Sem entusiasmo

Prefeito de Grossos não esconde sua falta de empolgação com os pré-candidatos do governo.

Nesse carnaval imaginei que o prefeito de Grossos fosse aproveitar o momento para trabalhar o marketing de seu futuro candidato, apresentando-o sutilmente aos seus eleitores durante o evento. No entanto, não foi isso que aconteceu. O chefe do executivo preferiu novamente ser o centro das atenções. À exceção do sábado de carnaval, dia em que a secretária de Ação Social ganhou destaque, o prefeito quis aparecer sozinho para deixar como principal marca de seu governo a promoção de grandes arrastões pela cidade. Essa, aliás, foi a maneira encontrada por ele para colocar em segundo plano as falhas de sua gestão. Tal postura adotada pelo mandatário pessebista revela talvez a sua falta de entusiasmo para com o nome da situação que o representará nas eleições deste ano. Se estivesse mais empolgado, não perderia uma oportunidade como essa para colocar em evidência o pré-candidato de sua predileção. Quem sabe mais na frente a ideia de ver um adversário na Prefeitura possa arrancar dele uma reação condizente com os anseios daqueles que sonham com o seu apoio.


Por livre e espontânea pressão

A falta de engajamento do prefeito até aqui para promover um político de sua base pode ter relação com o processo de escolha desse candidato. Sob forte pressão do empresário Caxica e das deputadas Sandra e Larissa Rosado, o líder do PSB grossense corre o risco de acolher a imposição de um nome, a saber, a do vereador Alexandre. Pior do que isto é ter que fingir que a escolha foi 'natural' e 'espontânea'. Essa circunstância pode explicar em parte as indefinições que pairam sobre o Palácio José Marcelino, e que só têm favorecido a oposição, pois esta encontra-se há mais tempo nas ruas com uma postulação definida. Neste ponto, o enredo da sucessão grossense muito se assemelha ao da eleição que consagrou Rosalba governadora. Em 2010, a 'Rosa' foi extremamente beneficiada pelo impasse de Wilma em decidir-se por um dos seus aliados. A demora na escolha gerou desgaste interno e dividiu a base de apoio socialista, permitindo assim à democrata trilhar praticamente sem maiores obstáculos o caminho que a levaria ao comando do RN.