domingo, 29 de janeiro de 2012

Dois estranhos

Eu te conheço?
Foto:Blog do Ronaldo.

Há quatro anos uma dupla de políticos aparentemente sem afinidade selava uma aliança para disputar a Prefeitura de Grossos. Nomes de peso no cenário local, João Dehon e Enilson formaram a chapa dos sonhos da oposição. Mas em pouco tempo e antes mesmo de terminar a campanha eleitoral, essa união virou um pesadelo que resultou na derrota nas urnas dos principais adversários do prefeito.

Hoje até parece que essas lideranças nunca estiveram juntas. São como dois estranhos que sabem da existência do outro apenas pelo fato de serem possíveis concorrentes no próximo pleito. Cada um a seu modo, eles procuram se viabilizar para enfrentar novamente um candidato da situação. E embora devam seguir rumos distintos nesta eleição, encontram-se abrigados sob o mesmo teto do poder estadual. Isto tem provocado um grande desconforto para os ex-aliados, tornando a convivência política entre eles insuportável.

sábado, 28 de janeiro de 2012

As palavrinhas mágicas

O equívoco da auto-suficiência despreza o poder da gentileza.

Por favor, com licença, desculpe, obrigado. Essas palavras são geralmente apresentadas pelos pais aos filhos pequenos para ensinar-lhes boas maneiras e, dado o seu efeito sobre as pessoas, elas guardam em si certa "magia". Entretanto, algumas dessas crianças se tornam adultos que entram para a política partidária e acabam esquecendo o poder de tais termos, sobretudo daquele que expressa a gratidão. Pude constatar isso depois de ter conversado com um eleitor ligado a uma das alas oposicionistas em Grossos. No ano passado, ele não compareceu ao principal evento do grupo político que apoiou na última eleição municipal. Outrora militante aguerrido e cheio de entusiasmo, o amigo conterrâneo já não esboçava qualquer sinal de motivação. Quando indagado sobre o seu distanciamento em relação à política grossense, me disse, conservando certo tom de desprezo na fala, que sentia falta de um agradecimento apenas. Sem o devido reconhecimento, era como se fosse descartado após cada corrida eleitoral. Para ele e tantos outros, a percepção dessa realidade chega com atraso porque confiaram em pessoas cuja sensibilidade não alcança a dimensão política do gesto expressado por uma simples palavrinha mágica.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Vereador continua luta pelo fim da falta d'água nas comunidades rurais

O fornecimento irregular de água nas comunidades de Barra, Pernambuquinho e Alagamar tem sido uma das principais questões enfrentadas pelo mandato do vereador Cateca (PC do B). Sua luta pelo fim do problema é incontestável. O parlamentar já promoveu ato público (ver AQUI) e se reuniu várias vezes com os dirigentes da CAERN. E mesmo quando nenhuma dessas providências surtiu o efeito desejado, ele não se conformou. Arregaçou as mangas e cavou inúmeros poços artesanais nas localidades afetadas no intuito de amenizar a situação dos moradores. Apesar de todo o esforço do edil, uma solução definitiva ainda não foi apresentada. Por isso, Cateca agora recorreu ao Ministério Público para que este órgão também pressione a quem de fato tem poder para resolver este gargalo. No entanto, é preciso entender que o principal aliado do vereador nessa batalha não são as instituições estatais e seus representantes, mas as pessoas prejudicadas pela falta d'água. Por essa razão, elas devem participar mais ativamente da construção de uma saída para o problema, que por ser coletivo, exige muito mais do que a atuação individual de um político, sendo também imprescindível mobilização popular com o fim de somar forças para vencer a inércia governamental.

Leia também: Vereador de Grossos protocola representação contra a CAERN por descumprimento de acordo para abastecimento de comunidade.


sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A saúde caótica em Mossoró cai nas mãos da Divina Providência!


Por Crispiniano Neto.

É Rosado a mandar na Prefeitura
É Rosado mandando no Estado,
Lá na Casa de Parto é só Rosado...
Se não é, mas parece ditadura,
Na cidade a saúde está sem cura,
As buchudas estão sem assistência
Quem quebrar uma perna, paciência,
Vai pra Russas pedir que tenham dó...
A SAÚDE CAÓTICA EM MOSSORÓ
TÁ NAS MÃOS DA "DIVINA PROVIDÊNCIA"!

A vergonha aumentou a nossa dor,
Destruíram com força o nosso SUS
Todo mundo apelando pra JeSUS,
Que o poder desertou neste setor.
Falta maca, hospital, leito e doutor,
Falta acima de tudo, consciência,
Não existe ninguém com competência
Que desate o maldito deste nó
A SAÚDE CAÓTICA EM MOSSORÓ
TÁ NAS MÃOS DA "DIVINA PROVIDÊNCIA"!

Se dizia que a culpa era do Estado,
Um descuido de Wilma e Iberê,
Que Rosalba ganhando, eu e você
Ia ter hospital bem equipado
Ambulância a correr pra todo lado
Bons serviços de urgência e emergência
Mas a rosa o que trouxe foi falência
Sacudindo o SUS no rés do pó...
A SAÚDE CAÓTICA EM MOSSORÓ
TÁ NAS MÃOS DA "DIVINA PROVIDÊNCIA"!*

*Um esclarecimento: Divina Providência é o nome do hospital de Russas-CE para onde as gestantes de Mossoró estavam sendo levadas, pois há poucos dias na 2ª maior cidade do estado ninguém podia nascer.

domingo, 8 de janeiro de 2012

E o rateio ó...

Os professores da rede municipal de ensino de Grossos terminaram 2011 amargando mais uma péssima notícia no contracheque. Desta vez, os docentes receberam como cota-parte do rateio do Fundeb a ínfima quantia de R$ 77, 95. Este valor é o menor registrado desde que essa prática foi implementada no município, muito embora o atual governo da cidade tenha administrado um orçamento pra lá de generoso quando comparado ao dos seus antecessores.

Com incremento de receita e sem maiores investimentos no setor, estranha o fato de praticamente não ter havido sobra dos recursos voltados para o ensino básico. No entanto, a Prefeitura não vê motivos para qualquer tipo de desentendimento com a categoria. Afinal, no ano passado promoveu uma confraternização para os professores com direito a sorteio de brindes (ver AQUI), suposta prova do apreço que o Executivo tem por esses profissionais.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Rio Pequeno do Norte: O estado da ilusão democrática.

Artigo reproduzido do Blog Cheque Sustado de Tiago Azevedo de Aguiar.

Quando os navegadores portugueses encontraram o estuário do rio Potenji, acabaram por batizar a capitania hereditária com o nome de Rio Grande do Norte. É um fato curioso e irônico, tendo em vista que em quase toda sua extensão o rio é tímido e acanhado, pouco caudaloso e até mesmo temporário, tendo real vigor somente no encontro com as águas do mar que invadem o continente.

Tal e qual os navegantes foram iludidos pela miragem de um grande rio que em real e concreto é apenas um riacho, as instituições republicanas dão hoje em dia a impressão que vive-se em um estado democrático de direito. Mas a nossa justiça apenas funciona para ladrões de galinha e pretos, pobres, traficantes pés de chinelo. Tendo dinheiro, estando no poder, se inocenta ou se prescreve - é a ilusão democrática.

Na Capitania do Rio Pequeno do Norte a liberdade de comunicação acaba nas armas em mãos de homens ferozes, quadrilhas de pistoleiros que refletem um moderno cangaço de aluguel.(...) Leia o texto na íntegra AQUI.

Como funciona a mídia

Postagem extraída do Blog do Bourdoukan.
O excesso de informação não permite reflexão.

Um homem passeava tranquilamente no Central Park em Nova York quando, de repente, vê um cachorro raivoso prestes a atacar menina indefesa de sete anos de idade. Os curiosos olham, de longe, mas, atemorizados, nada fazem para defender a criança.

O homem não pensou duas vezes e lançou-se sobre o pescoço do cachorro , tomando-lhe a garganta e após muita luta, matou o raivoso animal e salvou a vida da menina.

As palavras e as coisas: sobre as ditaduras

Por Emir Sader do Portal Carta Maior.

O flagrante dos otavinhos ao ter chamado a ditadura militar de “ditabranda” se repete no Chile. O governo neo-pinochetista de Sebastian Piñera aprovou no Congresso a substituição de ditadura militar por “governo militar” nos textos escolares e o de Pinochet de general e não de ditador. A trama fracassou lá também, mas deixa lições.

Que importância tem chamar as coisas pelos seus nomes? Dizer que ditadura foi ditadura e não ditabranda ou governo militar ou “regime autoritário” (como o chama FHC em suas análises)?

Chamar ditadura de ditadura é dizer que é o oposto de democracia. Dizer que se tratou de uma ditadura militar, quer dizer que as FFAA, como instituição, violaram as atribuições constitucionais, e assumiram o poder do Estado.

Chamar aquele regime de “autoritário” ou de “ditabranda” ou de “governo militar” é esconder sua natureza essencial: de governo imposto pela força das armas, derrubando a um governo legalmente constituído.

Quando os órgãos da velha mídia brasileira chamam Castello Branco, Costa e Silva, Garrastazu Medici, Ernesto Geisel, e Joao Figueiredo de presidentes ou de ex-presidentes e não de ditadores, está equiparando-os aos que foram eleitos pelo voto popular e escondendo seu caráter essencial de governantes apoiados na força das armas e não na vontade popular.(...) Leia o texto completo AQUI.