O equívoco da auto-suficiência despreza o poder da gentileza.
Por favor, com licença, desculpe, obrigado. Essas palavras são geralmente apresentadas pelos pais aos filhos pequenos para ensinar-lhes boas maneiras e, dado o seu efeito sobre as pessoas, elas guardam em si certa "magia". Entretanto, algumas dessas crianças se tornam adultos que entram para a política partidária e acabam esquecendo o poder de tais termos, sobretudo daquele que expressa a gratidão. Pude constatar isso depois de ter conversado com um eleitor ligado a uma das alas oposicionistas em Grossos. No ano passado, ele não compareceu ao principal evento do grupo político que apoiou na última eleição municipal. Outrora militante aguerrido e cheio de entusiasmo, o amigo conterrâneo já não esboçava qualquer sinal de motivação. Quando indagado sobre o seu distanciamento em relação à política grossense, me disse, conservando certo tom de desprezo na fala, que sentia falta de um agradecimento apenas. Sem o devido reconhecimento, era como se fosse descartado após cada corrida eleitoral. Para ele e tantos outros, a percepção dessa realidade chega com atraso porque confiaram em pessoas cuja sensibilidade não alcança a dimensão política do gesto expressado por uma simples palavrinha mágica.
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