segunda-feira, 27 de junho de 2016

Por que, enfim, o Brasil ainda não conseguiu sair desse eterno marasmo?

Por Francisco Emílio de Oliveira.

Segundo informações advindas de fontes que não posso revelar, pois se o fizesse certamente seria tachado de louco, o nosso amado Brasil está vivendo como é do conhecimento geral, uma espécie de expiação cármica. E essa mesma fonte diz ainda que não devemos nos exasperar e nem tampouco nos desesperar achando que não há mais solução para o nosso país pelo simples fato da situação, em todos os sentidos que se possa imaginar, haver chegado ao fundo do poço.

Ao invés de ficarmos tristes e deprimidos com o que está ocorrendo, essa misteriosa fonte diz que deveríamos era agradecer, nos alegrar e nos sentir felizes, visto ser o Brasil, o primeiro país escolhido numa sequência em que todos os outros igualmente também irão passar por dificuldades parecidas.

Ou seja, nós fomos os primeiros escolhidos a enfrentar de vez as nossas endêmicas mazelas e isso nos dará uma vantagem no futuro, pois quando estivermos saindo dessa situação de penúria, quase todos os outros países estarão ainda em pleno inferno astral como estamos hoje. Pelo que pude entender da fonte, vem vindo aí para todos os povos da humanidade, uma espécie de descarte e limpeza de todas as energias pesadas e atrasadas.

Se formos analisar seriamente a nossa situação em todos os setores da vida a realidade é desesperadora, podendo-se caracterizar até como periclitante. Senão, vejamos: moralmente, estamos totalmente degradados em quase todos os sentidos; politicamente, estamos num mar de lama; socialmente, ainda estamos divididos em castas; musicalmente, estamos assistindo sem reação o lixo musical idiotizando os nossos jovens; educacionalmente, caminhamos ainda na idade da pedra; tecnologicamente, perdidos e quase sem perspectivas porque, infelizmente, não há investimentos na qualidade da educação em nosso país.

Então, amigos, ante tantos atrasos e descompassos, como se pode acreditar que esse país tão amado de todos nós possa se levantar de seu eterno berço esplêndido e brilhar para um mundo que estarrecido assiste a nossa tão flagrante derrocada? Só mesmo forças ocultas e estranhas poderiam se arriscar numa extemporânea previsão dessas, não é mesmo? Todavia, o único setor em que competimos com superioridade com o mundo lá fora é na agricultura. E por que fazemos isso? Porque, felizmente, num passado não muito distante foram feitos investimos em pesquisas agropecuárias culminando com a criação da Embrapa, fato que nos colocou no atual patamar de qualidade e produtividade em que estamos hoje.

Há apenas 45 anos atrás fomos visitados por uma missão da Coréia do Sul que veio ao Brasil com o intuito único de ver in loco a nossa produção de automóveis e saíram daqui impressionados com o adiantamento da nossa indústria automobilística. Só que nós, por não investirmos e nem dispormos de pesquisas próprias nessa área, produzíamos e continuamos produzindo automóveis das tradicionais montadoras de outros países, como: a Chevrolet e a Ford (americanas), a Wolkswagen e a Mercedes Benz (alemãs), e hoje produzimos automóveis de quase todas as montadoras multinacionais. Será que nesse setor de alta tecnologia há alguma montadora brasileira? Não, não há? Mas há da Coréia do Sul? Há, sim! Por que?

Pelo simples fato de que eles, os sul-coreanos, assim como nós investimos em agricultura que é um setor primário da economia de qualquer país, eles investiram em todos os setores de alta tecnologia como automóveis e eletroeletrônicos e o resultado é que hoje eles possuem diversas marcas globais como a Hyundai, a Samsung e a LG, e nós ainda continuamos bem no agrobusiness, porém produzindo alimentos que até de certa forma depreciativa são chamados de commodities, os quais, no futuro poderão até ainda ter muito valor, mas que agora, no presente, seus preços oscilam muito porque, infelizmente, ainda são influenciados pela OMC-Organização Mundial do Comércio que, infelizmente, ainda demonstra exagerada simpatia pelos interesses maiores desses países detentores de alta tecnologia.

Que saída então deveremos sem demora buscar? Investir e investir alto em tecnologia de ponta porque se assim não fizermos, iremos amargar sempre os últimos lugares nesse estratégico setor que é fundamental para qualquer país que realmente deseje se desenvolver e competir nesse mercado onde somente os grandes têm vez e voz. Mas, como podemos fazer isso? Basta somente entender como os sul coreanos fizeram.

Melhoraram a qualidade da educação em todos os níveis de ensino e buscaram nas suas universidades os melhores alunos nas disciplinas de matemática, física, química, biologia e design, valorizando ante toda a sociedade o aprendizado desses alunos que inclusive eram e ainda são tratados como verdadeiros heróis nacionais. E hoje, fruto dessa logística da busca da competência, os sul coreanos se encontram numa posição de plena vanguarda tecnológica, já incomodando o Japão, os Estados Unidos e a Alemanha.

Posso até está equivocado, mas tudo leva a crer que o problema maior do Brasil é a ausência de patriotismo e de amor de sua elite pelos interesses maiores do país, aliado a falta proposital da formulação e concretização de um projeto de desenvolvimento verdadeiramente nacional que viabilize, no médio prazo, uma vida melhor para o seu povo manipulado e sofrido. E todos nós de uma maneira geral somos também culpados porque elegemos com os nossos sagrados votos que a politicalha transformou em mercadoria barata, os nossos “supostos representantes”.

Porque enfim não votarmos em todos os níveis em pessoas mais responsáveis, honestas e também antenadas com a atual realidade nacional e mundial e que demonstrem iniciativa e coragem para iniciar essas transformações que são fundamentais para construirmos, todos juntos, uma nação culta, soberana, rica, solidária com todo o mundo e que não incite e nem acolha dissensões, nem guerras e nem violência de espécie alguma, pois a violência é o atributo maior dos que ainda não aprenderam e não absorveram a harmonia do diálogo resultante da verdadeira inteligência universal.

Portanto, amigos, no intuito de chegarmos a tão valoroso objetivo, vamos todos procurar selecionar mais os nossos representantes, votando com a nossa consciência e não com os nossos famigerados interesses imediatistas. Vamos amar e valorizar como bem maior de todos nós a cultura e o saber. Vamos elogiar e aplaudir mais os nossos heróis embora que sejam ainda tupiniquins. Vamos dividir mais com todos que produzam os frutos das riquezas geradas pelo nosso trabalho coletivo. Vamos acreditar no nosso pacífico, acolhedor e criativo povo. Vamos enfim dar ao mundo um exemplo maior de solidariedade e de trabalho honesto e produtivo, mudando a visão do mundo sobre nós hoje de estarrecido, para surpreso!

Se para construirmos esse utópico país que a maioria de nós almeja já contamos com a complacência de hierarquias alhures a nossa dimensão que além de torcedoras também se dizem coadjuvantes nesse processo, o resto dependerá somente do nosso esforço comum para criarmos esse novo e libertador paradigma. Porém, se para a sua difícil consecução nossas forças humanas titubearem com as fraquezas que sobre nós se abaterem na caminhada, que enfim peçamos a Deus que é o poder maior de todo o universo para iluminar a mente e o coração de todos nós brasileiros e brasileiras de boa vontade, na busca maior desse tão sagrado objetivo!...

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