Reproduzido do Blog de Julierme Torres.
A deputada federal Fátima Bezerra (PT) se posicionou sobre a intervenção da Executiva Nacional do PT no Diretório de Mossoró.
Vamos conferir o conteúdo, na sequencia o blog vai comentar:
A decisão da Direção Executiva Nacional do PT, sobre a aliança em
Mossoró, reflete as resoluções do IV Congresso Nacional. Ou seja, cabe
ao PT construir as condições de unir a base do governo Dilma para a
disputa do nosso projeto nacional na sociedade a partir das eleições
municipais, seja com candidatura própria ou apoiando candidaturas de
partidos aliados.
Derrotar o DEM e o PSDB é tarefa principal do PT e seus aliados. Em
Mossoró, essas condições estão criadas na candidatura do PSB e o PT
acerta ao fazer parte desse desafio, principalmente por ser o berço
politico no Rio Grande do Norte, e a maior cidade brasileira governada
por nosso maior adversário: o DEM.
Agora o que nos compete é unificar o partido, nos integrarmos à
campanha, na coordenação e na elaboração de um programa que aplique no
município as mesmas linhas e preocupações sociais do governo da
Presidenta Dilma, indicar um nome pra compor a chapa majoritária no
cargo de vice, apresentar uma chapa proporcional capaz de garantir ao
partido o retorno à Câmara Municipal, recuperando as vagas que já
ocupamos e, junto com os demais partidos, construirmos a vitória de
Larissa à prefeitura de Mossoró.
Fátima Bezerra
Deputada Federal PT
OPINIÃO DO BLOG:
Com todo o respeito à combativa deputada federal Fátima Bezerra, mas o
conteúdo da nota acima é preocupante. No mínimo incompatível com alguém
que construiu sua trajetória política militando nos movimentos sociais e
na defesa da democracia e da livre expressão do contraditório. Fátima
enaltece uma "decisão" da Executiva Nacional, mas omite que essa decisão
passou por cima de uma deliberação da maioria dos filiados do PT de
Mossoró, manifestada democraticamente através do voto direto. O desejo
dos dirigentes nacionais do PT de unificar a base é legítimo, mas
isso tem limites. Na democracia nada pode ser maior do que a
manifestação popular, expressa através de consulta e voto direto. Além
disso é preocupante quando uma deputada como Fátima afirma que a tarefa
principal de seu partido é derrotar o DEM. Por ser professora, seria
mais coerente dizer que a tarefa principal seria a defesa de uma
educação pública e de qualidade, que permita ao jovem brasileiro mais
carente não depender da política de cotas para poder entrar na
universidade. Além disso, é inconsequente imaginar uma democracia onde
não exista oposição. O governo do presidente Lula e agora da presidenta
Dilma representam diferenciais na república brasileira. Mas isso não dá o
direito de imaginar que não exista oposição. O contraditório é
indispensável na democracia. Até mesmo para que o cidadão tenha
referencias para poder comparar. O Brasil já viveu períodos em que a
manifestação da maioria não tinha importância e que a oposição
simplesmente era eliminada. Mas esse é um período, tenho certeza, que
não deve servir de referência para a deputada Fátima Bezerra. Desta
forma, só nos resta torcer que os comentários dela sobre o caso do PT de
Mossoró tenham sido fruto de um equívoco.
Um comentário:
Colega
Com todo respeito, me vejo na obrigação de discordar da visão do blog. O governo Dilma, na verdade é uma frente de partidos, e muito corretamente os mesmos, inclusive o PT, visa como tática eleitoral, fortalecê-la via fortalecimento dos partidos que a integram, principalmente aliados históricos como o PSB. O PT, com todos os defeitos, e a gente sabe quais são, é a esquerda que o fluxo da história nos legou, e tem, diferentemente de outros partidos, que se perdem em questões locais/municipais, um projeto nacional(a nação é mais importante), que também tem seus problemas. Nesse sentido, não obstante a grandeza do nome do magnífico reitor, sinceramente, o PT nacional não podia, e assim o fez corretamente, dobrar-se e engolir seu projeto na terra de Santa Luzia. E cá pra nós, esse modelo de organização "trotskista" do PT só tem utilidade pra quem quer ser oposição a vida toda e adora um holofote e ser o centro das atenções, além do que produz uma espécie de gente que vive de reclamações, inconformismos e queixumes.
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