado o ensino médio estudando Movimento Retilíneo Uniforme e Movimento Uniformemente Variado, nada mais, nada menos.
Tem danos que vem com a ausência. Tem outros que chegam mesmo na presença. Lembro de ter ouvido uma história em Santa Cruz, sobre uma aluna recém concluinte do ensino médio que chorou diante de uma prova de vestibular da UFRN.
Quando ela abriu a prova de Física entrou em pânico. Nada daquele vasto universo de conceitos exóticos e intrincadas ideias, transmutáveis em fórmulas matemáticas, fazia sentido para ela. A garota havia passado todo o ensino médio regularmente matriculada na rede pública de ensino do estado do Rio Grande do Norte e havia estudado apenas um assunto da disciplina de Física.
Um único, inexpugnável, irredutível, tema. Uma única e absoluta problemática. Uma só grande questão desde que Galileu, Copernico, Newton e Heisenberg pisaram sobre a terra. Um mesmo tópico, alçado a tal categoria de abrangência, que parecia resumir tudo o que os físicos construíram em quase três mil anos de ciência ocidental. A garota havia passado o ensino médio estudando Movimento Retilíneo Uniforme e Movimento Uniformemente Variado, nada mais, nada menos.
Imaginem se fosse o Dunga
Por Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania.
Luiz Antônio Venker Menezes, mais conhecido como Mano Menezes, assumiu o comando da Seleção Brasileira em 23 de julho do ano passado. Substituiu o técnico Dunga após a derrota do Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo da África do Sul. Desde então, a equipe que treinou não logrou vencer um só adversário de peso.
A primeira partida da Seleção sob o comando de Menezes foi contra os Estados Unidos, equipe reconhecidamente fraca que vencemos por 2 a 0. Para aquela partida, convocou-se os tão pedidos Neymar e Paulo Henrique Ganso, que não foram para a Copa do Mundo e provocaram verdadeira crucificação de Dunga pela mídia, muito mais por sua briga com a Globo durante o Mundial de 2010.[...] Leia o artigo completo AQUI.
Luiz Antônio Venker Menezes, mais conhecido como Mano Menezes, assumiu o comando da Seleção Brasileira em 23 de julho do ano passado. Substituiu o técnico Dunga após a derrota do Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo da África do Sul. Desde então, a equipe que treinou não logrou vencer um só adversário de peso.
A primeira partida da Seleção sob o comando de Menezes foi contra os Estados Unidos, equipe reconhecidamente fraca que vencemos por 2 a 0. Para aquela partida, convocou-se os tão pedidos Neymar e Paulo Henrique Ganso, que não foram para a Copa do Mundo e provocaram verdadeira crucificação de Dunga pela mídia, muito mais por sua briga com a Globo durante o Mundial de 2010.[...] Leia o artigo completo AQUI.
domingo, 17 de julho de 2011
O piquenique das tartarugas
Crônica de Millôr Fernandes.
Uma família de tartarugas decidiu sair para um piquenique.
As tartarugas, sendo naturalmente lentas, levaram 7 anos preparando-se para o passeio.
Passados 6 meses, após acharem o lugar ideal, ao desembalarem a cesta de piquenique descobriram que estavam sem sal.
Então, designaram a tartaruga mais nova para voltar para casa e pegar o sal, por ser a mais rápida.
A pequena tartaruga lamentou, chorou e esperneou, mas concordou em ir com uma condição: que ninguém comeria até que ela retornasse.
Uma família de tartarugas decidiu sair para um piquenique.
As tartarugas, sendo naturalmente lentas, levaram 7 anos preparando-se para o passeio.
Passados 6 meses, após acharem o lugar ideal, ao desembalarem a cesta de piquenique descobriram que estavam sem sal.
Então, designaram a tartaruga mais nova para voltar para casa e pegar o sal, por ser a mais rápida.
A pequena tartaruga lamentou, chorou e esperneou, mas concordou em ir com uma condição: que ninguém comeria até que ela retornasse.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Com licença, eu também vou à luta...
Por Rogério Marques, do site FOQUE.
ENGRAÇADO, o Ministério Público recomendou à secretária de educação do Estado, Betânia Ramalho, “a instauração de processo administrativo disciplinar contra os servidores que inviabilizem a prestação de serviço educacional”. Devia, também, condenar o estado pelas péssimas condições das escolas públicas.
Não bastasse o difícil exercício da profissão, que inclui longas jornadas em salas de aula superlotadas, os trabalhadores em educação ainda são criminalizados. Além das graves doenças da profissão, como enfermidades vocais, LER/Dort, síndrome de bernout ou estresse crônico. Essa é uma realidade vivida pelos educadores que o poder público e a grande imprensa não quer ver. Fingem não saber ou fazem questão de esconder.
A greve é um direito garantido pela Constituição Federal do Brasil que os trabalhadores têm para enfrentar governantes autoritários e insensíveis à dura realidade de quem depende de salários miseráveis. Portanto, secretária de educação e Ministério Público, fazer greve não é cometer crime.
ENGRAÇADO, o Ministério Público recomendou à secretária de educação do Estado, Betânia Ramalho, “a instauração de processo administrativo disciplinar contra os servidores que inviabilizem a prestação de serviço educacional”. Devia, também, condenar o estado pelas péssimas condições das escolas públicas.
Não bastasse o difícil exercício da profissão, que inclui longas jornadas em salas de aula superlotadas, os trabalhadores em educação ainda são criminalizados. Além das graves doenças da profissão, como enfermidades vocais, LER/Dort, síndrome de bernout ou estresse crônico. Essa é uma realidade vivida pelos educadores que o poder público e a grande imprensa não quer ver. Fingem não saber ou fazem questão de esconder.
A greve é um direito garantido pela Constituição Federal do Brasil que os trabalhadores têm para enfrentar governantes autoritários e insensíveis à dura realidade de quem depende de salários miseráveis. Portanto, secretária de educação e Ministério Público, fazer greve não é cometer crime.
O Reino de Elefantina
Texto genial de Luiz Luz do @C_O_M_E_M.
O reino de elefantina fica assim, num lugar em que o vento faz a curva ou, como dizem os mais cáusticos, onde o capiroto perdeu as botas. Lá, quem governa são os cornacas. Eles conduzem o paquidérmico reino com uma vareta que está sempre em punho, orientando o seu lento caminhar.
No inusitado reino, a vida dos elefantinos está sujeita a uma lei que se sobrepõe à vida e à morte. Todos devem obedecê-la em fila indiana, unidos por trombas e rabos. Os cornacas são de uma região feudal do reino, acostumados a guiar elefantinos de tromba a rabo, através de muito circo e pouco feno, levando-os ao delírio ufanista de pertencem à cidade cultural de Elefantolândia.
Os elefantinos do leste rebelaram-se, torceram o rabo, bramiram, agitaram-se na defesa de condições dignas de trabalho e mais ração. Os cornacas, devido à tradição feudal, não tinham trato político com a diversidade paquidérmica, tratando-a com métodos antigos de domesticação. Achavam que a vareta era suficiente para dissuadir a insatisfação; ou que a frieza pétrea de uma lei fosse convencer toda uma geração de injustiçados.[...] LEIA A ÍNTEGRA DO TEXTO AQUI.
O reino de elefantina fica assim, num lugar em que o vento faz a curva ou, como dizem os mais cáusticos, onde o capiroto perdeu as botas. Lá, quem governa são os cornacas. Eles conduzem o paquidérmico reino com uma vareta que está sempre em punho, orientando o seu lento caminhar.
No inusitado reino, a vida dos elefantinos está sujeita a uma lei que se sobrepõe à vida e à morte. Todos devem obedecê-la em fila indiana, unidos por trombas e rabos. Os cornacas são de uma região feudal do reino, acostumados a guiar elefantinos de tromba a rabo, através de muito circo e pouco feno, levando-os ao delírio ufanista de pertencem à cidade cultural de Elefantolândia.
Os elefantinos do leste rebelaram-se, torceram o rabo, bramiram, agitaram-se na defesa de condições dignas de trabalho e mais ração. Os cornacas, devido à tradição feudal, não tinham trato político com a diversidade paquidérmica, tratando-a com métodos antigos de domesticação. Achavam que a vareta era suficiente para dissuadir a insatisfação; ou que a frieza pétrea de uma lei fosse convencer toda uma geração de injustiçados.[...] LEIA A ÍNTEGRA DO TEXTO AQUI.
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Imprensa underground e o calabouço da grande mídia
Por Modesto Neto, do Diálogo Socialista.
É um lugar sombrio de pouquíssima iluminação onde o acesso é difícil e a poeira cobre a tudo que nele possa vir a habitar. É o andar mais profundo dos castelos medievais onde são levados os presos mais perigosos ou que representam maior ameaça a nobreza coberta de pomposas vestes em ouro. Estes são os calabouços.
Durante séculos eles serviram para aprisionar presos políticos, homens e mulheres que ameaçassem a coroa de algum reino. Hoje na contemporaneidade os calabouços do silêncio são onde jogam-se não apenas humanos, mas as idéias, as notícias, as informações ou qualquer tipologia de conhecimentos que possam vir a ameaçar os grandes impérios – econômicos, empresariais e/ou políticos – que se sustentam sobre os pilares da exploração descabida e cínica da maioria das pessoas do Brasil e do mundo que anestesiadas sob os calmantes e êxtases da intransigente globalização mercadológica torna-os apenas compradores, consumidores, donatários de cartões de crédito, reduzidos em pensamento, ideologia e humanismo. Às vezes reduzidos em dignidade.[...] CONTINUE LENDO.
É um lugar sombrio de pouquíssima iluminação onde o acesso é difícil e a poeira cobre a tudo que nele possa vir a habitar. É o andar mais profundo dos castelos medievais onde são levados os presos mais perigosos ou que representam maior ameaça a nobreza coberta de pomposas vestes em ouro. Estes são os calabouços.
Durante séculos eles serviram para aprisionar presos políticos, homens e mulheres que ameaçassem a coroa de algum reino. Hoje na contemporaneidade os calabouços do silêncio são onde jogam-se não apenas humanos, mas as idéias, as notícias, as informações ou qualquer tipologia de conhecimentos que possam vir a ameaçar os grandes impérios – econômicos, empresariais e/ou políticos – que se sustentam sobre os pilares da exploração descabida e cínica da maioria das pessoas do Brasil e do mundo que anestesiadas sob os calmantes e êxtases da intransigente globalização mercadológica torna-os apenas compradores, consumidores, donatários de cartões de crédito, reduzidos em pensamento, ideologia e humanismo. Às vezes reduzidos em dignidade.[...] CONTINUE LENDO.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
O bonde que passou
Por Genildo Costa.
Há quem diga que sob às luzes de neon tudo anda conforme o combinado. Evidentemente, que não se faz necessário se apropriar de tratados filosóficos e, nem tampouco, dos clássicos da nossa literatura política para emitir opinião acerca de nossas verdades.
Não tenho dúvida de que ainda permanecemos os mesmos segundo o pacto que estabeleceu normas para que chegássemos a alcançar o mínimo de civilidade. Não carece de explicação quando o tema é conviver socialmente. Basta-nos levar em consideração o esforço que foi realizado para que pudéssemos, então, imprimir os caracteres mínimos responsáveis por essa vida de liberdade civil vigiada.
Por mais que tentemos compreender, verdadeiramente, os diferentes estágios dessa peleja de se tentar humanizar para uma relação de cordialidade e de respeito mútuo, mais estou convicto de que perdemos uma grande oportunidade de nos tornarmos plenamente viáveis.
(Texto dedicado ao imperativo das vozes que se fez juventude).
Há quem diga que sob às luzes de neon tudo anda conforme o combinado. Evidentemente, que não se faz necessário se apropriar de tratados filosóficos e, nem tampouco, dos clássicos da nossa literatura política para emitir opinião acerca de nossas verdades.
Não tenho dúvida de que ainda permanecemos os mesmos segundo o pacto que estabeleceu normas para que chegássemos a alcançar o mínimo de civilidade. Não carece de explicação quando o tema é conviver socialmente. Basta-nos levar em consideração o esforço que foi realizado para que pudéssemos, então, imprimir os caracteres mínimos responsáveis por essa vida de liberdade civil vigiada.
Por mais que tentemos compreender, verdadeiramente, os diferentes estágios dessa peleja de se tentar humanizar para uma relação de cordialidade e de respeito mútuo, mais estou convicto de que perdemos uma grande oportunidade de nos tornarmos plenamente viáveis.
terça-feira, 12 de julho de 2011
O que importa a mim?
Poema de Bertolt Brecht*
Primeiro eles levaram os negros
porém, para mim de nada importou
porque afinal eu não era negro.
Em seguida eles levaram os judeus
porém, para mim também de nada importou
porque eu não era judeu.
Depois detiveram os padres
porém, como eu não era religioso
isto pouco me importou.
Logo prenderam os comunistas
porém, como eu não era comunista,
isto também pouco me importou.
Agora estão me levando,
porém já é tarde...
Bertolt Brecht foi um grande poeta e dramaturgo alemão, protagonista de uma arte voltada para as discussões políticas relevantes.
Primeiro eles levaram os negros
porém, para mim de nada importou
porque afinal eu não era negro.
Em seguida eles levaram os judeus
porém, para mim também de nada importou
porque eu não era judeu.
Depois detiveram os padres
porém, como eu não era religioso
isto pouco me importou.
Logo prenderam os comunistas
porém, como eu não era comunista,
isto também pouco me importou.
Agora estão me levando,
porém já é tarde...
Bertolt Brecht foi um grande poeta e dramaturgo alemão, protagonista de uma arte voltada para as discussões políticas relevantes.
Ação e reação
Bem que a galera do @C_O_M_E_M avisou, mas não teve jeito. A governadora seguiu castigando os alunos acampados na Dired mesmo sabendo que o Palácio do Governo poderia ser ocupado pelos aliados do movimento em Natal. Agora, a promessa está prestes a ser cumprida. Ontem as primeiras barracas já foram montadas em frente à sede do Executivo estadual. Um novo acampamento está sendo organizado, desta vez pelo #LevantedoElefante, movimento que surgiu a partir das redes sociais, em especial do twitter, como resposta às represálias do governo aos jovens do @C_O_M_E_M.
Vale lembrar que na capital do estado os protestos repercutem mais. Além disso, há o precedente importante do #ForaMicarla, que chegou a estampar revistas de circulação nacional. Por essas razões, o secretário chefe da Casa Civil tratou logo de agendar um audiência com os estudantes para hoje às 16h. Ele procura agir rápido para conter o crescimento do acampamento, e assim evitar que a gestão do Dem sofra o mesmo desgaste da prefeita de Natal.
Leia também: "Grupo de estudantes acampa em frente a Governadoria"
Vale lembrar que na capital do estado os protestos repercutem mais. Além disso, há o precedente importante do #ForaMicarla, que chegou a estampar revistas de circulação nacional. Por essas razões, o secretário chefe da Casa Civil tratou logo de agendar um audiência com os estudantes para hoje às 16h. Ele procura agir rápido para conter o crescimento do acampamento, e assim evitar que a gestão do Dem sofra o mesmo desgaste da prefeita de Natal.
Leia também: "Grupo de estudantes acampa em frente a Governadoria"
segunda-feira, 11 de julho de 2011
Invasão do teatro expõe interesses de classe conflitantes
No dia em que o governo mandou cortar a energia e água da Dired, estudantes e professores foram recepcionar a governadora no Teatro Dix-Huit Rosado para entregá-la o troféu "Irresponsabilidade Educacional". O "prêmio" oferecido pelo Sinte-RN é uma sátira à comenda "Marca de Valor", que seria entregue à Rosalba pelo jornal Correio da Tarde naquela noite.
Mas a esposa de Carlos Augusto não compareceu à cerimônia de premiação, ficando a cargo de um assessor sua representação no evento. Mesmo assim, educadores e alunos insistiram em homenagear a Rosa ausente e invadiram o teatro, onde estava reunida parte da elite mossoroense. Diante da surpresa, o público reagiu com vaias e aplausos, revelando o quanto a sociedade encontra-se dividida pelos interesses de classe.
De um lado, os filhos abastados de Mossoró, que podem pagar um colégio ou uma universidade privada e não precisam da educação gratuita do estado; do outro, os que necessitam do ensino público de qualidade. Enquanto estes apoiaram o protesto, aqueles hostilizaram os manifestantes juntamente com os capachos do rosalbismo. Essas reações distintas evidenciam uma disputa velada entre os vários segmentos da pirâmide social, prova de que a base do pensamento marxista encontra respaldo nos detalhes sutis de uma realidade mascarada.
Mas a esposa de Carlos Augusto não compareceu à cerimônia de premiação, ficando a cargo de um assessor sua representação no evento. Mesmo assim, educadores e alunos insistiram em homenagear a Rosa ausente e invadiram o teatro, onde estava reunida parte da elite mossoroense. Diante da surpresa, o público reagiu com vaias e aplausos, revelando o quanto a sociedade encontra-se dividida pelos interesses de classe.
De um lado, os filhos abastados de Mossoró, que podem pagar um colégio ou uma universidade privada e não precisam da educação gratuita do estado; do outro, os que necessitam do ensino público de qualidade. Enquanto estes apoiaram o protesto, aqueles hostilizaram os manifestantes juntamente com os capachos do rosalbismo. Essas reações distintas evidenciam uma disputa velada entre os vários segmentos da pirâmide social, prova de que a base do pensamento marxista encontra respaldo nos detalhes sutis de uma realidade mascarada.
Semelhanças entre a Rosa e o "Tamborete"
O Blog do Carlos Santos postou uma reportagem especial na qual procura identificar as principais semelhanças entre os governos Rosalba e Geraldo Melo. A matéria ficou impecável e sua leitura é indispensável à compreensão do atual momento da política potiguar. Abaixo reproduzo parte da análise feita pelo jornalista em seu blog:
"Rosalba Ciarlini pode sofrer com o "Efeito Orloff
"Rosalba Ciarlini pode sofrer com o "Efeito Orloff
Nunca antes na história político-administrativa do Rio Grande do Norte, um governante viveu um início de gestão tão confuso, sem rumo e gerando enorme desapontamento. Essa é uma síntese dos primeiros meses do governo Rosalba Ciarlini (DEM).
O comum, diante de um cenário tão castastrófico, é que ocorra comparação com algum antecessor. É o caso do ex-governador Geraldo Melo (PSDB), que administrou o Estado de 1987-1990. Existem algumas semelhanças, mas várias discrepâncias no encontro histórico entre os dois.
Rosalba, como Geraldo, chegou à Governadoria envolta em grande expectativa e crédito de confiança, movida por montanha de votos construídos numa retórica emocional e nenhum projeto concreto. Só blablabá.(...) LEIA A ÍNTEGRA DA MATÉRIA AQUI.
Sociedade inverte os papéis quando não apóia e ainda vaia quem luta por seus direitos
Por Cézar Alves do Blog Retrato do Oeste
Está evidente que a sociedade que não exercita sua cidadania plena como votar, fiscalizar e cobrar resultados, é facilmente dominada e transformada em marionete.
É o caso do Rio Grande do Norte, ou pelo menos é o que estão tentando fazer com a população. Os sinais neste sentido são bem claros.
O sistema de saúde pública está falido. Uma criança passou sete dias agonizando no Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró, para finalmente ter quem coloque o fêmur no lugar.
Mossoró, que tem 259 mil habitantes e outros 50 mil circulando, não têm um leito de UTI pediátrica e no próximo dia 13 vai ficar sem hospital infantil. A UNIPED vai fechar.
Está evidente que a sociedade que não exercita sua cidadania plena como votar, fiscalizar e cobrar resultados, é facilmente dominada e transformada em marionete.
É o caso do Rio Grande do Norte, ou pelo menos é o que estão tentando fazer com a população. Os sinais neste sentido são bem claros.
O sistema de saúde pública está falido. Uma criança passou sete dias agonizando no Hospital Regional Tarcísio Maia, em Mossoró, para finalmente ter quem coloque o fêmur no lugar.
Mossoró, que tem 259 mil habitantes e outros 50 mil circulando, não têm um leito de UTI pediátrica e no próximo dia 13 vai ficar sem hospital infantil. A UNIPED vai fechar.
domingo, 10 de julho de 2011
Pressão psicológica
"A estratégia é comumente usada contra sequestradores, bandidos comuns ou ativistas políticos. É um estratagema para atordoar psicologicamente quem ocupa o prédio, levá-los à fragilização física e mental."
O comentário acima foi feito por Carlos Santos sobre o método usado pelo governo para retirar os estudantes da Dired. Durante toda a semana estive no local da ocupação e constatei o que diz o jornalista. A todo momento viaturas da ROCAM passam em frente ao prédio onde estão os estudantes. É uma ameaça constante, um estado de tensão permanente que só pode ser suportado por pessoas de convicções fortes como os jovens do @C_O_M_E_M. Apesar de toda a pressão psicológica e o desgaste físico, eles estão dispostos a resistir em nome de uma educação melhor para o estado.
Se for honesto, cuidado!
"Em Brasília, chega a ser perigoso ser honesto". A frase é do ex-presidente do TCU, Adylson Motta, que, em entrevista dada ao Correio Braziliense, expôs seu pessimismo em relação à conjuntura política nacional. Além de advertir sobre os riscos de quem zela pela honestidade, Motta comentou acerca do jogo de interesses entre políticos e aqueles que bancam suas campanhas eleitorais. Neste ponto, o ex-ministro do TCU foi enfático ao dizer que "campanha suja não pode ter mandato limpo". Esse raciocínio compromete praticamente todos os partidos e governos, não importando as matizes ideológicas ou programáticas de cada um. Isso ocorre porque eles defendem apenas projetos pessoais de poder, preocupando-se em alimentar as pŕoprias vaidades e garantir vida longa para este modelo político-eleitoral viciado.
Leia mais sobre a entrevista AQUI.
Leia mais sobre a entrevista AQUI.
Repressão do Governo é inspiração para o poeta
Havia dito que a repressão do Governo serve de inspiração para os alunos do @C_O_M_E_M, que, diga-se de passagem, escrevem textos maravilhosos no seu blog(www.comemrn.blogspot.com). Hoje, ao visitar a página do movimento, descobri que a veia poética de Crispiniano Neto também foi acionada pelos últimos acontecimentos na Dired. Veja só o que escreveu o jornalista:
Estudantes na DIRED
Mesmo sem água e sem luz
Eis as glosas:
I
Já está perto de um mês
Que a ocupação foi feita
O Governo não respeita,
Não conversa, Não dá vez...
Com base em não sei que leis
Um juiz que não fez jus
Aos poderes que conduz
Despeja, mas ninguém cede
Estudantes na DIRED
Mesmo sem água e sem luz
II
Protesto é cidadania
Porém o governo alopra,
Rosalba "Morde e assopra"
Acena e não negocia
Corta a água, a energia,
Corta o diálogo e reduz
As chances de quem conduz
A greve, deixar a sede
Estudantes na DIRED
Mesmo sem água e sem luz
III
Gesto ditatorial,
É tabefe em vez de beijo
Em vez de afago, despejo,
Sentença judicial,
Repressão policial,
Coturnos e brucutus...
Quanto mais mexe, o cuscuz,
Mais fica azedo e mais fede
Estudantes na DIRED
Mesmo sem água e sem luz
IV
A UERN está mais triste
Nem parece academia
Porque sua autonomia
Financeira não existe.
Essa turma que resiste
Lá na DIRED, traduz
Entre a espada e a cruz
O que todo mundo pede
Estudantes na DIRED
Mesmo sem água e sem luz!
Estudantes na DIRED
Mesmo sem água e sem luz
Eis as glosas:
I
Já está perto de um mês
Que a ocupação foi feita
O Governo não respeita,
Não conversa, Não dá vez...
Com base em não sei que leis
Um juiz que não fez jus
Aos poderes que conduz
Despeja, mas ninguém cede
Estudantes na DIRED
Mesmo sem água e sem luz
II
Protesto é cidadania
Porém o governo alopra,
Rosalba "Morde e assopra"
Acena e não negocia
Corta a água, a energia,
Corta o diálogo e reduz
As chances de quem conduz
A greve, deixar a sede
Estudantes na DIRED
Mesmo sem água e sem luz
III
Gesto ditatorial,
É tabefe em vez de beijo
Em vez de afago, despejo,
Sentença judicial,
Repressão policial,
Coturnos e brucutus...
Quanto mais mexe, o cuscuz,
Mais fica azedo e mais fede
Estudantes na DIRED
Mesmo sem água e sem luz
IV
A UERN está mais triste
Nem parece academia
Porque sua autonomia
Financeira não existe.
Essa turma que resiste
Lá na DIRED, traduz
Entre a espada e a cruz
O que todo mundo pede
Estudantes na DIRED
Mesmo sem água e sem luz!
sábado, 9 de julho de 2011
O chão estremeceu em Mossoró
Ontem à tarde foram cortadas a energia e a água da Dired em Mossoró. Mas o corte não foi motivado por falta de pagamento das respectivas contas e sim por decisão política do Governo. Foi mais um golpe baixo dessa gestão para forçar os alunos a deixarem o prédio. No entanto, a medida só aumentou o entusiasmo dos manifestantes. Neste caso, o autoritarismo não intimida. Muito pelo contrário, serve de combústivel e inspiração para os estudantes. Toda vez que o governo reage com intolerância, eles ganham novos elementos para ratificar o discurso. Ficam mais unidos e convencidos de que a resistência deve continuar.
Na prática, Carlos Augusto e Rosalba estão com sua intransigência promovendo o @C_O_M_E_M. O que é ótimo, pois o fortalecimento do movimento estudantil deixa a luta pela educação sempre em evidência. E não adianta achar que a velha imprensa rastejante vai resolver o problema. Ela já está fazendo sua parte, usando da indiferença, omitindo informações, tudo pra dá a impressão de calmaria, quando na verdade, a cidade ferve com o protesto dos estudantes. Eles fizeram o chão estremecer na capitania hereditária dos Rosados e o abalo sísmico começa a fugir do controle da oligarquia mossoroense. É o novo jeito de se rebelar contra as injustiças sociais, onde a internet propaga terromotos políticos por todos os lugares.
Na prática, Carlos Augusto e Rosalba estão com sua intransigência promovendo o @C_O_M_E_M. O que é ótimo, pois o fortalecimento do movimento estudantil deixa a luta pela educação sempre em evidência. E não adianta achar que a velha imprensa rastejante vai resolver o problema. Ela já está fazendo sua parte, usando da indiferença, omitindo informações, tudo pra dá a impressão de calmaria, quando na verdade, a cidade ferve com o protesto dos estudantes. Eles fizeram o chão estremecer na capitania hereditária dos Rosados e o abalo sísmico começa a fugir do controle da oligarquia mossoroense. É o novo jeito de se rebelar contra as injustiças sociais, onde a internet propaga terromotos políticos por todos os lugares.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
quinta-feira, 7 de julho de 2011
Resistência e luta: o exemplo dos estudantes de Mossoró
"POLÍCIA PRA LADRÃO, PRA ESTUDANTE EDUCAÇÃO"
"MOSSORÓ:ESTUDANTES ESTÃO SOB PRESSÃO E AMEAÇA NA DIRED"
"ESTUDANTES ACAMPADOS NA DIRED RESISTEM E GANHAM MAIS APOIOS"
"ESTADO NÃO ENTREGA ACORDO POR ESCRITO E ESTUDANTES VÃO RESISTIR"
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Estudantes do COMEM ignoram força policial e mantêm ocupação na Dired
Não adiantou mandar a força policial para intimidar os estudantes do COMEM. Eles ignoraram o aparato estatal de repressão e mativeram a ocupação na Dired. Estava na companhia dos alunos quando os policiais se posicionaram de frente ao prédio, sugerindo o início da invasão. No entanto, a investida dos militares foi adiada de última hora e provavelmente deve acontecer amanhã cedo.
Dessa experiência ficarão para sempre guardados na memória os momentos de tensão vividos junto àqueles jovens valorosos ,que há 21 dias estão acampados naquela repartição pública a fim de conseguir benefícios para a educação do estado.
Dessa experiência ficarão para sempre guardados na memória os momentos de tensão vividos junto àqueles jovens valorosos ,que há 21 dias estão acampados naquela repartição pública a fim de conseguir benefícios para a educação do estado.
terça-feira, 5 de julho de 2011
Ideais não têm preço
A professora Amanda Gurgel continua ministrando aulas práticas de como respeitar as próprias convicções políticas. A última dessas lições aconteceu no sábado passado(02/07), quando a docente potiguar se recusou a receber um prêmio oferecido pela associação Pensamento Nacional de Bases Empresariais(PNBE). Essa entidade representa a nata da plutocracia paulista, gente que vê a educação como mercadoria e sonha com um ensino público privatizado. Por discordar dessa proposta, Amanda renunciou a homenagem para preservar as bandeiras de luta que defende há anos. Um gesto ímpar que reveste a sua conduta de coerência e sensatez, pois a mantém na mesma direção do belo discurso que a projetou nacionalmente.
Ensaio Geral
Na tarde do último sábado(02/07), ocorreu a estréia do projeto "Ensaio Geral" no Shopping Boulevard Central em Mossoró. Promovida pela POEMA(Poetas e Prosadores de Mossoró), a primeira edição do evento foi comandada por artistas de Grossos. Com a performance dos irmãos Genildo Costa e Geová Costa e a versatilidade do músico Alan Jimme, o show superou as expectativas, agradando ao público presente que lotou a praça de alimentação daquele shoping.
Vale destacar que neste primeiro encontro também deram sua colaboração os poetas Antônio Francisco e Sebastião Jales, o estudante de música Gabriel e o professor de violão Guido. Todos comprometidos em reforçar a ideia principal do “Ensaio Geral”, que é combinar poesia e música de qualidade a fim de se obter uma alternativa de entretenimento capaz de resgatar o que há de melhor na cultura popular brasileira.
Vale destacar que neste primeiro encontro também deram sua colaboração os poetas Antônio Francisco e Sebastião Jales, o estudante de música Gabriel e o professor de violão Guido. Todos comprometidos em reforçar a ideia principal do “Ensaio Geral”, que é combinar poesia e música de qualidade a fim de se obter uma alternativa de entretenimento capaz de resgatar o que há de melhor na cultura popular brasileira.
domingo, 3 de julho de 2011
"Os fracassos são minhas vitórias"
"Fracassei em tudo o que tentei na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu"
Por Darcy Ribeiro, antropólogo, político e escritor brasileiro. Ele é autor do clássico "O Povo Brasileiro".
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu"
Por Darcy Ribeiro, antropólogo, político e escritor brasileiro. Ele é autor do clássico "O Povo Brasileiro".
Escola pública para filhos de político
Se os políticos tivessem que matricular seus filhos em escola pública, veriam com outros olhos o problema da educação brasileira. Essa é a lógica do Projeto de Lei nº 480/2007 de autoria do senador Cristovam Buarque(PDT-DF). Com a proposta, o parlamentar visa fazer com que seus pares no Congresso sintam na pele os prejuízos do descaso imposto ao ensino público do país e, assim, tratem o tema com prioridade.
Cadela pertencente à esposa de magistrado mobiliza segurança do STJ
Os ministros do STJ têm em sua residência oficial serviço de vigilância terceirizado pelo órgão. Em maio deste ano, um dos funcionários que estava de plantão na casa do Presidente do Tribunal tentou em vão comunicar-lhe uma ocorrência um tanto esquisita para quem só deveria proteger o local. Ele queria avisar ao magistrado que o animal de estimação da família tinha um ferimento nas costas por conta da reação alérgica de uma vacina.Não conseguiu falar com o juiz, pois o mesmo encontrava-se nos EUA junto com a esposa, dona da cadela motivo de tanta preocupação.
Nada contra as pessoas se preocuparem com a saúde de seus bichinhos domésticos, mas isso virar atribuição de uma empresa paga com dinheiro público é algo detestável. Fico aqui imaginando a cena ridícula do vigilante tentando informar seus superiores sobre o fato. Gostaria muito que as autoridades em geral dispensassem à população o mesmo tratamento que oferecem aos seus animais de estimação.
LEIA MAIS AQUI.
Nada contra as pessoas se preocuparem com a saúde de seus bichinhos domésticos, mas isso virar atribuição de uma empresa paga com dinheiro público é algo detestável. Fico aqui imaginando a cena ridícula do vigilante tentando informar seus superiores sobre o fato. Gostaria muito que as autoridades em geral dispensassem à população o mesmo tratamento que oferecem aos seus animais de estimação.
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Germes humanos
Por Geová Costa*
Eles se alimentam das línguas que têm
Matam sede das lágrimas que restam
Incorporam nos sonhos dos fracos
E tornam-se muralhas intransponíveis
Tentam nos convencer que a vida
É a estação da morte
Que a morte é a redenção dos homens...
Mas eles querem ser eternos!
Geová Costa é músico e poeta.
Para ler mais poemas do autor clique AQUI.
Eles se alimentam das línguas que têm
Matam sede das lágrimas que restam
Incorporam nos sonhos dos fracos
E tornam-se muralhas intransponíveis
Tentam nos convencer que a vida
É a estação da morte
Que a morte é a redenção dos homens...
Mas eles querem ser eternos!
Geová Costa é músico e poeta.
Para ler mais poemas do autor clique AQUI.
sábado, 2 de julho de 2011
Política, salsicha e jornais
Por Luciano Martins Costa, do Observatório da Imprensa.
"É bastante conhecida a frase atribuída ao ex-chanceler alemão Otto von Bismarck (1815-1898), segundo a qual “os cidadãos não dormiriam tranquilos se soubessem como são feitas as leis e as salsichas”. Pode-se, com certeza, acrescentar à citação famosa: “e os jornais”.
O cidadão leitor de jornais que nunca trabalhou numa Redação ficaria surpreendido com a quantidade de informações que consome imaginando se tratar de produto original, garimpado e elaborado por um jornalista a serviço de determinado veículo, aquele que publica seu diário ou sua revista semanal – e que na verdade tem outra origem completamente diversa.
Muito comumente, a fonte é uma assessoria de imprensa contratada para defender os interesses de uma empresa, um político ou um setor específico da economia. Até mesmo assessores de imprensa que já atuaram em redações de jornais se declaram constrangidos com a facilidade com que se pode “plantar” uma versão favorável a seus clientes em qualquer veículo de comunicação(...)"CONTINUE LENDO.
LEIA TAMBÉM: QUEM TEM MEDO DE UMA CPI DA IMPRENSA NO RN?
"É bastante conhecida a frase atribuída ao ex-chanceler alemão Otto von Bismarck (1815-1898), segundo a qual “os cidadãos não dormiriam tranquilos se soubessem como são feitas as leis e as salsichas”. Pode-se, com certeza, acrescentar à citação famosa: “e os jornais”.
O cidadão leitor de jornais que nunca trabalhou numa Redação ficaria surpreendido com a quantidade de informações que consome imaginando se tratar de produto original, garimpado e elaborado por um jornalista a serviço de determinado veículo, aquele que publica seu diário ou sua revista semanal – e que na verdade tem outra origem completamente diversa.
Muito comumente, a fonte é uma assessoria de imprensa contratada para defender os interesses de uma empresa, um político ou um setor específico da economia. Até mesmo assessores de imprensa que já atuaram em redações de jornais se declaram constrangidos com a facilidade com que se pode “plantar” uma versão favorável a seus clientes em qualquer veículo de comunicação(...)"CONTINUE LENDO.
LEIA TAMBÉM: QUEM TEM MEDO DE UMA CPI DA IMPRENSA NO RN?
sexta-feira, 1 de julho de 2011
Crise terminal do capitalismo?
Por Leonardo Boff
"Tenho sustentado que a crise atual do capitalismo é mais que conjuntural e estrutural. É terminal. Chegou ao fim o gênio do capitalismo de sempre adapatar-se a qualquer circunstância. Estou consciente de que são poucos que representam esta tese. No entanto, duas razões me levam a esta interpretação.
A primeira é a seguinte: a crise é terminal porque todos nós, mas particularmente, o capitalismo, encostamos nos limites da Terra. Ocupamos, depredando, todo o planeta, desfazendo seu sutil equilíbrio e exaurindo excessivamente seus bens e serviços a ponto de ele não conseguir, sozinho, repor o que lhes foi sequestrado. Já nos meados do século XIX Karl Marx escreveu profeticamente que a tendência do capital ia na direção de destruir as duas fontes de sua riqueza e reprodução: a natureza e o trabalho. É o que está ocorrendo.
A natureza, efetivamente, se encontra sob grave estresse, como nunca esteve antes, pelo menos no último século, abstraindo das 15 grandes dizimações que conheceu em sua história de mais de quatro bilhões de anos. Os eventos extremos verificáveis em todas as regiões e as mudanças climáticas tendendo a um crescente aquecimento global falam em favor da tese de Marx. Como o capitalismo vai se reproduzir sem a natureza? Deu com a cara num limite intransponível.(...)" CONTINUE LENDO.
"Tenho sustentado que a crise atual do capitalismo é mais que conjuntural e estrutural. É terminal. Chegou ao fim o gênio do capitalismo de sempre adapatar-se a qualquer circunstância. Estou consciente de que são poucos que representam esta tese. No entanto, duas razões me levam a esta interpretação.
A primeira é a seguinte: a crise é terminal porque todos nós, mas particularmente, o capitalismo, encostamos nos limites da Terra. Ocupamos, depredando, todo o planeta, desfazendo seu sutil equilíbrio e exaurindo excessivamente seus bens e serviços a ponto de ele não conseguir, sozinho, repor o que lhes foi sequestrado. Já nos meados do século XIX Karl Marx escreveu profeticamente que a tendência do capital ia na direção de destruir as duas fontes de sua riqueza e reprodução: a natureza e o trabalho. É o que está ocorrendo.
A natureza, efetivamente, se encontra sob grave estresse, como nunca esteve antes, pelo menos no último século, abstraindo das 15 grandes dizimações que conheceu em sua história de mais de quatro bilhões de anos. Os eventos extremos verificáveis em todas as regiões e as mudanças climáticas tendendo a um crescente aquecimento global falam em favor da tese de Marx. Como o capitalismo vai se reproduzir sem a natureza? Deu com a cara num limite intransponível.(...)" CONTINUE LENDO.
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