domingo, 23 de agosto de 2009

Crise providencial

Ultimamente a crise financeira mundial tem sido usada pela classe política como justificativa para quase todas as mazelas que atingem a população. Em Grossos não é diferente. Semana passada vários prefeitos da região aproveitaram a visita do Presidente a Ipanguaçu para externar o descontentamento. A reclamação é legítima, mas creio que há certo exagero minimizando falhas administrativas de longa data. Analisando os números do portal da transparência (www.portaldatransparencia.gov.br), é fácil observar que as perdas orçamentárias, principalmente quanto aos repasses mensais do FPM(Fundo de Participação dos Municípios), não revelam tamanho desequilíbrio financeiro. O governo local apenas não teve habilidade para gerir com eficiência o volume de recursos um pouco menor. Comparando os valores de 2008 e 2009 mês a mês, foi possível identificar até mesmo um aumento nos repasses de FPM correspondentes a janeiro, maio e junho deste ano. Nas outras competências registraram-se perdas da ordem de 30 a 40 mil reais. No entanto, nada comparado ao montante de recursos disponível para o seu antecessor em 2004. Naquele ano, o maior repasse de FPM foi de 209 mil reais , diferentemente do menor valor percebido pela atual gestão em "tempos de crise", na faixa de 236 mil reais ocorrido em março de 2009. Na época da bonança, era embaroçoso explicar o atraso de salários do funcionalismo público, tentava-se justificar o injustificável. Hoje, ao menos existe a crise para acalmar os ânimos dos menos informados.

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