A Câmara de Grossos já escolheu sua Mesa Diretora para o biênio 2011-2012. Encabeçando a futura gestão legislativa está o atual presidente , que através de uma alteração no Regimento Interno da Casa tornou viável seu projeto particular de poder. Numa pressa injustificável, os edis grossenses trataram logo de antecipar a eleição, anteriormente prevista para o final de dezembro.
Quem dera essa mesma agilidade se aplicasse também ao exercício das funções que lhes são atribuídas. Impressiona a eficiência dos ilustres vereadores quando o assunto é legislar em proveito próprio. Isso porque a perpetuação de dirigentes na chefia do legislativo em nada benefícia a população. Que necessidade urgente determinou a antecipação da eleição da Mesa Diretora? Absolutamente nenhuma.
O fato é que há outras prioridades para o município e certamente as manobras do legislativo para saciar projetos pessoais de poder não integram este rol.
Como acessório do Executivo, a Câmara Municipal parece não ter vida própria, salvo quando a finalidade é aumentar as benesses para seus membros. Para tal feito ela demonstra uma vitalidade extraordinária e trabalha como nunca, nem de longe se assemelhando àquela Casa Legislativa limitada apenas a concordar automaticamente com tudo o que é proposto pela Prefeitura.
Aliás, o consentimento tem sido a grande mola propulsora da "produtividade" dos nossos representantes. A cordialidade está tão presente na cultura política local que até mesmo a oposição decidiu convergir, isso quando não se ausenta.
É triste constatar que a unanimidade permeia as discussões políticas. Criando uma falsa sensação de que mais nada há para se fazer, a anuência incondicional de todos conduz a um caminho onde a tolerância é a regra. Por este raciocínio tudo se admite com naturalidade: miséria, precariedade da saúde e educação, falta de emprego e moradia e, principalmente, acordos políticos sem qualquer relação com o bem estar do povo de Grossos.