Dia desses tive o prazer de dar uma carona de Mossoró à Grossos ao meu tio Geová Costa, e durante a viagem conversamos principalmente sobre a precariedade do leque de opções postas para concorrer a Prefeitura grossense em 2012. Sobre o assunto, o poeta se comprometeu a criar um cordel onde descreveria um candidato ideal para a sua terra. A esse ilustre representante do povo, que não se compara a nenhum outro pretendente a cargo eletivo no município, deu o nome de Ninguém.
Isso porque só Ninguém tem projeto para a cidade, não preocupando-se apenas com os próprios interesses. Além disso, Ninguém é coerente. Quando está na oposição, faz oposição de fato, não desaparece nem usa essa circunstância para valorizar-se junto ao Executivo a fim de se beneficiar dos "mimos" do governo. Contudo, se fizer parte da situação, defenderá suas ideias sem condicionar o silêncio aos favores ofertados pelos poderosos.
E é exatamente por possuir tais virtudes que ele não passa de uma abstração, um personagem fictício. É produto de uma utopia alimentada por todos aqueles que pensam a cidade para além dos limites do próprio umbigo. Essas pessoas já devem ter percebido o maior problema de seu candidato: a falta de identificação. Ele precisa de um rosto e de um nome mais original, pois do contrário Ninguém nunca será alguém.
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