“Estarei nas ruas deste país para ajudar a melhorar a vida dos brasileiros”. Com estas palavras, Lula, em um dos derradeiros discursos como presidente, deixou claro que o fim do seu mandato não corresponderá ao término de sua atuação política. Bom para o Brasil, que ao longo desta década viu um ex-retirante nordestino realizar feitos tidos como impossíveis antes de sua chegada ao poder.
A cartilha da elite política e econômica do país não admitia por exemplo conciliar crescimento econômico e distribuição de renda ou ter liderança própria no âmbito internacional. Conceber a saída de 28 milhões de pessoas da miséria era até então um absurdo, pois que atentava contra o humor instável dos mercados globais. Regras que o presidente-operário provou estarem equivocadas.
Como se não bastasse a comprovada competência deste ex-sindicalista, muitas vezes chamado de analfabeto, ele ainda manteve estreita relação com o povo . Prova disso é que mesmo nos momentos de maior dificuldade, Lula evitou o isolamento do gabinete e continuou a percorrer o Brasil encarando de frente a população que o elegeu.
Por tudo isso, ele está deixando o principal cargo da república com patamares de aprovação jamais vistos. Nem a frente midiática patrocinada pelos jornalões reacionários e grandes grupos de comunicação conseguiu arranhar seu prestígio. Isto comprova o tamanho da confiança (e confiança se conquista) depositada neste político que ao longo de sua excepcional trajetória de vida tornou-se um dos mais respeitados líderes do povo brasileiro.
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