Em
outras épocas, os políticos
se destacavam mais na arte
de fingir aquilo que não sentiam. Os
discursos eram bem elaborados e quando combinados com uma encenação
impecável, davam a impressão de que o orador realmente estava
tomado pela emoção. De
uns tempos pra cá, porém, essa técnica foi praticamente
esquecida. Cedeu lugar para um improviso pouco convicente, que
se tornou peculiar entre os políticos da atualidade.
Joao Dehon faz parte dessa nova safra de oradores, que se atrapalham
ao tentar contruir uma fala emotiva sem o sentimento correspondente
às suas palavras.
No
seu discurso durante a convenção do PMDB, o ex-prefeito até que
tentou, mas não conseguiu contagiar seus interlocutores porque nem
mesmo ele se comove com o que diz. Mais parecia uma maneira
desesperada de chamar a
atenção dos ouvintes, que estavam há horas
ouvindo discursos
enfadonhos. Como não lhe veio à mente frases de efeito para
arrancar aplausos da plateia, a saída encontrada foi alterar
subitamente o
tom de voz e tornar a fala embaraçada, ininteligível. Mas em
poucos segundos, eis
que o peemedebista se
recupera do clímax emocional. Assim,
ele acabou demonstrando a
tentativa de simular uma emoção ausente para envolver os presentes
numa atmosfera de entusiasmo e não na apatia crônica de suas
palavras.
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