terça-feira, 31 de julho de 2012

Uma nova campanha está prestes a começar

Cronômetro zerado.

Ainda essa semana uma nova campanha eleitoral deve começar em Grossos. Até o momento o embate mantém as características do período que antecedeu a disputa oficial por votos, inclusive com a sua principal indefinição.

No entanto, a decisão em 1º grau sobre o registro do candidato do PMDB vai mudar radicalmente essa realidade. Os nomes à eleição majoritária poderão até ser os mesmos, mas as novas circunstâncias irão pesar sobremaneira no jogo sucessório a ponto de redefinir as estratégias das principais candidaturas.

sábado, 28 de julho de 2012

O opositor mais querido do governo

A oposição aceitável porque vantajosa.

Na quinta-feira(26/07), as coligações encabeçadas pelo PSB e DEM realizaram comícios relâmpagos na cidade. A primeira no bairro Boa Esperança e a outra no Coqueiros. Na movimentação dos socialistas, o discurso do advogado Mário Jácome (PC do B) chamou atenção principalmente pela maneira como se referiu ao candidato do DEM.

Mário disse que Enilson é uma boa opção para Grossos e que seu problema é a falta de experiência administrativa(como se Alexandre a tivesse) e a ausência de um equipe capacitada para governar o município.

Mas o elogio com ressalvas do causídico não foi respondido com muita cordialidade pelo democrata. Este varreu com duras críticas todas as áreas do governo, desconstruindo a imagem de boa gestão defendida pelo 'comunista' momentos antes em um outro ponto da cidade.

Enilson criticou a saúde municipal, que segundo ele, possui um hospital bonito, mas é deficiente quanto à oferta de medicamentos e à qualidade do atendimento às pessoas. Questionou também a construção do ginásio poliesportivo em frente ao cemitério, atribuindo isso ao fato de a Prefeitura não querer comprar 'um palmo de terra' na cidade.

Além disso, apontou uma falha na duplicação da Cel Solon na entrada de Grossos, onde o candidato observou um desnível acentuado (cerca de 30cm) entre o eixo da pista e o acostamento.

Falou ainda da morosidade governista em executar a obra do saneamento básico e do descompasso entre a verba liberada e o que já havia sido feito. Por fim, voltou a expor que era preciso embelezar a cidade, que estava com ruas escuras, esburacadas e com muita areia sobre o calçamento.

E apesar do pronunciamento tão combativo, mais até do que aquele adotado pela ala verde da oposição, o ex-vereador continua em alta no grupo situacionista. Ele é, por enquanto, o 'queridinho' dos inquilinos da prefeitura, mesmo contribuindo para acentuar o desgaste político do prefeito.

Isso se justifica pelo fato de a candidatura do DEM ser a principal arma do PSB para frear o crescimento de João Dehon (PMDB) na sede do município, onde os socialistas sempre estiveram em desvantagem nas últimas eleições.

Quero só ver o tratamento que o Palácio José Marcelino vai dispensar a Enilson quando ele não for mais útil às pretensões governistas. Essa mudança de postura só deve acontecer caso o registro de João seja indeferido. Nessa hipótese, o líder do Democratas tende a ser o principal alvo da situação, que certamente não o verá mais com os olhos de hoje.

A motivação do discurso.

O discurso incisivo do DEM contra a gestão 'Trabalhando pra você' é motivado por uma indefinição da disputa até aqui: a candidatura de João Dehon. Enilson sabe que precisa cativar os eleitores do peemedebista para comandar uma provável migração de votos entre as alas da oposição. E para tanto ele precisa, claro, assumir a figura de crítico ferrenho da administração municipal, o que tem feito com boa desenvoltura.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Estou pensando que não voto mais em oligarquias

Texto de Honório de Medeiros extraído do Blog do Carlos Santos.

Estou pensando que não voto mais em oligarquias, bem como não voto mais em quem apóia ou é apoiado por oligarquias. Qualquer oligarquia.

Na “Ciência política”, oligarquia é a forma de governo em que o poder político está concentrado num pequeno número de pessoas identificáveis por interesses particulares tais como riqueza, laços familiares, empresas ou poder militar.

Estados em que isso acontece são muitas vezes controlados por poucas famílias proeminentes que repassam a sua influência ao longo de gerações.

Ressalvo, desde já, que já votei e, até mesmo, já trabalhei para algumas oligarquias. Assumo meu erro. O que eu não quero é continuar a errar.

Nada há de pessoal contra quem quer que seja nessa tomada de posição. Ela decorre de uma percepção amadurecida do processo político.

Trata-se de não mais crer que alianças táticas com o inimigo ideológico permitam algum tipo de avanço na luta pelo fortalecimento da Democracia e do bem-estar da Sociedade como um todo.

Ao longo dos anos foi essa minha crença, minha ilusão acalentada desde os bancos da Faculdade de Direito onde ingressei convicto da nossa possibilidade de mudar o mundo por dentro, jogar o jogo da elite política: torná-lo menos injusto.

Hoje, essa crença não existe mais.

terça-feira, 24 de julho de 2012

No 'grito' não se ganha campanha

Imagem retirada do facebook.
Falta de respeito.

Alguns candidatos das três coligações de Grossos querem ganhar a campanha no 'grito'. Eles duelam diariamente na cidade com as suas carrocinhas de som pra saber qual paredão é mais potente, ou, em outras palavras, quem fala mais alto.

Desde o dia 06/07 que essa disputa paralela tira o sossego da população. Devido ao excesso de barulho, ninguém mais consegue descansar, dormir ou estudar durante o dia e parte da noite.

É o show da ignorância que confirma esses tempos de barbárie política e transforma a pequena urbe numa terra sem lei.

Nota do blog:  A poluição sonora poderia ser substituída por mensagens dos candidatos contendo propostas para um possível mandato. Mas aí é que está o problema: a maioria deles não quer se comprometer para evitar cobranças futuras. Afinal, perturbar o sossego alheio continua sendo a opção mais cômoda.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Há quanto tempo!

Por Genildo Costa* via Recitanda do Jornal O Mossoroense.

Aos visionários da lousa perdida!

Quase que não reconhecia, realmente, o meu Neruda que havia perdido. Encontrei-o, menos alegre que outrora, apenas algumas rugas. Algumas, por demais imperativas, outras, pura confissão. Detive-me, por alguns instantes, e a mim mesmo resolvi denunciar a trágica cumplicidade, tardiamente.

Cuidei de me antecipar e tentar entender que a lisura desses tempos de infortúnios vividos deixou-me lembranças. Por sinal boas lembranças. Só agora a serenidade alumia a tez de nossas velhas e intransitáveis veredas de absoluta solidão.

Por mais que tentasse construir atalhos para reinventar palavras de convencimento, de persuasão, mais confuso lá estava, a minha única e singular pessoa. Mesmo assim resolvi optar pelo retrovisor do tempo, e por incrível que pareça, percebi que tudo que havíamos projetado não mais estava em sintonia com a pulsação de nossas aspirações.

Optei por tentar uma nova convivência. Fazer-se de aprendiz para só agora iniciar um trajeto que me levaria a reunir todas as páginas que num passado, não muito distante, nos ensinou a apontar caminhos. Seria, então, velhos fantasmas que nos atormentam ou possíveis espectros que divagam por sobre a alcova desses homens de fé pequena e de fracassados sonhos? Creio que não.

Persisto em não querer, por mais uma vez, apresentar de novo justificativas para não ter que continuar me vendo anjo de uma corte celestial que nega no espelho de todos os dias a sua real identidade.

Que seja assim, pois, a impressão que fica dessa teia de relação promíscua é a de que o pretérito tão bem lapidado não nos servirá sequer para rever a tua lira composta em versos de pura indignação. Reconheço que agora é a negritude da lousa que se nega a doar-se completamente. Uma vaga lembrança de alguns memoráveis escritos não me deixa sequer tomar, em definitivo, a cicuta de meus desencantos.

Mesmo que tenha que fingir, não consigo. Não dobro esquinas desnecessariamente. Apenas, tenho evitado em não querer mais a leitura compulsiva de meu Neruda tão fragilizado e triste. Tentei revesti-lo de alento, não tive êxito. Mesmo assim, pude viver, intensamente, algumas páginas como se ali estivesse todos os meus dissabores.

Ainda permanecem, tão-somente, as irrevogáveis cicatrizes que certamente ficarão expostas. Os traços visíveis de sua fisionomia adormecerão comigo porque espero acordar sereno e não mais solitário de tuas páginas de dor e sofrimento.

*Genildo Costa é cantor e compositor.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

MP não criou óbice à candidatura de ex-prefeito


O Ministério Público lavou as mãos pela candidatura de João Dehon (PMDB). O fato não garante que o julgamento do pedido de impugnação contra o registro do candidato lhe seja favorável, mas é um indício de que sua tese de defesa tem algum fundamento. 

Não dá pra imaginar que o Parquet  enquanto órgão fiscalizador por excelência deixaria de agir se não houvesse motivos para isso. Pelo visto, a situação do ex-prefeito não é tão 'escandalosa' como pregam seus adversários(clique aqui).

Vale lembrar que da decisão da Juíza Kátia Cristina ainda caberá recurso e o prazo para julgamento da lide em todas as instâncias se encerra 45 dias antes das eleições (ver art.16, §1º da Lei 9.504). Portanto, o suspense sobre a cassação do registro de João deve durar até a segunda metade de agosto.

Nesse período, o peemedebista poderá realizar todos os atos relativos à campanha conforme reza o caput do art.16-A da Lei Geral das Eleições. 

P.S.: Datas importantes: as Zonas Eleitorais têm até o dia 5 de agosto para decidir sobre os registros de candidatura. Havendo recurso para o TRE-RN, este deve se pronunciar até o dia 23 do próximo mês. Saiba mais no link.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Sortidas...(18 jul)

Emparedados - "Estudos apontam que nos próximos dias haverá 1 paredão de som para cada 10 habitantes em Grossos Paradise." Por Matheus Felipe no twitter.

A cor predominante - No primeiro fim de semana no qual as três frentes partidárias de Grossos foram às ruas, a cor verde prevaleceu. Sem grandes comícios dos adversários, os bacuraus da cidade reinaram absolutos na avenida e atraíram uma multidão para sua passeata. A movimentação dos peemedebistas só confirma, para este momento da campanha, o favoritismo do ex-prefeito João Dehon.

Não vai ficar assim- Depois da tímida aparição no sábado passado(14/07), os socialistas grossenses estão se articulando para promover em breve um grande  comício. A coligação governista corre atrás do prejuízo para apagar a imagem negativa da sua última movimentação política, que ficou aquém das expectativas de público e animação. Para superar esse fiasco, espera-se que a situação ressurja com força total nos próximos dias.

Marketing de rua - Em Grossos as passeatas ou 'arrastões' substituem a propaganda eleitoral no rádio e na TV. São o termômetro da campanha e determinam o grau de confiança dos eleitores na vitória dos seus candidatos, influindo diretamente no ânimo da militância. É por isso que elas são tão importantes por aqueles lados da salinésia.

Síndrome do salto alto - A estreia dos bacuraus na avenida deixou a Casa Verde em polvorosa. Mas não custa nada lembrar os últimos embates eleitorais no município. A história recente não pode ser esquecida sob pena de propagar pela oposição a 'síndrome do salto alto'. Se ela quiser manter suas chances de êxito na disputa, então deve trabalhar como se estivesse em desvantagem, com os pés sempre no chão.

Faz tudo - Não existe campanha para Alexandre(PSB) sem a participação do prefeito de Grossos. Eu sei, parece óbvio, mas é que não tinha ainda a noção de quanto a candidatura do vereador depende do líder de Areias Alvas. Depende muito, muito mesmo! Só me dei conta disso depois de observar a mobilização dos socialistas no último sábado. Veronilde é uma espécie de 'faz tudo' no grupo. Ele está cobrando escanteio e correndo pra cabecear na área.

sábado, 14 de julho de 2012

Mímica para candidatos

Fala, candidato!

Muito provavelmente as três frentes partidárias do município devem ir às ruas neste fim de semana. Do lado da situação a expectativa maior recai sobre o pronunciamento do candidato a prefeito do PSB.

Tudo indica que ele não falou na convenção dos socialistas realizada dia 30/06. Quando se procura colher alguma informação sobre o seu discurso no evento a resposta é sempre a mesma: ninguém sabe, ninguém ouviu!

Até o Blog do Ronaldo não desvendou esse mistério. O engraçado é que o blogueiro pediu desculpas ao eleitores de Alexandre por não ter postado os discursos de todos os oradores da convenção( ver AQUI), porém não se referiu à fala do próprio candidato, como se ela fosse irrelevante naquele momento.

Mas não tem problema. Oportunidades não irão faltar pra gente ouvir o sobrinho de Caxica. Além do mais, se ele tiver qualquer dificuldade de falar em público o mesmo pode passar uma procuração para que o prefeito ou próprio tio o represente. E se isso ainda não funcionar, talvez recorra a linguagem de sinais ou mímica para se comunicar com os seus eleitores.

A reação 'verde'

A coligação Força do Povo realizou no final da tarde e início da noite de ontem comícios 'relâmpagos' nas principais ruas de Grossos.  A movimentação política atraiu um bom público e foi bastante animada, tanto que quase transformou-se numa grande passeata.

Além da forte presença popular, marca dos eventos promovidos pelo PMDB local, outro aspecto positivo chamou atenção: a mudança de postura da oposição 'bacurau'. Ela está trabalhando mais a questão das realizações do governo João Dehon e cedendo um espaço maior para que pessoas não candidatas exponham o porquê de votar no peemedebista.

Prova disso foi a veiculação durante o dia de ontem de depoimentos de eleitores ligados ao ex-prefeito assim como a participação de oradores que não concorrerão a cargo eletivo nesta eleição. Dessa forma, o palanque fica mais eclético e democrático, diversificando assim os argumentos a favor do candidato.

Com a sua primeira manifestação de rua, a ala verde da oposição dá sinais de que está reavaliando alguns erros de campanhas anteriores. Ainda falta melhorar muita coisa, é bem verdade. Precisa abolir, por exemplo, o discurso religioso. Contudo, na noite passada já foi possível verificar um bom começo.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Cifras

Zeros à direita.

O sistema DivulgaCand 2012 da justiça eleitoral traz informações no mínimo curiosas sobre as candidaturas grossenses. A primeira delas diz respeito a um comparativo da previsão de gastos dos concorrentes a uma vaga na Câmara com o limite de despesa estipulado pela chapa majoritária governista.

O valor fixado pelos socialistas para eleger o seu candidato a prefeito (R$ 320 mil) não corresponde sequer ao dobro da campanha mais cara de vereador da mesma coligação (R$ 180 mil).

Perguntas: como a situação vai encarar uma disputa caríssima com orçamento tão modesto? Estariam eles confundindo o grau de dificuldade do embate majoritário com o do proporcional? Poxa, quanta ingenuidade! Isso é comovente. 

Outro detalhe interessante atinge em cheio a parcela da oposição liderada pelo PMDB. No final de maio, o líder maior da legenda no município expôs num encontro com aliados as dificuldades financeiras do seu grupo político. Na ocasião, chegou a pedir a ajuda dos correligionários para enfrentar esses problemas de ordem pecuniária.

Agora, depois de ter estimado seus gastos de campanha em R$700 mil, vejo que o peemedebista confia muito nos seus eleitores, sobretudo naqueles mais abastados economicamente.

Ainda sobre a coligação Força do Povo, verificamos que são dela a maior e a menor projeção de despesas para esta corrida eleitoral, e que a candidatura mais barata do pleito (limite de R$25mil) é justamente a de quem tem maior patrimônio declarado(quase R$ 500 mil).

Vale registrar que o desrespeito a esses patamares preestabelecidos pode ser considerado abuso de poder econômico, no caso de fatos supervenientes e imprevisíveis não justificarem a alteração posterior de tais informações.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Números surreais

Acredite se quiser.

Foram divulgados essa semana os limites de gastos de campanha dos candidatos a prefeito e vereador de Grossos. Os valores informados à justiça pelos aspirantes a cargo eletivo são surreais, inverossímeis.

A campanha na pequena cidade praia é milionária e a cada novo embate eleitoral torna-se mais cara. No entanto, os números revelados não traduzem isso porque a política nacional e as instituições que a fiscalizam preferem a fantasia ao mundo real.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Efeito bumerangue

Arma perigosa.

O Blog do Ronaldo reacendeu uma discussão interessante ontem. Ele fez uma crítica ao conteúdo de algumas músicas de campanha da coligação Força do Povo. O comentário do professor é pertinente, pois não há dúvida quanto ao uso de alguns termos inapropriados nessas composições melódicas.

Não quero aqui posar de falso moralista. Todo mundo sabe que nessa época do ano eu também viro folião nos comícios de Grossos. E seria muita hipocrisia da minha parte dizer que me retiro da passeata no exato momento em que uma dessas "marchinhas' mais agressivas toca nos carros de som. Não é bem assim, muito embora discorde de certas letras.

Penso que nessas horas o bom senso deve prevalecer. Em que pese o sentido figurado de algumas palavras, a seleção do vocabulário exige cuidado para não transmitir uma mensagem equivocada ao eleitor.

Os coronéis

Eles são de verdade.

É importante frisar que nem todas as referências constantes nessas músicas de campanha são "abomináveis". Algumas contêm críticas válidas aos governantes enquanto outras satirizam políticos tradicionais do município. Numa delas, por exemplo, fala-se que na cidade ainda existe coronel. Eu só discordo do número. Acho até que tem mais e não vejo nenhum problema em tocar no assunto. Afinal, o autor da letra não se dirigiu nominalmente a ninguém, o que descaracteriza suposta difamação contra terceiros. No mais, ele só falou a verdade, pois essa figura da República da Velha continua tão presente na política local quanto no início do século XX. A propósito, quem em sã consciência diria que em Grossos não existe voto de cabresto e outros vícios do coroneslismo brasileiro?

terça-feira, 3 de julho de 2012

Pá-pá-pá-pá-pá-pá-pôw!

Onomatopeia

Muito barulho e pouco conteúdo marcaram as convenções partidárias em Grossos no último sábado (30/06). Nada de novo ocorreu nos eventos das principais legendas do município. Em suma, os seus próceres valeram-se da mesma estratégia para sensibilizar a plateia, qual seja, a exploração da religiosidade do povo aliada a uma performance teatral amadora para simular fortes emoções.

No mais, os personagens de sempre estiveram presentes: o medroso e o destemido, o ignorante e o sábio, o forte e o fraco, a vítima e o vilão, o bem e o mal. Papéis criados para si e atribuídos aos outros com o fim de incutir nos aliados a confiança nos seus candidatos e a repulsa aos adversários. Assim como a queima de fogos, esse velho jeito de discutir e fazer política na cidade virou tradição, sendo ainda adotado pela maioria das lideranças locais conforme se pode constatar a partir de uma simples leitura dos seus pronunciamentos.

O pensamento nacional e o fim da Ciência Política

Do Blog do Carlos Santos.

Precisamos com urgência fazer uma releitura dos grandes clássicos da Ciência Política. Ou jogarmos tudo fora e começarmos do zero, outro ponto de partida, depois de mais de 2.500 anos de estudos sobre o tema.

Rousseau, Montesquieu, Schopenhauer, Bobbio, Aristóteles, Marx, Maquiavel, Platão, Gramsci, Hobbes, Locke etc. estão ultrapassados, se formos seguir a moderna política do pindorama nacional.

Ao criar o PSD, o prefeito paulistano Gilberto Kassab afirmou que o partido não seria de direita, centro ou esquerda. Deixou os revolucionários franceses boquiabertos, remexendo-se em túmulos com ou sem cabeça pós-guilhotina.

Paulo Maluf (PP) decretou o fim da direita e da esquerda. Segundo ele, os conceitos que firmaram o pensamento universal sobre essas ideologias políticas estão ultrapassados.

Lula, como não sabe e nunca soube o que é uma coisa nem outra, concorda com Maluf e com Kassab. Para ele, o que vale é a “política de resultados”, vencer a qualquer preço e a governabilidade de qualquer forma, com qualquer aliado.

Enfim, temos aí a política à brasileira.