domingo, 1 de abril de 2012

Um drama em comum

 No mesmo barco.

Governo e oposição vivem um momento semelhante na política de Grossos. Ambos têm dificuldade de apresentar um nome competitivo para a sucessão do prefeito. Se pela situação há pré-candidatos de mais, na ala oposicionista liderada por João Dehon há de menos. Na impossibilidade do ex-mandatário da cidade concorrer, parte da oposição também entra em crise por falta de substituto do seu principal expoente.

Os dois grupos que polarizaram as últimas eleições municipais estão colhendo os frutos de uma maneira bem peculiar de se fazer política. Quando no poder são previsíveis e adotam, via de regra, o culto exacerbado às suas lideranças, trabalhando com esmero para que nada e ninguém possam ofuscar o brilho da maior autoridade do município. Resultado: os ferrenhos rivais agora compartilham o mesmo drama. Sofrem juntos e não conseguem esconder a tensão dos bastidores.


Acontecimentos recentes evidenciam esse nervosismo. Os bacurais, por exemplo, colocaram um carro de som nas ruas para acalmar seus eleitores, transmitindo-lhes a mensagem de que tudo estava 'sob controle'. O governismo, por sua vez, tratou a candidatura do peemedebista como assunto de 'utilidade pública', abrindo espaço no programa semanal de rádio da Prefeitura para falar da lei da Ficha Limpa, numa clara tentativa de enquadrar seu maior oponente.

Como se vê, eles apenas fingem desdenhar um do outro, quando na verdade o próprio comportamento denuncia a grande preocupação com os adversários. Assim, involuntariamente, acabam expondo as fraquezas ocultadas para não descontruir um discurso, que, a despeito das adversidades, precisa ser mais convincente.

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