No final de julho deste ano, o poeta e músico Genildo Costa lançou na Câmara Municipal de Areia Branca o livro “A Saga da Poesia Sobrevivente”. A obra contempla poemas de vários autores grossenses, os quais podemos citar Geová Costa, Manoel Erasmo e Miguel Erasmo, Pierre Paulino, além do próprio Genildo e seu pai, Dagmar Costa.
Trata-se de um esforço para preservar a veia poética de uma época na qual a cidade testemunhou a maestria com que esses artesãos da palavra puderam esculpir seus versos. O livro, portanto, é um resgate desta literatura cujo registro é imprescindível à memória cultural do município.
Porém, apesar da importância da obra e do fato do livro ser protagonizado por poetas de Grossos, a publicação do trabalho tornou-se viável principalmente através do acolhimento incondicional da cidade de Areia Branca.
A colaboração dos nossos vizinhos da salinésia foi de tal relevância que sem ela, restaria comprometida até mesmo a confecção do livro.
Assim, frente à mesma situação, é inegável que os gestores públicos de Grossos e Areia Branca assumiram posições diversas. Enquanto a omissão dos primeiros teve respaldo na velha máxima popular do “santo de casa que não faz milagre”, os areia-branquenses optaram por não minimizar a grandeza do evento, reconhecendo o seu devido valor histórico e cultural.
Felizmente, a outra margem do estuário do Rio Mossoró guardou uma surpresa agradável, sobretudo para todos os que vêem na noção de identidade de um povo relação direta com a cultura deste.
Em terras alheias, novamente a poesia grossense triunfou e, desta vez, contou com a sensibilidade de pessoas que, despindo-se das diferenças políticas, prestaram justa homenagem à gente simples, porém dotada de uma genialidade e talento únicos.