domingo, 31 de janeiro de 2010

1º Encontro da Cidadania

Na próxima quinta-feira(04/02), será realizado no bairro coqueiros o 1º Encontro da Cidadania. Como mais uma ação do mandato do vereador Carlos Lacerda, o evento tem por finalidade proporcionar aos moradores locais momentos de lazer, cultura e participação política. A iniciativa, que contará com a participação do poeta Antônio Francisco e de músicos e artistas grossenses , também pretende apresentar uma prestação de contas da atuação do parlamentar, além de ouvir as reivindicações da população daquele bairro.

A importância de ser vice

"Qualquer pessoa medianamente bem-informada sabe: vice não é nada. E vice de Rosado (Rosalba é Rosado afim) vale menos ainda."

* Raciocínio do jornalista Carlos Santos acerca da provável composição da chapa oposicionista entre Rosalba e Robinson Faria .

Ser ou não ser?

O desenrolar das alianças em nível estadual visando a disputa em outubro próximo provoca indagações interessantes no universo político de Grossos. Uma delas é sobre o posicionamento da oposição local acerca das opções para a chapa majoritária ao governo. É que esta semana o deputado João Maia (PR) selou seu apoio à postulação de Iberê Ferreira, pré-candidato governista. Com a adesão, o grupo liderado por João Dehon se vê numa situação delicada, haja vista seu partido ter a missão de contribuir daqui em diante para o sucesso eleitoral de seu maior adversário político na cidade. Aliás, convém lembrar que não é a primeira vez que o líder republicano grossense enfrenta esse dilema partidário. Em 2006, após anos de militância no PT, João Dehon não suportou a incompatibilidade dos projetos políticos estadual e local, optando logo em seguida pela desfiliação ao partido. Hoje, apesar do apoio declarado do presidente do PR a Iberê, não se pode dar como certo situação e oposição no mesmo palanque em Grossos. Vale salientar que no Brasil a incoerência partidária está banalizada, não sendo obstáculo às conveniências provincianas. Além disso, tem-se que atentar para a única regra imutável da política: a de que tudo é possível!

Escolha

Se você tivesse de indicar uma pessoa para um alto cargo da República, quem escolheria: a Dra. Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, ou o deputado Edmar Moreira, dono de uma mansão (um castelo) avaliado em mais de 20 milhões de reais? A resposta parece óbvia, não é mesmo? Mas não foi a primeira opção a escolhida pelos deputados. Por um placa esmagador de 229 a 94 votos, o "deputado do castelo" foi o indicado para o Conselho da República, superando o currículo incontestável de sua concorrente. O episódio ocorreu em dezembro de 2001 e serve para demonstrar a precariedade dos critérios da escolha, voltados prioritariamente para os interesses mais espúrios. O fato também atesta a péssima qualidade dos nossos representantes em Brasília. Lamentável.

Só agora...


Por várias semanas, o site da prefeitura de Grossos tem noticiado com ares de vanguardismo o rateio de parte dos recursos da educação entre os professores do município. No entanto, não há nada de inédito na medida, pois ela já foi adotada em governos passados. O que intriga é o fato de somente após quase 5 anos de governo a atual gestão ter se preocupado em efetuar o rateio. Acredito que o governo federal não tenha falhado no repasse dos recursos da educação durante esse período. De qualquer forma, a ação é louvável e sempre bem-vinda. Espero que continuem a praticá-la, sem mais usar de subterfúgios para não fazê-la.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Os versos de uma reivindicação

Que as comunidades de barra, pernambuquinho e alagamar sofrem com a irregularidade no fornecimento de água, disso todos já sabem. Mas no período de veraneio em especial esse problema se agrava devido à demanda gerada pelo aumento desproporcional da população em Tibau. Aí então os veranistas da cidade vizinha passam a ser privilegiados no consumo d'água em detrimento das comunidades rurais de Grossos. Ilustrando o problema através da arte, o poeta Geová Costa traduziu a reivindicação dos moradores locais nos seguintes versos:

Aqui é sempre assim:
Tem-se maior aperreio
Em tempo de veraneio
A água foge daqui
E até hoje nunca vi
Alguém solucionar
É a sede em frente ao mar
Uma seca no litoral
Só pra abastecer Tibau
Pra essa gente se banhar.

É Barra, Pernambuquinho
E a pequena Alagamar
Que fica a lastimar
Sem ter água pra beber
Quando vem o amanhecer
Cadê água pra lavar?
E pra ao menos cozinhar
A comida das crianças?
É de perder as esperanças
E fugir desse lugar!

Que lá não falte água
Pros nativos e visitantes
Mas eles não são importantes
Muito mais do que a gente
Pra de forma consciente
Desviar a água do povo
Pra lavar seu carro novo
E encher a piscina bonita
Se tu vês não acredita
Que é nosso liquido precioso

Agora, meu caro amigo
Eu duvido atrasar
O talão pra se pagar
A fatura todo mês
Mas eu digo a vocês
Que nós vamos resistir
Se preciso impedir
Que eles façam a manobra
Pra levar água de sobra
Pro rico se divertir!

* Poesia extraída do blog www.matematicadeaula.blogspot.com

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Crônica


Transcrevo abaix
o texto do jornalista Carlos Santos.Nele se retrata um dos maiores dramas sociais do mundo contemporâneo. Excelente crônica que merece a leitura de quem admira um belo texto.

A morada em que o flagelo fez pouso


Por Carlos Santos

Conheço-o há mais de 20 anos. Nunca existiu fosso entre nós, mesmo que ele cumprisse papel de modesto ASG e eu, teoricamente, estivesse num degrau social acima.

Somos amigos, posso dizer.

Agora fico paralisado ao ouvi-lo com voz que teima em despistar meus ouvidos. Fala sobre sua família.

Tem um filho de 26 anos tomado pelo crack. O jovem perdeu emprego; mulher e filho o abandonaram. Hoje é um zumbi, a serviço do vício incontrolável.

Deve R$ 400,00 a traficantes e a qualquer momento pode ser executado, por não saldar o compromisso.

É uma história como tantas outras que já vi e soube. Mas é diferente quando bate à porta de alguém próximo, de boa índole. É trabalhador que está nas entranhas da imprensa há décadas.

Sinto-me consorciado na dor, mas é pouco. Digo-lhe que estou à disposição para ajudá-lo, não é o suficiente.

Enfim... O que fazer?

Corpo esquelético, amarrarotado pelo tempo, olhar opaco, estou diante de um pai entre milhares e milhões, com a mesma chaga. Não parece ter mais a alegria de antes, a verve e a espontaneidade picaresca que o caracterizavam.

Sua família está doente. O crack tem esse poder de socializar a miséria. Nivela todos por baixo e para mais baixo, até a sepultura. Enquanto não mata, maltrata de forma hedionda.

Antes, era uma droga a mais que agia nas bordas do tecido social. Quase ninguém lhe deu atenção. Bombou. Já é consumida pela classe média e alguns bacanas. Em todos, o efeito é devastador. Avança em espiral e escala geométrica.

Transforma gente em trapo, desfigura corpo e alma. Destrói famílias, amputa sonhos.

Hoje está na casa do meu amigo. Fez morada e não quer sair. Amanhã, quem sabe, fará pouso na minha ou na sua casa. Espero que não.

Ninguém está imune a esse flagelo.

Direta ou indiretamente, estamos todos no mesmo barco que começa a adernar. E não é sensato apelarmos pro lema dos egoístas, o "salve-se quem puder".

A indiferença é a chave para a expansão dessa mazela. Seu triunfo é nosso fracasso como ser humano e a sentença de morte como civilização.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Quase vencidos

Há alguns dias, quando assitia ao noticiário local pela tv, fui surpreendido por uma reportagem acerca de dois rapazes acusados de envolvimento com drogas. É bem verdade que essas notícias se tornaram muito comuns e , portanto, não haveria motivo para surpresa se os jovens detidos não fossem de Grossos. Seria até menos preocupante se a incidência das drogas entre os jovens se resumisse a casos isolados, episódicos. Mas infelizmente não é isso que se verifica na realidade. Como um câncer social, o uso de entorpecentes tem se alastrado tão rapidamente pela sociedade, que não se admite mais mitigar a dimensão do problema. A exposição da juventude como destaque nas páginas policiais é fato sintomático, revelador de um desfecho de guerra nada promissor, porém iminente. E o resultado desastroso dessa luta até aqui se deve a um fator fundamental: a nossa indiferença. Sem ela, já haveríamos de nos libertar da falsa idéia de bem estar social baseada no individualismo, abrindo assim caminho para uma solução. Logo, é a maneira como se encara essa situação enquanto não se faz parte dela que nos permite reverter o quadro. Por isso, não será esquivando-se da responsabilidade que venceremos esta guerra, pois ao desconsiderar o problema das drogas siplesmente por julgá-lo alheio, nos tornamos mais vulneráveis a ele.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Zilda Arns, a mãe do Brasil

Por Frei Betto

PODE-SE REPETIR que ninguém é insubstituível, mas a dra. Zilda Arns, vítima do terremoto que arruinou o Haiti, era, sim, uma pessoa imprescindível. Nela mostrava-se imperceptível a distância entre intenções e ações.

Formada em medicina e movida por profundo espírito evangélico-era irmã do cardeal dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo-, fundou a Pastoral da Criança, alarmada com o alto índice de mortalidade infantil no Brasil.

Em iniciativas de voluntariado podem-se mapear dois tipos de pessoas: as que, primeiro, agem, põem o bloco na rua e depois buscam os recursos, e as que se enredam no cipoal das fontes financiadoras e jamais passam da utopia à topia.

Zilda Arns arregaçou as mangas e, inspirada na pedagogia de Paulo Freire, encontrou, primeiro, recursos humanos capazes de mobilizar milhares de pessoas em prol da drástica redução da mortalidade infantil: mães e pais das crianças de 0 a seis anos atendidas pela pastoral transformados em agentes multiplicadores.

Ela, sim, fez o milagre da multiplicação dos pães, ou seja, da vida. Aonde chega a Pastoral da Criança, o índice de mortalidade infantil cai, no primeiro ano, no mínimo 20%.

Seu método de atenção às gestantes pobres e às crianças desnutridas tornou-se paradigma mundial, adotado hoje em vários países da América Latina e da África. Por essa razão, ela estava no Haiti, onde pagou com a morte sua dedicação em salvar vidas.

Trabalhamos juntos no Fome Zero.

No lançamento do programa, em 2003, ela discordou de exigir dos beneficiários comprovantes de gastos em alimentos, de modo a garantir que o dinheiro não se destinasse a outras compras. Oded Grajew e eu a apoiamos: ressaltamos que apresentar comprovantes não era relevante, valia como forma de verificar resultados. Haveria que confiar na palavra dos beneficiários.

Em março de 2004, no momento em que o governo trocava o Fome Zero pelo Bolsa Família, ela me convocou a Curitiba, sede da Pastoral da Criança. Em reunião com José Tubino, da FAO, e dom Aloysio Penna, arcebispo de Botucatu (SP), que representava a CNBB, debatemos as mudanças na área social do governo.

Expus as tensões internas na área social, sobretudo a decisão de acabar com os comitês gestores, pelos quais a sociedade civil atuava na gestão pública. Zilda Arns temia que o Bolsa Família priorizasse a mera transferência de renda, submetendo-se à orientação que propõe tratar a pobreza com políticas compensatórias, sem tocar nas estruturas que promovem e asseguram a desigualdade social.

Acreditava que as políticas sociais do governo só teriam êxito consolidado se combinassem políticas de transferência de renda e mudanças estruturantes, ações emergenciais e educativas, como qualificação profissional.

Dias após a reunião, ela publicou, neste espaço da Folha, o artigo "Fôlego para o Fome Zero", no qual frisava que a política social "não deve estar sujeita à política econômica. É hora de mudar esse paradigma. É a política econômica que deve estar sujeita ao combate à fome e à miséria".

E alertava: "Erradicar os comitês gestores seria um grave erro, por destruir uma capilaridade popular que fortalece o empoderamento da sociedade civil; (...) por reforçar o poder de prefeitos e vereadores que nem sempre primam pela ética e pela lisura no trato com os recursos públicos. O governo não deve temer a parceria da sociedade civil, representada pelos comitês gestores".

O apelo da mãe da Pastoral da Criança não foi ouvido. Os comitês gestores foram erradicados e, assim, a participação da sociedade civil nas políticas sociais do governo. Apesar de tudo, o ministro Patrus Ananias logrou aprimorar o Bolsa Família e o índice de redução da miséria absoluta no país, conforme dados recentes do Ipea.

Falta encontrar a porta de saída aos beneficiários, de modo a produzirem a própria renda.

Zilda Arns nos deixa, de herança, o exemplo de que é possível mudar o perfil de uma sociedade com ações comunitárias, voluntárias, da sociedade civil, ainda que o poder público e a iniciativa privada permaneçam indiferentes ou adotem simulacros de responsabilidade social.

Se milhares de jovens e adultos brasileiros sobreviveram às condições de pobreza em que nasceram, devem isso em especial à dra. Zilda Arns, que merece, sem exagero, o titulo perene de mãe da pátria.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Lançamento de livro

Transcrevo abaixo postagem publicada no site www.portalcostabranca.blogspot.com do blogueiro Jailton Rodrigues:

Cantor Genildo Costa lançará livro com a história dos grandes poetas

O Cantor e poeta Genildo Costa prepara o lançamento do livro a "Saga da Poesia Sobrevivente", com 180 paginas o documentario retrata a história dos grandes poetas e cantores da região. O autor do livro esteve no programa Costa Branca em Debate para divulgar o seu trabalho. Genildo conta com o apoio dos amigos na tarefa de divulgar a cultura da nossa gente. O Livro depois de confeccionado será lançado na Câmara Municipal de nossa cidade com o apoio do Vereador Aldo Dantas e do empresário Cleodon Bezeera. Na foto: Ribamar siqueira, Ferrer, Cleodon, Genildo e Aldo Dantas.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Mandato em movimento



Esporte em pauta

O vereador Cateca se reuniu na noite de ontem com um grupo de jovens que praticam vôlei na quadra de esportes do bairro Coqueiros. O encontro ocorreu na própria quadra e tratou da organização de um torneio de vôlei feminino, previsto para o início de fevereiro no mesmo local da reunião. Como medida de incentivo ao esporte , a competição pretende mobilizar equipes da sede do município e zona rural, visando assim envolver a juventude grossense em atividades que se relacionem com saúde e lazer.

Ofícios

Na última quinta-feira (07/01), Cateca esteve em Mossoró visitando o escritório regional da Caern. Na oportunidade encaminhou ofício solicitando a extensão da rede de água para o trecho do centro da cidade compreendido entre o final da Rua Antônio Amâncio e o início da Travessa Manoel Firmino (ROTA 03/SETOR 01) . Além desta solicitação, o vereador também entrou em contato com o Detran, ao qual endereçou ofício sugerindo a implantação de lombadas sinalizadas em diversos pontos da cidade. Dentre os locais elencados no pedido estão a rua Santa Cruz no bairro Coqueiros (ao lado da praça) e a Avenida Cel. Solon (em frente a Escola Sagrado Coração de Jesus), ambos lembrados pela intensa movimentação de crianças nas suas proximidades.


domingo, 3 de janeiro de 2010

Morosidade







Ano novo, velhos problemas. As imagens ilustrativas deste comentário bem que poderiam ser tristes lembranças de anos pretéritos. Mas não o são. Elas retratam o presente que insiste em se vincular ao passado pela inoperância do poder público, por vezes traduzida na demora excessiva em se resolver problemas relevantes da comunidade. E a necessidade de se construir um abatedouro público em Grossos tem esbarrado exatamente nessa morosidade. Mais de dois anos se passaram desde a liberação de R$ 146.250,00 destinados a execução da obra e ela nem sequer iniciou. Enquanto isso, continua sendo rotina o abate de gado em condições insalubres,ficando a carne exposta ao lixo, fezes de animal e moscas. Como se percebe, não convém falar em higiene precária, seria um exagero de nossa parte. Mais prudente às circunstâncias é afirmar que naquele local não há qualquer traço de higiene e, por isso mesmo, a realização da obra é uma questão de saúde pública. Afinal, nos referimos a alimento para o consumo humano, razão pela qual atribuo urgência à execução do projeto.

Acontece que na prática a agilidade do poder público não costuma obedecer ao Princípio da Celeridade da Administração, pelo menos em relação a determinados fins. Este postulado defende a execução dos atos administrativos em tempo razoável com o intuito de bem atender aos anseios da população. Entretanto, ele pode trilhar caminhos diversos, a depender dos interesses de quem governa. É o caso de se aplicar a máxima popular dos dois pesos e duas medidas. Me reporto, na verdade, à aquisição de um carro no valor de 116 mil reais para o gabinete do prefeito. Para este fim, não houve maiores obstáculos. Praticamente não se discutiu a exorbitância do valor nem surgiram entraves burocráticos ao pedido do executivo. Tudo feito quase que automaticamente. No entanto, se o assunto é de importância para o povo, aí sim advém a lentidão burocrática prejudicando quem não pode aguardar. Atente que não questiono aqui a necessidade de troca do veículo anterior (o valor é discutível), mas a rapidez com essas propostas se concretizam quando comparadas àquelas de real interesse público, como a do matadouro. Observe que o mesmo princípio administrativo não se aplica às duas situações, estando a saúde pública fadada a uma espera impiedosa. Sobre essa demora, a prefeitura se manifestou afirmando ter havido incidentes no processo licitatório. Segundo declarações do prefeito em programa semanal de rádio, a empresa vencedora do certame desistiu de realizar a obra porque julgou defasados os valores de sua execução. Porém, não seria o prazo superior a dois anos suficiente para sanar essa dificuldade?

De todo modo, creio que também há nessa discussão um componente revelador do conformismo das pessoas. Infelizmente a cultura local é a da aceitação, o povo se acostumou com o pouco que lhe é oferecido e esse comportamento dá suporte ao tipo de dominação ao qual se submete. De tão perceptível que é, essa realidade se fez resumir nas breves palavras de um dos homens que trabalhava naquele local impróprio. Ao dizer que “o povo de Grossos é acomodado”, se referia à passividade política dos seus conterrâneos. Sinceramente, faço votos de que essa frase traga consigo uma reação, um caminho para a mudança de atitude através da identificação da causa. Ao mesmo tempo, receio que as palavras daquele homem se convertam em sentença capaz de vitimar mais gerações, condenando esta terra a um futuro não condizente com a bravura de quem a quer sempre melhor.








sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Bem-vindos a 2010!

Neste despertar de 2010, quero a todos desejar infinitos momentos de alegria, saúde e paz! Que a felicidade de cada um altrapasse os limites do próprio lar e ganhe uma dimensão coletiva a fim de perenizar o sonho de um mundo melhor para todos!
Muito obrigado ao leitores e simpatizantes deste blog pela participação na construção de um espaço plural de idéias. A vocês também confio a capacidade de jamais deixar de se indignar com as injustiças. Forte abraço a todos e FELIZ 2010!

Receita de ano novo

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre

Carlos Drummond de Andrade.