Assim como a maioria das datas comemorativas, o Natal é lembrado principalmente pelo seu valor de comércio. Nesta época do ano, o Papai Noel vira anfitrião de uma festa em homenagem ao mercado. E como ritual inerente à cerimônia natalina, as pessoas trocam presentes no afã de mensurar a dimensão do amor a partir das escolhas mercantis do "bom velhinho". Essa tradição capitalista, onde tudo se rotula pelos preços (inclusive sentimentos), serviu de inspiração ao poeta Geová Costa, que nos presenteou com mais uma bela poesia cujos versos seguem abaixo:
DESCONHEÇO PAPAI NOEL
Eu tô com raiva de papai noel
Ele agora só quer ser bacana
Depois da fama só faz o papel
De garoto de propaganda
Das casas pernambucanas
Casas baias, americanas
Criança já virou cliente
Brinquedo agora é produto
Oferta se chama presente
E a demanda quer dizer mais lucro
Nas casas Pernambucanas
Casas baias, Americanas
O velho é xique, é importante
Também se encontra na Insinuante
Nem mesmo sei se eu mereço
Dele um abraço, um aperto de mão
Nessas casas tudo tem seu preço
Bem embalado pela ilusão
Eu vou deixar papai me enganar
Pra ele ficar feliz do coração
Mas meu presente nunca vai comprar
É que o amor não está na promoção
*Para conhecer mais do trabalho de Geová Costa acesse o blog www.geovarte.blogspot.com
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