Com o fim das
convenções partidárias em Grossos e cessada a euforia típica do
momento político, é hora de fazermos uma análise de tudo que
aconteceu nesses dias de intensa movimentação. Mas antes de
qualquer comentário, há que se observar a clara distinção entre
carnaval e política. Na cidade, esses dois elementos estão
fortemente associados, mas não significam a mesma coisa. Geralmente
o primeiro deles torna-se o disfarce da tragédia na qual se
transformou o segundo. Por isso, a avaliação isolada da festa, que
é usada para atrair a atenção do povo, não deve ser estendida
para compreender os fatos políticos. No entanto, quase sempre ela
serve a este propósito no intuito de confundir a maioria que absorve
sem questionar a lógica dos principais caciques da política local.
Plenamente dissociados,
carnaval e política não têm muito a ver um com o outro. E feita
essa separação percebe-se que toda aquela história de “festa da
democracia” onde o povo é a maior liderança é balela. Na
verdade, o povo é manipulado pela liderança. Se ao menos em algum
momento lhe fosse devolvida a sobriedade emocional, veria que não há
nada para se festejar. Muito pelo contrário, existem razões de
sobra para se lamentar. E é isso que vou mostrar nas postagens
seguintes: um cenário político desolador marcado pela perpetuação
de interesses espúrios e pela falta de alternativas para a
construção de uma cidade melhor.