domingo, 31 de janeiro de 2010
1º Encontro da Cidadania
A importância de ser vice
* Raciocínio do jornalista Carlos Santos acerca da provável composição da chapa oposicionista entre Rosalba e Robinson Faria .
Ser ou não ser?
Escolha
Só agora...
Por várias semanas, o site da prefeitura de Grossos tem noticiado com ares de vanguardismo o rateio de parte dos recursos da educação entre os professores do município. No entanto, não há nada de inédito na medida, pois ela já foi adotada em governos passados. O que intriga é o fato de somente após quase 5 anos de governo a atual gestão ter se preocupado em efetuar o rateio. Acredito que o governo federal não tenha falhado no repasse dos recursos da educação durante esse período. De qualquer forma, a ação é louvável e sempre bem-vinda. Espero que continuem a praticá-la, sem mais usar de subterfúgios para não fazê-la.
domingo, 24 de janeiro de 2010
Os versos de uma reivindicação
Aqui é sempre assim:
Tem-se maior aperreio
Em tempo de veraneio
A água foge daqui
E até hoje nunca vi
Alguém solucionar
É a sede em frente ao mar
Uma seca no litoral
Só pra abastecer Tibau
Pra essa gente se banhar.
É Barra, Pernambuquinho
E a pequena Alagamar
Que fica a lastimar
Sem ter água pra beber
Quando vem o amanhecer
Cadê água pra lavar?
E pra ao menos cozinhar
A comida das crianças?
É de perder as esperanças
E fugir desse lugar!
Que lá não falte água
Pros nativos e visitantes
Mas eles não são importantes
Muito mais do que a gente
Pra de forma consciente
Desviar a água do povo
Pra lavar seu carro novo
E encher a piscina bonita
Se tu vês não acredita
Que é nosso liquido precioso
Agora, meu caro amigo
Eu duvido atrasar
O talão pra se pagar
A fatura todo mês
Mas eu digo a vocês
Que nós vamos resistir
Se preciso impedir
Que eles façam a manobra
Pra levar água de sobra
Pro rico se divertir!
* Poesia extraída do blog www.matematicadeaula.blogspot.com
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Crônica
Transcrevo abaixo texto do jornalista Carlos Santos.Nele se retrata um dos maiores dramas sociais do mundo contemporâneo. Excelente crônica que merece a leitura de quem admira um belo texto.
A morada em que o flagelo fez pouso
Por Carlos Santos
Conheço-o há mais de 20 anos. Nunca existiu fosso entre nós, mesmo que ele cumprisse papel de modesto ASG e eu, teoricamente, estivesse num degrau social acima.
Somos amigos, posso dizer.
Agora fico paralisado ao ouvi-lo com voz que teima em despistar meus ouvidos. Fala sobre sua família.
Tem um filho de 26 anos tomado pelo crack. O jovem perdeu emprego; mulher e filho o abandonaram. Hoje é um zumbi, a serviço do vício incontrolável.
Deve R$ 400,00 a traficantes e a qualquer momento pode ser executado, por não saldar o compromisso.
É uma história como tantas outras que já vi e soube. Mas é diferente quando bate à porta de alguém próximo, de boa índole. É trabalhador que está nas entranhas da imprensa há décadas.
Sinto-me consorciado na dor, mas é pouco. Digo-lhe que estou à disposição para ajudá-lo, não é o suficiente.
Enfim... O que fazer?
Corpo esquelético, amarrarotado pelo tempo, olhar opaco, estou diante de um pai entre milhares e milhões, com a mesma chaga. Não parece ter mais a alegria de antes, a verve e a espontaneidade picaresca que o caracterizavam.
Sua família está doente. O crack tem esse poder de socializar a miséria. Nivela todos por baixo e para mais baixo, até a sepultura. Enquanto não mata, maltrata de forma hedionda.
Antes, era uma droga a mais que agia nas bordas do tecido social. Quase ninguém lhe deu atenção. Bombou. Já é consumida pela classe média e alguns bacanas. Em todos, o efeito é devastador. Avança em espiral e escala geométrica.
Transforma gente em trapo, desfigura corpo e alma. Destrói famílias, amputa sonhos.
Hoje está na casa do meu amigo. Fez morada e não quer sair. Amanhã, quem sabe, fará pouso na minha ou na sua casa. Espero que não.
Ninguém está imune a esse flagelo.
Direta ou indiretamente, estamos todos no mesmo barco que começa a adernar. E não é sensato apelarmos pro lema dos egoístas, o "salve-se quem puder".
A indiferença é a chave para a expansão dessa mazela. Seu triunfo é nosso fracasso como ser humano e a sentença de morte como civilização.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Quase vencidos
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Zilda Arns, a mãe do Brasil
PODE-SE REPETIR que ninguém é insubstituível, mas a dra. Zilda Arns, vítima do terremoto que arruinou o Haiti, era, sim, uma pessoa imprescindível. Nela mostrava-se imperceptível a distância entre intenções e ações.
Formada em medicina e movida por profundo espírito evangélico-era irmã do cardeal dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo-, fundou a Pastoral da Criança, alarmada com o alto índice de mortalidade infantil no Brasil.
Em iniciativas de voluntariado podem-se mapear dois tipos de pessoas: as que, primeiro, agem, põem o bloco na rua e depois buscam os recursos, e as que se enredam no cipoal das fontes financiadoras e jamais passam da utopia à topia.
Zilda Arns arregaçou as mangas e, inspirada na pedagogia de Paulo Freire, encontrou, primeiro, recursos humanos capazes de mobilizar milhares de pessoas em prol da drástica redução da mortalidade infantil: mães e pais das crianças de 0 a seis anos atendidas pela pastoral transformados em agentes multiplicadores.
Ela, sim, fez o milagre da multiplicação dos pães, ou seja, da vida. Aonde chega a Pastoral da Criança, o índice de mortalidade infantil cai, no primeiro ano, no mínimo 20%.
Seu método de atenção às gestantes pobres e às crianças desnutridas tornou-se paradigma mundial, adotado hoje em vários países da América Latina e da África. Por essa razão, ela estava no Haiti, onde pagou com a morte sua dedicação em salvar vidas.
Trabalhamos juntos no Fome Zero.
No lançamento do programa, em 2003, ela discordou de exigir dos beneficiários comprovantes de gastos em alimentos, de modo a garantir que o dinheiro não se destinasse a outras compras. Oded Grajew e eu a apoiamos: ressaltamos que apresentar comprovantes não era relevante, valia como forma de verificar resultados. Haveria que confiar na palavra dos beneficiários.
Em março de 2004, no momento em que o governo trocava o Fome Zero pelo Bolsa Família, ela me convocou a Curitiba, sede da Pastoral da Criança. Em reunião com José Tubino, da FAO, e dom Aloysio Penna, arcebispo de Botucatu (SP), que representava a CNBB, debatemos as mudanças na área social do governo.
Expus as tensões internas na área social, sobretudo a decisão de acabar com os comitês gestores, pelos quais a sociedade civil atuava na gestão pública. Zilda Arns temia que o Bolsa Família priorizasse a mera transferência de renda, submetendo-se à orientação que propõe tratar a pobreza com políticas compensatórias, sem tocar nas estruturas que promovem e asseguram a desigualdade social.
Acreditava que as políticas sociais do governo só teriam êxito consolidado se combinassem políticas de transferência de renda e mudanças estruturantes, ações emergenciais e educativas, como qualificação profissional.
Dias após a reunião, ela publicou, neste espaço da Folha, o artigo "Fôlego para o Fome Zero", no qual frisava que a política social "não deve estar sujeita à política econômica. É hora de mudar esse paradigma. É a política econômica que deve estar sujeita ao combate à fome e à miséria".
E alertava: "Erradicar os comitês gestores seria um grave erro, por destruir uma capilaridade popular que fortalece o empoderamento da sociedade civil; (...) por reforçar o poder de prefeitos e vereadores que nem sempre primam pela ética e pela lisura no trato com os recursos públicos. O governo não deve temer a parceria da sociedade civil, representada pelos comitês gestores".
O apelo da mãe da Pastoral da Criança não foi ouvido. Os comitês gestores foram erradicados e, assim, a participação da sociedade civil nas políticas sociais do governo. Apesar de tudo, o ministro Patrus Ananias logrou aprimorar o Bolsa Família e o índice de redução da miséria absoluta no país, conforme dados recentes do Ipea.
Falta encontrar a porta de saída aos beneficiários, de modo a produzirem a própria renda.
Zilda Arns nos deixa, de herança, o exemplo de que é possível mudar o perfil de uma sociedade com ações comunitárias, voluntárias, da sociedade civil, ainda que o poder público e a iniciativa privada permaneçam indiferentes ou adotem simulacros de responsabilidade social.
Se milhares de jovens e adultos brasileiros sobreviveram às condições de pobreza em que nasceram, devem isso em especial à dra. Zilda Arns, que merece, sem exagero, o titulo perene de mãe da pátria.
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Lançamento de livro
Transcrevo abaixo postagem publicada no site www.portalcostabranca.blogspot.com do blogueiro Jailton Rodrigues:
Cantor Genildo Costa lançará livro com a história dos grandes poetas
domingo, 10 de janeiro de 2010
Mandato em movimento
Esporte em pauta
O vereador Cateca se reuniu na noite de ontem com um grupo de jovens que praticam vôlei na quadra de esportes do bairro Coqueiros. O encontro ocorreu na própria quadra e tratou da organização de um torneio de vôlei feminino, previsto para o início de fevereiro no mesmo local da reunião. Como medida de incentivo ao esporte , a competição pretende mobilizar equipes da sede do município e zona rural, visando assim envolver a juventude grossense em atividades que se relacionem com saúde e lazer.
Ofícios
Na última quinta-feira (07/01), Cateca esteve em Mossoró visitando o escritório regional da Caern. Na oportunidade encaminhou ofício solicitando a extensão da rede de água para o trecho do centro da cidade compreendido entre o final da Rua Antônio Amâncio e o início da Travessa Manoel Firmino (ROTA 03/SETOR 01) . Além desta solicitação, o vereador também entrou em contato com o Detran, ao qual endereçou ofício sugerindo a implantação de lombadas sinalizadas em diversos pontos da cidade. Dentre os locais elencados no pedido estão a rua Santa Cruz no bairro Coqueiros (ao lado da praça) e a Avenida Cel. Solon (em frente a Escola Sagrado Coração de Jesus), ambos lembrados pela intensa movimentação de crianças nas suas proximidades.
domingo, 3 de janeiro de 2010
Morosidade
Ano novo, velhos problemas. As imagens ilustrativas deste comentário bem que poderiam ser tristes lembranças de anos pretéritos. Mas não o são. Elas retratam o presente que insiste em se vincular ao passado pela inoperância do poder público, por vezes traduzida na demora excessiva em se resolver problemas relevantes da comunidade. E a necessidade de se construir um abatedouro público em Grossos tem esbarrado exatamente nessa morosidade. Mais de dois anos se passaram desde a liberação de R$ 146.250,00 destinados a execução da obra e ela nem sequer iniciou. Enquanto isso, continua sendo rotina o abate de gado em condições insalubres,ficando a carne exposta ao lixo, fezes de animal e moscas. Como se percebe, não convém falar em higiene precária, seria um exagero de nossa parte. Mais prudente às circunstâncias é afirmar que naquele local não há qualquer traço de higiene e, por isso mesmo, a realização da obra é uma questão de saúde pública. Afinal, nos referimos a alimento para o consumo humano, razão pela qual atribuo urgência à execução do projeto.
Acontece que na prática a agilidade do poder público não costuma obedecer ao Princípio da Celeridade da Administração, pelo menos em relação a determinados fins. Este postulado defende a execução dos atos administrativos em tempo razoável com o intuito de bem atender aos anseios da população. Entretanto, ele pode trilhar caminhos diversos, a depender dos interesses de quem governa. É o caso de se aplicar a máxima popular dos dois pesos e duas medidas. Me reporto, na verdade, à aquisição de um carro no valor de 116 mil reais para o gabinete do prefeito. Para este fim, não houve maiores obstáculos. Praticamente não se discutiu a exorbitância do valor nem surgiram entraves burocráticos ao pedido do executivo. Tudo feito quase que automaticamente. No entanto, se o assunto é de importância para o povo, aí sim advém a lentidão burocrática prejudicando quem não pode aguardar. Atente que não questiono aqui a necessidade de troca do veículo anterior (o valor é discutível), mas a rapidez com essas propostas se concretizam quando comparadas àquelas de real interesse público, como a do matadouro. Observe que o mesmo princípio administrativo não se aplica às duas situações, estando a saúde pública fadada a uma espera impiedosa. Sobre essa demora, a prefeitura se manifestou afirmando ter havido incidentes no processo licitatório. Segundo declarações do prefeito em programa semanal de rádio, a empresa vencedora do certame desistiu de realizar a obra porque julgou defasados os valores de sua execução. Porém, não seria o prazo superior a dois anos suficiente para sanar essa dificuldade?
De todo modo, creio que também há nessa discussão um componente revelador do conformismo das pessoas. Infelizmente a cultura local é a da aceitação, o povo se acostumou com o pouco que lhe é oferecido e esse comportamento dá suporte ao tipo de dominação ao qual se submete. De tão perceptível que é, essa realidade se fez resumir nas breves palavras de um dos homens que trabalhava naquele local impróprio. Ao dizer que “o povo de Grossos é acomodado”, se referia à passividade política dos seus conterrâneos. Sinceramente, faço votos de que essa frase traga consigo uma reação, um caminho para a mudança de atitude através da identificação da causa. Ao mesmo tempo, receio que as palavras daquele homem se convertam em sentença capaz de vitimar mais gerações, condenando esta terra a um futuro não condizente com a bravura de quem a quer sempre melhor.
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Bem-vindos a 2010!
Muito obrigado ao leitores e simpatizantes deste blog pela participação na construção de um espaço plural de idéias. A vocês também confio a capacidade de jamais deixar de se indignar com as injustiças. Forte abraço a todos e FELIZ 2010!
Receita de ano novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre
Carlos Drummond de Andrade.