Por Genildo Costa*
Por sob o telhado da casa paroquial, uma conversa. Ensaio para os passos primeiros de uma geração. Juventude às vezes incendiária. O folhear das cartas de Paulo aos coríntios não nos deixava dúvidas quanto as possibilidades de sermos irmãos. Verdadeiramente, irmãos
No canto da sala, a expressão serena e pacificadora de um militante e defensor intransigente das causas populares parecia estar dando conta, naquela época, da nossa falta de paciência para com as mazelas desse mundo de alguns poucos afortunados. Por muitos janeiros foi-se delineando uma performance de mentalidade. Uma possibilidade de protagonizarmos a nossa história.
Foi-se o tempo e ficou lembranças eternas de nossas sinceras amizades, como se ontem estivesse congelado em nossa memória.Retrato em preto e branco dessa arte de persistir em acreditar naquilo que podemos deixar para os nossos filhos. Lembro-me que tão palpável quanto a nossa credulidade nos valores cristãos estava a convicção de que o cuidado com a semeadura era tarefa de todos nós, porque só assim haveríamos de anunciar, em nome dos ensinamentos do grande mestre, a boa nova.
Existia um timoneiro que cuidava como se fôssemos cristais dessa semeadora de homens e mulheres do presente, mas com olhos sempre para um horizonte de futuro.Estava atento e não vacilava quando o assunto era partilhar e ter tudo em comum assim como nos ensina o Evangelho de Atos dos Apóstolos.
Pois bem, passamos desapercebidos. Na parede da memória, a mais autêntica moldura de uma estatura mediana, que às tardes de domingo andava em romaria sentindo de perto as dores de seu rebanho. Pura obsessão. Absoluta certeza de que o ventre rasgaria sem mácula a mais inovadora e revolucionária CATEQUESE DOS HOMENS.
* Genildo Costa é músico e poeta.
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