Por Bruno Sérvulo C. Leite.*
Ela estava
modestamente vestida; o seu traje era barato, mais ajeitado no estilo
da moda, ao gosto e segundo as regras que regem o seu pequeno mundo
especial. Consagrado a um fim declarado e vergonhoso. As suas vestes
não eram só velhas, mas até rotas, no que eu reparei, e, no
entanto, àquela evidente pobreza no vestir dava-lhe um aspecto de
dignidade especial que se encontra sempre nas pessoas que sabem usar
um traje pobre.
Isso sem falar que parecia ter muito menos idade do que tinha, e isso costuma acontecer às mulheres eu conseguem conservar a limpidez da alma, e o honesto e puro frescor do coração, até a proximidade inevitável da velhice. Diria que conservar esses atributos femininos seria um meio de não perder a beleza até na velhice. Ela só tinha vinte e poucos anos...
Era muito sensível, embora um pouco pedante, tímida e condescendente, mas só até certo ponto. Ela era capaz de fazer muitas concessões, podia se conformar com muitas coisas, até mesmo com aquelas que eram contrárias as suas convicções, haa essas convicções! Mas havia sempre um limite de honra, uma moralidade religiosa e convicções íntimas que nenhuma circunstancia era forte bastante que a fizesse transpor.
E assim, foram comidinhas e bebidinhas, progressivos e os do morro. Foi o pôr do sol, os suspirozinhos suaves e os cobertores quentes; o leito aquecido. Enfim, foi como se tivesse morrido mas, ao mesmo tempo, continuasse vivo e gozasse das vantagens e prazeres mútuos de ambos os estados ao mesmo tempo. O mar é a nossa testemunha.
*Bruno Sérvulo Costa Leite é estudante de Turismo e Direito.
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