20 de novembro de 2010. Dia da eliminatória local do Concurso “A Mais Bela Voz”. Uma data especial que fez a cidade acordar diferente. Pelas ruas reinava um clima de expectativa e alegria que contagiava a população. Todos estavam muito ansiosos para viver o grande momento que a noite lhes reservava.
Também não era pra menos, afinal iriam presenciar mais um espetáculo da música, onde as estrelas se tornaram familiares não pela exposição na mídia, mas pelo simples fato de serem filhos da terra. Artistas valorosos que, unidos pelo prazer de cantar, representavam com orgulho o seu município.
Com tudo conspirando a favor, não precisa nem dizer que o evento foi um sucesso. Mesmo assim, essa festa poderia ser ainda melhor caso tivesse ocorrido em Grossos. Isso porque tudo o que foi narrado até aqui se passou em Areia Branca, e ao povo grossense coube apenas contemplar as festividades alheias.
Graças a uma decisão política, há dois anos consecutivos a Prefeitura não envia representantes para o festival de cantores. A escolha da “Mais Bela Voz” simplesmente sumiu do calendário cultural sem uma explicação plausível. E nos intramuros da cidade continuam guardados a sete chaves os mais valiosos talentos. Como se fosse proibido divulgar o potencial de nossa gente fora dos limites geográficos deste rincão litorâneo.
As seguidas ausências na seleção de calouros organizada pela Rádio Rural de Mossoró atentam contra a tradição da cidade no evento. É inegável o histórico de participações gloriosas dos nossos intérpretes. Vozes como as de Chico Juliana e Vanuza (sua filha), Rita de Cássia (memória), Chico Preto, Zé de Luzia, Elias da Barra e Genildo Costa encantaram os palcos da Festa de Santa Luzia.
Hoje, infelizmente, quis a política que não fosse mais assim. E por isso, aos admiradores da musicalidade deste lugar só restaram as lembranças, pois que agora somos arquivos, tão somente registros de um passado repleto de cenas inesquecíveis.
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