A novela da superlotação no ônibus dos estudantes de Grossos ganhou ontem mais um capítulo. Dessa vez, pais e alunos se reuniram com alguns vereadores na Câmara Municipal para tratar do tema. O encontro revelou-se bastante significativo na medida em que os presentes chegaram a uma conclusão importante sobre o assunto.Ficou acordado que a resolução do impasse depende de dois fatores: a organização da classe estudantil através de uma associação e a contrapartida da Prefeitura no sentido de dividir as despesas do transporte com os alunos. Esta é, inclusive, a fórmula que vem dando certo em outras cidades da região.
Apesar de proveitosa, a audiência pública trouxe à tona o desinteresse do Executivo municipal, que sequer enviou um emissário à reunião. O pouco caso da Gestão “Trabalhando pra Você” quanto à discussão do problema também pôde ser verificado no programa semanal de rádio do prefeito. Na oportunidade, a omissão impediu que qualquer palavra fosse dita sobre o tema. Apenas fizeram de conta que a celeuma não existe. Dessa forma, está claro que mais uma vez será adotada a velha estratégia governista da fuga das responsabilidades. Aliás, essa justificativa abarca quase todos os gargalos enfrentados pela administração municipal (a questão do matadouro público é um deles).
No tocante ao debate sobre o deslocamento dos alunos para Mossoró, vale destacar que uma premissa saiu fortalecida, qual seja, a de que nenhuma solução será encontrada se não houver esforço mútuo das partes envolvidas. Sendo assim, os jovens prejudicados agora têm uma preocupação a mais: a indiferença do poder público. Ela pode invalidar a colaboração recíproca a ponto de prolongar por prazo indeterminado o drama dos discentes do município.
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