Uma casa simples na rua principal da cidade. Assim era a antiga sede do Partido dos Trabalhadores em Grossos em 2002. De espaço reduzido e com poucos cômodos, o local de reunião dos petistas exibia com orgulho um mural de fotos que destacava uma imagem especial: a do presidente Lula. Ao lado do então prefeito João Dehon , o líder operário representava muito mais do que a esperança, ele significava uma ideologia, uma forma de fazer política.
No entanto, com o passar do tempo as referências do grupo que governou o município entre 2001 e 2004 mudaram radicalmente. De um extremo a outro, o ex-prefeito condicionou sua história às circunstâncias do poder e trilhou caminho rumo a ala mais conservadora da política do estado.
Sem qualquer constrangimento, o fundador do PT grossense posa com desenvoltura na companhia de José Agripino, inimigo político do melhor presidente do país. Numa espantosa relação de afinidade, descoberta há pouco na campanha de 1º turno, os dois líderes trocaram afagos ao discursar, parecendo amigos de longa data.
Mas como explicar tamanha cumplicidade entre políticos de origem partidária tão diversa? Fácil! Basta uma metáfora aqui, uma frase de efeito acolá e pronto! Tudo resolvido. Afinal, as pessoas vão entender que como “as cordas de um violão, que mesmo separadas tocam uma só melodia,” João Dehon e José Agripino agora têm muita coisa em comum.
O esforço é tão grande em parecer confiável aos novos aliados que o líder republicano local sequer se manifestou acerca da campanha presidencial. Para não contrariar o DEM, preferiu a omissão. Por tudo isso, não seria absurdo supor o apoio ao candidato tucano para melhor se entrosar no ninho governista estadual.
Lamentável, mas são os fatos. É a luta do poder pelo poder, um vale-tudo que dispensa escrúpulos na política. E pensar que o pequeno lar petista de Grossos abrigou tantos sonhos de transformação. Uma pena, pois quase todos sucumbiram às conveniências da política provinciana, deixando para trás qualquer vestígio de retidão e coerência.
2 comentários:
Gostaria de resaltar a participação de EDINHO CATARINA o unico petista de outrora a participar da manifestação pró DILMA no 2º turno da última eleição.
Vejo que ainda existem pessoas tentando tirar proveito desta atual conjuntura. Como se estes, em algum momento de suas vidas, tivessem de fato, levantado a bandeira de algum partido ou um ideal. Essas pessoas são notoriamente conhecidas como COVENIENTES, só isso e mais nada.
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