domingo, 15 de novembro de 2009

A ponte e o desenvolvimento

Esta manhã, o programa Wilson Cabral na Rádio Rural contou a participação do ex-candidato a prefeito de Grossos, Francisco Emílio de Oliveira. O topógrafo cobrou dos políticos da cidade maior empenho quanto ao projeto da construção de uma ponte interligando os municípios de Grossos e Areia Branca. Existe um consenso de que a realização da obra dotaria a cidade de maior visibilidade e contribuiria para o turismo local. Entretanto, creio que há necessidades mais urgentes a serem sanadas. A educação, por exemplo, deveria elencar o rol dessas prioridades. Não que uma proposta anule a outra. Pelo contrário, elas devem coexistir. Mas na prática o que se vê são insvestimentos milionários em infraestrutura em detrimento da resolução de problemas básicos como os de educação, saúde e moradia. Isso se explica também pelos dividendos políticos que obras dessa envergadura costumam produzir. No caso da reivindicação de Emílio, não acredito tratar-se de manobra visando obter proveito eleitoral. A sua defesa pelo projeto da ponte é legítima e deve ser respeitada. Porém, o momento exige a reunião de esforços para impedir a rendição completa da cidade face ao caos social que se avizinha. Numa velocidade cada vez mais surpreendente, os jovens grossenses são recrutados ao submundo das drogas. A desestruturação do seio familiar alimenta a violência e as referências de um lugar pacato se convertem em boas lembranças. Enquanto isso, a sociedade apenas assiste a esse triste episódio, às vezes até adotando uma postura no sentido de encarar com naturalidade a gravidade da situação. Há que se observar, no entanto, que a solução desses problemas passa, necessariamente, pelo desenvolvimento. Certamente não o daquele proveniente de uma proeza da engenharia, mas do que está assentado na educação. Este sim é duradouro e constitui melhor legado às gerações futuras. Se não cumprirmos a tarefa de investir maciçamente na educação de Grossos, o mesmo turismo que gera receitas para o município, também potencializará as mazelas sociais já existentes.

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